Uma cópia de mim menos bonito.

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Paulo foi o meu primeiro amigo quando cheguei a igreja. Foi ele quem me ajudou a dar os meus primeiros passos na fé, sempre quando eu pensava em desistir, ele estava ali de prontidão a me ajudar. Minha mãe o tratava como se fosse da família e vice versa. Era como se nossa amizade viesse de anos, ele sabia quando algo me incomodava, quando eu estava feliz, quando eu estava triste e tudo que eu tentava disfarçar para outras pessoas.

Ele era tipo uma parte de mim, só que menos inteligente.

-Cara, você que vai pagar o açaí.

-E eu lá tenho cara de empresário, Paulo?

-Jota, você tem que ter a visão da fé. Tipo eu –Ele apontou pra si mesmo e ajeitou a gola de sua camisa social. –Já to enxergando lá na frente, você sendo um dos maiores fotógrafos do mundo e eu ao seu lado comendo os melhores açaís do universo.

Revirei os olhos e abri a carteira para poder pagar a moça quando parei momentaneamente na foto dela.

-Achei que você já tinha colocado fogo nessa foto!

-Já disse que você às vezes é muito exagerado?

-Eu aprendi com o melhor. –Ele sorriu e colocou a mão nos meus ombros.

-Não, eu não faço isso.

-Verdade, você faz pior. –Paulo concordou serio. –Mas voltando ao assunto, sexta-feira agora vai ter uma reunião com todo o bloco.

-E o que isso tem haver?

-Ela pode estar lá.

-Ainda não entendi aonde você quer chegar.

-MEU FILHO, VOCÊ É LERDO ASSIM OU FEZ CURSINHO? –Ele gritou e eu sinalizei para que ele falasse baixo. –Desculpe, é que às vezes você me surpreende, Jota. Reunião com todo o Bloco, então é certo que talvez ela esteja lá. Ai você pode finalmente perguntar o nome dela, achar ela no facebook, virarem amigos, casar, adotar um cachorro chamado Robson e serem felizes para sempre.

-Um cachorro chamado Robson?

-Sempre quis ter um cachorro com esse nome, mas minha mãe nunca deixou.

-Acho que ainda existe salvação nessa sua família.

-O foco não é esse, Jota! Você vai encontrar a sua amada, ai quem sabe Deus inspira o tecladista para colocar a música lá de Moisés e Zipora.

-Você viaja. –Peguei os dois açaís e comecei a andar.

-Não estou viajando, só quero comer bolo de casamento.

Não respondi, mas eu podia sentir a animação brotar em meu peito, um frio na barriga que eu não queria nem entender o que significava.

***

Uma nota digna sobre mim?

EU ODEIO AÇAÍ!

Que meus leitores não diminuam depois dessa bomba explosiva

Amo vocês

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Amor em uma fotografiaOnde histórias criam vida. Descubra agora