Final

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Bip.. Bip.. Bip..

Mais uma vez esse som atormenta os meus sonhos. Talvez esse som tenha se tornado um tipo de trauma depois de tudo que aconteceu.

Bip.. Bip.. Bip..

E mais uma vez..

Bip.. Bip.. Bip..

Estranho.. Dessa vez o som não está parando. Por que meu corpo está tão pesado? Por que não consigo abrir meus olhos?

– então decidiram mesmo desligar os aparelhos? – ouço uma voz desconhecida... Na minha.. língua nativa?

– sim, já assinaram os papéis e ontem mesmo se despediram.. – dessa vez uma voz feminina falou – eu sinto pena deles, esperaram anos para que ela desse ao menos um sinal de que acordaria de seu estado vegetativo.. porém nada aconteceu e eles perderam as esperanças, não quiseram mais ter que ver sua filha vivendo somente por conta de aparelhos. – o que está acontecendo?

– a que horas iremos os desligar? – desligar? Como assim? Quem está vivendo somente por ajuda de aparelhos?

– daqui a... Cinco minutos. – o que?

Eu não consigo entender. Há uma pessoa que está em estado vegetativo, vivendo apenas por ajuda de aparelhos e decidiram que vão desliga-los?! E por que meu corpo não está correspondendo aos meus comandos? Não, não, não! Isso não pode acontecer! Precisam dar mais uma chance a ela! É uma vida!

– chegou a hora – a voz avisa.

NÃO! Por favor, não! Sinto meu coração acelerar e minha respiração ficar pesada.

– espere.. mas o que..? – não podem matar ela!

Meus olhos se abrem de uma vez, mas logo tenho que fecha-los por conta da claridade e ouço um barulho como que de algo caindo.

– como..?

Volto a abrir meus olhos assim que se acostumam com a luz e me vejo mais uma vez em um quarto de hospital. Só pode ser brincadeira!

ela tá viva! – olho na direção da voz e vejo o enfermeiro assustado, assim como a enfermeira perto de mim.

– impossível – ela sussurra e começa a apertar várias vezes um botão perto de mim. – consegue me ouvir? – assinto – está sentindo alguma dor? – nego. – consegue falar? – abro minha boca mas não sai som. – certo..

A porta é aberta com muita força e um médico passa por ela apressado.

– o que aconteceu? – ele passa a vista pelo quarto até que para em mim e ele fica completamente estático.

– doutor ela..

– posso ver – ele pisca algumas vezes e se aproxima, logo passando a me examinar. – traga bastante água e comida e entre em contato com a família dela.

– sim, senhor.

Os enfermeiros saem da sala me deixando a sós com o médico me examinando.

– a senhorita é um verdadeiro milagre... – o olho – não se preocupe, logo voltará a falar, é só uma questão de tempo afinal você passou anos sem hidratar sua garganta..

Depôs de aproximadamente quatro horas passando por uma bateria de exames, ter me alimentado e passado um tempo treinando minha garganta, finalmente com algum esforço estava conseguindo falar pequenas frases.

– com licença – a enfermeira entra – sua família está aqui – assinto.

Assim que ela da espaço para minha mãe entrar, duas pessoas a mais passam pela porta e automaticamente meus olhos se enchem de lágrimas. Eles estão aqui.. como é possível?

Contrário - Imagine Jungkook e JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora