Capitulo 22

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Finn Wolfhard |POV|

Estava decidido, eu teria Alexis na minha vida e se um dia eu a perdesse, faria de tudo para tê-la novamente. Eu queria fazer um pedido de namoro, daqueles românticos com flores. Mas o fato de estar no quarto de Sadie naquela momento me deixava totalmente desconfortável. Mas eu faria o melhor pedido de namoro, por que Alexis merecia isso.

Depois de todos os esclarecimentos, nos reunimos novamente para debater o que seria feito. A princípio decidimos esperar para ver se Jack faria algo novamente. Mas eu poderia ir até a polícia e simplesmente denunciá-lo, como o mesmo de comigo.

Eu tinha certeza de que ele guardava as drogas dele em casa. Por que não fazer o mesmo?

Mas Alexis tem o coração bom demais para me deixar fazer algo assim. Minha garota apenas disse para deixar que a vida ensinaria ele. Não discuti com ela, mas eu sentia dentro de mim a vontade de me vingar.

Como havia saído de casa sem mais nem menos, precisava pedir desculpas a minha mãe e suplicar para que ela não me mandasse para a casa de meu pai. Eu não suportaria viver longe de Alexis e muito menos conviver com meu pai, que nunca fora um pai.

Já estava anoitecendo quando saímos da casa de Sadie, nos despedimos com acenos, Dustin e Caleb seguiram na direção contrária da nossa. Alexis e eu caminhamos devagar pela rua que levava até nossas respectivas casas.

Minha cabeça estava viajando no que eu faria, no que falaria com a minha mãe, nas consequências que viriam depois dessa conversa, em como ela agiria. Quando Alexis pigarreou e parou na minha frente.

"Finn" seus cabelos loiros iam de um lado para o outro com o vento que soprava "Você não quer... Bom..." ela mexeu a ponta do pé no asfalto de um lado para o outro

"Hum?" Espero que ela continue a falar, percebo que o rubor toma conta de todo o seu rosto. Acho fofo e ao mesmo tempo engraçado.

"Você quer dormir na minha casa esta noite?"

Sua frase me pega desprevenido. Nós já havíamos dormido juntos, já havíamos transado, já havíamos dito que estávamos apaixonados um pelo outro. Não conseguia entender o por que de ter ficado tão assustado com a sua pergunta.

Tento responder a sua pergunta, mas meu cérebro simplesmente não me ajuda e começo a gaguejar.

"Dormi?" É a única a palavra inteira que sai da minha boca

Ela mexe a cabeça e os ombros como se me chamasse de retardado.

"É" ela confirma novamente. Talvez só pra ter certeza de que eu não era um completo idiota por estar perguntando isso.

"Eu..." Por que fico tão nervoso com ela me encarando desse jeito? "Bom..."

"Finn, é só responder sim ou não" seus olhos verdes me encaram novamente

"Sim"

Consigo responder e o alívio percorre meu corpo. A loira sorri satisfeita e segura minha mão, entrelaçando nossos dedos me puxando para a direção de sua casa.

Entramos e Alexis encontra um papel sobre a mesa da cozinha. Provavelmente mais um bilhete de sua mãe. Alexis solta um longo suspiro e me dá um sorriso fraco. Não entendo de imediato, mas sei que deve ser algo relacionado com seu pai doente.

"Bom, minha mãe vai passar a noite no hospital" ela diz nervosamente "Parece que meu pai não está nos seus melhores dias" vejo seus olhos verdes começarem a ficarem vermelhos e as lágrimas se formarem nos cantos.

Fico sem saber como agir. Apenas ando até ela e envolvo meu braços em torno de seu corpo pequeno.

"Podemos ver um filme?" Sua voz sai abafada contra meu peito, ela ergue a cabeça e me encara. Seu rosto tristonho me deixava desamparado

"Claro" concordo e segurando sua mão seguimos até o sofá juntos

A loira passeia pelos canais de televisão procurando um filme qualquer. Quando ela havia me pedido para dormir com ela, tinha me passado outra coisa na cabeça. Mas o fato do bilhete da mãe dela ter a deixado tão apreensiva, fez com que minhas intenções mudassem completamente.

Eu nunca tentaria fazer nada que Alexis não quisesse. Por mim, poderíamos ver mil filmes sem nenhum tipo de contato físico. Apenas o fato de estar na sua companhia já era o suficientes para mim.

Eu não fazia ideia de como Alexis se sentia a respeito de seu pai, até por que jamais tivera uma figura paternal. Mas eu imaginava minha mãe naquele estado e só de imaginar, me causava embrulhos no estômago. Eu não seria nada sem minha mãe.

"Pronto" Alexis se ajeita no meu ombro e se aninha como uma criança pequena "Acho que preciso chorar um pouco"

Sorrio fraco e deslizo a mão por entre seus cabelos loiros. Começando um cafuné.

"Que filme é esse?" Pergunto observando o casal de idosos na televisão

"Diário de uma paixão" ela murmura "É um romance, você quer ver outra coisa?" Seu rosto se levanta na dúvida.

"Não, não" acalmo seus pensamentos "Eu adoraria ver esse filme com você Alex" dou a ela o meu melhor e reconfortante sorriso.

Parece que funciona, seu corpo relaxa no meu colo e eu volto a mexer em seus cabelos. Eu queria deixar Alexis totalmente confortável, sem que ela precisasse pensar em seu pai agora. Pelo menos por alguns minutos.

A cada cena do filme eu via a loira secar as lágrimas. Confesso que em alguns momentos também quase chorei, mas Alexis precisava mais disso do que eu. Então deixei que apenas ela colocasse suas emoções para fora. Às vezes precisamos lidar sozinhos com nossos fantasmas.

Estava tudo ocorrendo no limite da normalidade. Talvez eu devesse desconfiar que tudo estava calmo demais, fácil demais...

Eu sentia dentro de mim que alguma coisa estava para acontecer.

Então o telefone tocou. Alexis levantou preguiçosamente do seu ninho no meu colo e se arrastou até o telefone, ainda com os olhos mantidos na televisão.

O telefone foi tirado e o som parou.

Tudo parou.

Alexis parou.

E o mundo desabou junto com os joelhos da minha pequena.

O mundo de Alexis havia acabado, assim como os créditos que subiam pela tela da televisão.

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Gente, cheguei aqui hoje com mais de 150 notificações e entrei em choque, achei que era uma revolução de leitoras caçando minha cabeça.

Por favor não me matem agora.

Tentem se recompor e não chorar nos próximos capítulos ( só pra adiantar né)

Comentem muitooooo, e me digam o que estão achando.

Vocês são incríveis ❤️

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora