Alexis Ren |POV|
Eu estou com um sorriso bobo no rosto. Eu quero gritar pro mundo que Finn Wolfhard me ama e que eu o amo com todas as minhas forças. Preciso por pra fora todo esse entusiasmo antes que eu exploda por dentro.
Penso em contar a minha mãe os últimos acontecimentos, mas ela surtaria. Imagino contando para Sadie e Samantha, e tenho absoluta certeza de que as duas surtariam mais do que a minha mãe. Decido por fim ir até o hospital. Gostaria que meu pai soubesse o quão feliz eu estava.
Arrumo minha casual mochila e dentro dela coloco coisas que acho que serão úteis. Jogo-a no ombro e saio de casa rumo ao hospital. Eu não sabia qual seria a situação em que meu pai estaria, mas contaria com a sorte.
Quando atravesso a porta do quarto todo branco e bem iluminado, vejo o rosto adormecido do meu pai. Seus olhos fechados e sua face aparentavam um sono tranquilo. Puxo uma poltrona para perto do seu leito e sento ao seu lado.
"Oi pai" falo sozinha deslizando os dedos por seu braço fino " O senhor pode não me ouvir, mas eu preciso te contar algumas coisas" sorrio para ele por mais que o mesmo não veja.
"Lembra aquele garoto que veio aqui visitar o senhor comigo?" Pergunto, mas eu sei que a resposta não virá "Acho que nós estamos juntos agora" passo os dedos contornando sua mão áspera "Eu dormi na casa dela ontem e foi especial"
Solto um riso nervoso. Me arrumo na poltrona colocando as pernas entrelaçadas, como de índio.
"Acho que eu o amo" olho carinhosamente para o rosto adormecido dele "Ainda não contei para mamãe, mas ela vai surtar quando souber" Rio mais para mim mesma imaginando a cena "Eu queria que o senhor estivesse presente, com aquela sua pose de machão tentando assustar Finn, seria hilário"
Abaixo a cabeça e sinto lágrimas se juntarem no canto dos meus olhos.
"Você faz tanta falta pai" com as costas da mão faço um leve carinho em sua bochecha "Eu sei que deixei o senhor um pouco de lado nos últimos dias, mas mamãe tinha que vim vê-lo também, ela estava... Ela estava tão triste"
Passo a mão pelos olhos secando as lágrimas e me levanto da poltrona.
"Mas hoje não é um dia de lamentações" falo colocando a mão na cintura "Hoje foi o dia em que Finn se declarou pra mim pai" me apoio nos cotovelos próximo ao seu rosto e falo baixinho "ele disse que me amava"
Vejo a respiração dele aumentar com minhas palavras. Observo o monitor ao seu lado, mostrando sua frequência cardíaca.
"Pai?" Sussurro enquanto seus olhos abrem vagarosamente e um sorriso brota nos meus lábios "Você estava me ouvindo então mocinho" digo cruzando os braços na frente do peito.
Ele sorri fraquinho e me mostra a língua. Reviro os olhos para sua atitude infantil, mas meu coração alivia com sua resposta positiva. Eram poucas as vezes em que ele conversava com a gente.

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HOPE
Ficção AdolescenteSão uns olhos verdes, Uns olhos de verde-mar Uns olhos cor de esperança Uns olhos por que morri Que aí de mim Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi Como duas esmeraldas Iguais na forma e na cor Tem luz mais branda e mais forte Diz uma - vi...