12.Carlos

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- O que houve, não era isso que desejava ? – ele questionou enquanto a carruagem percorria as ruas da cidade – ao meu ver foi muito melhor que imaginava, com essa despedida ele não terá como não comparecer e o melhor de tudo é que não temos envolvimento direto, não haverá suspeitas.

- Sim estas certo sobre isso, mas mentir para tantas pessoas queridas me deixou com a consciência pesada.

-Só há eles? Mentiste há mim diversas vezes e nem por isso deixas-te de dormir a noite- eu cruzei os braços sob o peito e a observei coçar a cabeça angustiada, não havia percebido mas era um hábito dela fazer isso quando estáva nervosa ou agoniada com algo.

-Pelo contrário acho que fui mais sincera com tigo que com os demais, sempre deixei claro que seu estilo canalha em pele de bom moço não me engana – seu olhar voltou há ser divertido mesmo que ela não sorrisse.

-Então achas que eu sou um canalha? Perguntei tentando parecer incrédulo, o que provavelmente falhou pois ela sorriu amplamente .

- Milorde jamais me enganou.

- Milorde soa muito sério, me sinto há beira da morte quando me chamas assim- que diabos estava acontecendo comigo desde quando eu me importava com como ela me chamava.

-Chamarei-lhe de Carlos Canalha creio que combinas bem contigo- ela gargalhava da própria piada deixando suas faces coradas e fazendo uma mecha de cabelo soltar-se do penteado e escorregar graciosamente até a frente do vestido, só se eu estivesse cego pra não notar o quão atraente ela estava, peguei a mecha e delicadamente há devolvi ao topo da cabeça, embora ela parecesse ter vida própria e não obedecer ficar onde eu há colocava, ela ria mais há cada tentativa frustrada minha, trabalhado com as duas mãos consegui prender a mecha rebelde com um grampo e minhas mãos desceram automaticamente ao pescoço dela que estremeceu de leve pelo toque.

Meu olhar ficou preso nos lábios entreabertos dela que me desafiavam a beija-la, verdade seja dita tudo nela era desafiador, e ao mesmo tempo assustador, ela era uma mulher quando queria e uma menina quando precisava, uma que subia em arvores com a mesma facilidade que dançava com um príncipe, ela seria uma...Não ela não seria nada, eu devia agradecer aos céus pois a carruagem parou e me afastando dela.

- Porque paramos ? perguntou observando a rua movimentada.

- Não queria parar?- caralho eu tinha que perder esse hábito de sempre usar as oportunidades para um comentário sugestivo pelo menos com ela, não , principalmente com ela.

Ela me olhou com uma falsa seriedade e eu sorri colocando as mão pra cima.

- Força do habito.

- Imagino- ela disse saindo da carruagem acompanhada pelo cocheiro- Onde vamos?

-Tornar uma mentira uma verdade- respondi encaminhando ela até a joalheria do outro lado da rua.

-Boa tarde Milorde – O senhor de cabelos grisalhos me cumprimentou – Lady Vasconcelos que prazer em revê-la

- Boa tarde senhor Olívio – era visível que ele estava mais a vontade com ela por perto, ela parecia despertar esse lado bom nas pessoas, velho maldito seque sorriu para mim uma vez –Como tem passado sua esposa?

- Muito bem obrigada por perguntar- o homem se virou e de uma prateleira alta ele retirou uma caixa de madeira trabalhada e a colocou em cima do balcão com um olhar de reprovação para mim- Sua encomenda está pronta milorde.

- Abra é sua.

-Quando encomendaste isto? -Ela me olhou com desconfiança.

-Era para o baile dos Hibiscos mas não tinham do modo que eu desejava – ela estreitou o olhar e abriu a caixa, revelando um camafeu com um cavalo de ouro com pedrinhas de diamante – Não é uma joia feminina mas achei que gostaria.

Não sou sua QueridaOnde histórias criam vida. Descubra agora