A confusão era um sentimento claro em seu rosto levemente corado, e deixá-la- constrangida me fazia rir involuntariamente enquanto ela voltou resmungando para a Carruagem e bateu a porta ao entrar.
-Precisa de ajuda ?-perguntei após alguns minutos que ela havia entrado emitir sons de desaprovação ao tentar retirar o vestido.
-Esse espartilho não foi feito para ser retirado sozinha eu não consigo- ela bufou e eu pude ouvi-la sentar.
-Saia eu tenho experiência em espartilhos- respondi tentando parecer mais sério possível.
-Nem morta aí fora com você e mais dois homens jamais.
-Prefere que eu entre?- perguntei sorrindo ao imaginar a expressão de ultraje que ela estaria fazendo lá dentro.
-Ande logo Mariane não temos a noite inteira o convidado de honra não deve chegar atrasado, isso levantaria suspeitas- argumentei após ouvi-la tentar novamente retirar o espartilho e audivelmente fracassar espraguejando bastante.-Ta bom- ela bufou- Mas sem truques.
Abri a porta lentamente, a carruagem era forrada de veludo preto e tinha luminárias há velas nos cantos, é a luz trepidante dava a pele clara dele um aspecto cremoso sob o espartilho claro , as meias altas de renda sob as pernas torneadas atraiam o meu olhar.
-Pare de me olhar desse jeito- ela reclamou virando-se e revelando uma quantidade enorme de pequenos botões perolados aos quais ela só avia conseguido abrir os três primeiros.
-Vai-me perdoando querida, mas eu não sou esse tipo de homem que vende recanto na frente de uma mulher, principalmente quando ela está apenas com roupas de baixo - respondi subindo na carruagem.
-Você prometeu_ ela protestou.
-Que não ia olhar? Não me recordo disso não até por que seria bem complexo abrir esses botões sem o auxílio da visão- jamais conseguiria parar de flertar com ela, não enquanto continuassemos nessa situação, já desejei muitas mulheres que não poderia ter sem um casamento mas aquilo era muito além da capacidade de controle de um homem, cada maldito botão era um martírio, quem iria acreditar que eu estava a sós em uma carruagem com uma mulher despindo o seu espartilho apenas para vesti-la em um smoking meu, por Deus se alguém me contasse nem eu acrediria.
Ela sussurrou um obrigado quando o último botão se libertou da casa, deixando a peça solta, acariciei seu ombro sob a final chermise transparente, ela suspirou.
-Tens que parar com isso, Antony disse-me uma vez que existem certos limites que os homens não conseguem se controlar e esses limites que diferenciam um homem de um canalha- ela disse com a voz rouca que me fez ter mais vontade ainda de possui-la ali mesmo.
- Eu já estou muito além desses limites minha querida- respondi mordiscando o nódulo da sua orelha e a fazendo arfar, a alça do espartilho caiu junto com a chermise fina deixando a pele exposta e vulnerável, vulnerável essa era a palavra, ela parecia pela primeira vez totalmente vulnerável, sem barreiras, disposta, poderia possui-la ali e ela seria minha-posso lhe perguntar se já havia chegado há esses limites?
Perguntei enquanto minhas mãos percorriam a pele macia dos braços passando levemente pela lateral dos seios .
-Não- respondeu num sussurro baixo estremecendo há cada carícia -Ele não queria comprometer a minha honra.
-Mas comprometeu a da Filha do barão sem muito esforço - ela ficou rija e se afastou sem dizer nenhuma palavra, e assim permanecendo , canalha ou não eu sabia quando uma mulher não queria mais, sai da carruagem e deixei que ela terminasse sozinha de se vestir.
Ela saiu alguns minutos depois com cabelo preso no topo da cabeça, o terno de número maior havia escondido parcialmente os seios fartos mas a calça havia ficado justa e deixava claro que ela não usava nenhuma daquelas caçarolas de renda que eu havia visto há pouco.
-O que eu fiz de errado - ela perguntou passando a mão no lenço branco que havia amarrado no pescoço.
-Nada, talvez eu tenha feito algo de errado para merecer isso- ela não se passaria por homem jamais, estava feminina de mais, esfreguei as temporas ao dize- Isso não vai dá certo.
- Eu tenho dois irmãos o laço está ótimo pare de reclamar- ela desceu da carruagem pisando de meia calça no chão-A propósito os sapatos estão grandes de mais.
Oh Droga eu não precisava lembra que ela estava usando apenas as meias e a faixa por de baixo daquela roupa simples mas saber me deixou duro de novo, só por que eu tinha acabado de conseguir me controlar.
-Rapaz venha aqui- gritei para o cocheiro da carruagem, e quando ele chegou próximo conteve o riso- tire os sapatos.
Ele obedeceu e sorriu pra Mariana que o olhou de cara fechada.
-Viram agora me pareço um canalha lusitano- ela intercalou o olhar superior entre mim e o cocheiro que gargalhou alto e foi atingido na cabeça por um par de sapatilha que ela habilmente retirou da carruagem.
- Mi Lady pode jogar a outra se desejar mas não acho que isso mudará o óbvio- ele disse apanhando o calçado do chão- Fui pago para mentir para os outros não para a senhorita.
-Ahh eu odeio vocês homens- ela caminhou até a minha carruagem e pegou minha capa escura e a cartola ,vestiu e me olhou com ar aborrecido -ótimo ninguém me reconhecerá, ande logo não podemos nos atrasar.
-Vamos torcer para que o Marquês de Borba tenha convidado muitas damas com decotes profundos assim ninguém irá notar.Ela ainda estava chateada pelo que eu havia dito na carruagem trocou apenas poucas palavras comigo durante o percurso limitando-se a respostas curtas.
A propriedade do Marquês era composta por uma longa entrada ladeada por altas árvores e o casarão pedra polida por fora, na frente da propriedade haviam algumas carruagens onde cavaleiros desembarcavam e entregavam seus pertences a uma fileira de criados que aguardavam a porta.
-Isso não me parece nada com uma pequena recepção- ela observou com a voz trêmula apertando as luvas entre as mãos- Estão recolhendo as cartolas.
-Apenas finja indiferença quando lhe pedirem a cartola será apenas um cavaleiro excêntrico- eu desci na frente e ela ficou me olhando para uma dama provavelmente estava acostumada a ter um cavalheiro que ajudasse a descer da carruagem mas hoje ela era um cavaleiro- podemos dizer que não foi totalmente em vão ter aprendido cinco idiomas poderá usar um desses hoje, será um amigo chegou de viagem e não fala nossa língua, francês é uma ótima língua para se falar, mantenha olhar baixo como se estivesse olhando para os seios das outras damas ou para partes mais baixas dependendo de quanta roupa elas estiverem usando, evite olhar diretamente para os cavaleiros penas se dirigirem a palavra falara com eles.
- Você é desprezível- descendo da carruagem desajeitadamente.
Passamos pela fileira de criados onde ela se saiu muito bem e prosseguiu vestida com a capa e a cartola o cavaleiro da frente me olhou com curiosidade e eu lhe devolvi o olhar com frieza.
A entrada da do salão o próprio anfitrião cumprimentava os convidados.
-Enfim chegaste o próximo a ir a forca, embora a sua forca tenho que demitir seja muito mais sexy que a do primeiro cavalheiro- O Marquês me comprimentou com um sorriso amplo e um pequeno tapinha nas costas ignorando completamente Mariana um passo atrás.
-Sou um homem de sorte- respondi tentando manter o maior nível de empolgação.
-Com certeza és irá casar-se com o mais belo par de seios na cidade do Rio de Janeiro- respondeu e uma gargalhada alta- se isso não é sorte eu não sei o que é. A última vez que me apresentaram uma dama a altura do meu título ela era meio vesga.O homem riu da própria piada e eu acompanhei mesmo quando minha vontade era mandar calar-se, ou eu mesmo cala-lo.
-Quase havia me esquecido esse és sir Benedict Monfrear, chegastou ontem, e é um grande amigo do norte da França, não fala uma palavra sequer em português mas creio que apreciará um belo par de seios- o rosto de Mariana estava corado como um pimentão e um sorriso forçado.Marquis de Borba jugeant que le seigneur semble avoir le contenu de la crosse à la place du cerveau, en regardant une paire de seins ne devrait pas être difficile.
(Marquês de Borba a julgar que o lorde parece ter o conteúdo da bunda no lugar do cérebro olhar um par de seios não deve ser difícil.)
Eu tinha um amigo chamado Benedict e ele dizia as maiores atrocidades em Francês e pelo meu curto conhecimento da língua tive que conter o riso ao perceber que ela o ofendia com sorriso no rosto.
O homem deu um sorriso estranho sem entender e voltou-se para mim.
- Vamos entrar, já reservei a melhor mesa junto com o o barão de Barsal, o seu filho mais velho e o novo Barão de Cambrile- ele disse já se encaminhando para dentro do salão.
O salão provavelmente o principal não era dos maiores que já tinha visto mas acomodava uma grande quantidade de pessoas sendo dentre estes cavaleiros com charutos e whisky em suas mãos e aqueles que possuíam mãos desocupadas as usavam para acariciar as jovens com decotes fundo e vestidos curtos que circulavam pelo local.
Fomos encaminhados à uma mesa onde o velho Barão de Baçal fumava um charuto enquanto o homem ao seu lado bebia whisky e acariciava as pernas de uma jovem loira em pé ao seu lado, já com um leve sorriso de embriaguez nos lábios, ao seu lado o homem de cabelos castanhos e olhos verdes também bebia e conversava com os outros quando chegamos a mesa.
-Apresento a todos o Duque de Vila Real.
Se alguém tinha notado alguma coisa de diferente em Mariana não havia demonstrado, ninguém além de Antony que manteve o olhar fixo nela desde que chegou, desviando apenas para cumprimentar-me com um aperto de mão forte e um olhar sério.
Ele segurou a mão dela por mais tempo e acariciou a parte de cima com o polegar com um movimento quase imperceptível.
- O que há para beber aqui- precisava de uma bebida e uma bebida forte, pois a sanidade estava ameaçando me deixar.
Ele continuava a olhar para ela como se a despiste com os olhos.
Viemos aqui para isso,
viemos aqui para isso,
Eu repeti a frase umas dez vezes enquanto bebia rapidamente o whisky forte.
-Creio que haja um local mais reservado onde possamos apreciar melhor as belas moças que aqui estão- Antony disse chamando uma moça de cabelos escuros quê se aproximou.
- Por certo que sim meu caro, a bela moça que escolheu poderá levá-lo-lo há um lugar mais reservado.Mariana piscou várias vezes se impedindo de chorar.
-Homem inteligente o Barão de Cambrilê -eu disse indicando Mariane uma moça de cabelos claros que passava por detrás dela- Benedict.
-Oui oui -ela respondeu levantando-se e pegando o braço da moça com rispidez dirigindo-se ao fundo do salão assim como Anthony havia feito.
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Não sou sua Querida
Historical Fiction#02 Ficção histórica #30 Ficção histórica Após cinco anos de um noivado de aparências com o filho do Duque de Vila Real, Mariana decidiu que não iria mais esperar por ele , ela faria suas próprias escolhas, mas após o assassinato do duque o filho...