15-Mariana

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-Me perdoe Condessa iremos encontra-la- o criado franzino dos estábulos falava de cabeça baixa próximo entrada do escritório particular da condessa.

-O que houve minha mãe? Perguntei passando por ele e a observando.

-Não foi nada que deva se preocupar- respondeu friamente sem me olhar nos olhos, isso era uma atitude típica de quando queria me esconder algo com meias verdades, ela dispensou o garoto com um gesto - Pode se retirar.

-Eu conheço-a bem de mais minha mãe para acreditar que não foi nada.

-Não se preocupe com isso- ela dispersou o assunto sentando-se e me chamando para ocupar o acento ao seu lado- chegou há pouco noticias da corte, um evento grandioso será organizado pela duquesa de Lafrões.

- Por Deus, como pode saber das coisas tão rápido- respondi tensa, o que mais ela poderia saber mais.

-Chegou há pouco uma correspondência da própria duquesa me pedindo autorização para lhe oferecer uma despedida de solteira- ela respondeu com um raro olhar cumplice.

- E o que respondeu?- Meu coração batia tão alto que eu podia ouvir o sangue bombear nos meus tímpanos.

-Não poderia negar um pedido de uma duquesa, não quando o próprio duque de Vila Real terá sua própria despedida- ela se aproximou com os olhos marejados ao me observar com um olhar maternal que há anos eu não via - Já privei essa família de mais coisas que posso me recordar.

-Todos erramos minha mãe.

- Eu mais que ninguém, mas meus erros irão se consertar com esse casamento- ela disse mais pra ela mesma que para mim.

-Sei que já fiz essa pergunta diversas vezes, mas por que faz tanta questão desse casamento- ela ficou seria e com o olhar distante como das outras vezes que eu lhe fiz a mesma pergunta.

-Apenas o melhor para esta família- respondeu sem emoção se retirando do local com maior rapidez que a educação de uma condessa permitia.

Após alguns minutos refletindo sobre o que ela dissera eu cheguei a mesma conclusão de sempre, não há entenderia nem que vivesse mil anos, dois criados passaram apressados pela porta aberta despertando a minha curiosidade para o que eu havia ouvido quando cheguei, algo tinha sumido, será que acharam?

-O que está havendo- perguntei a uma jovem de bochechas rosadas que estava parada há porta de saída da cozinha .

- Mi lady, a égua branca derrubou um criado do estábulo e fugiu, os outros estão há sua procura- respondeu há jovem com uma reverência- ele está bem mas não tem muitas horas de sol para procurar.

Cavalos são  animais acostumados com a rotina e ela assim como eu devia sentir falta das cavalgadas ao por do sol. Fim de tarde, se alguém sabia onde Tempestade ia está esse alguém era eu,

Corri ate o estabulo com a criada em meu encalço me pedindo para parar, o estabulo estava deserto apenas os cavalos em suas baias, Pedrita relinchou ao me ver por cima do portão da baia, ela batia o casco no chão pedindo algo, as vezes era comida mas ali ela parecia entender minha preocupação e pedia para ajudar-me.

-Pega a cela na sala da frente- pedi pegando o freio pra colocar nela, essa era um parte difícil pois ela não ficava quieta, e além do mais Antony era quem o colocava e ele nunca achava fácil, mesmo sendo dócil ela não gostava do freio- Calma garota.

Ela relinchou se esquivando do freio que devia ir entre os dentes e na testa para acomodar as rédeas, após a terceira tentativa eu consegui finalmente colocar o equipamento nela, o desafio atual era a cela pois a moça vinha com uma cela masculina nas mãos, onde devia se cavalgar com as pernas abertas eu só havia cavalgado assim uma vez, e além do mais não sendo um animal de raça ou não ela era alta e chance de colocar a cela errada era imensa, eu e a criada puxamos a barrigueira com a maior quantidade de força que conseguimos, e quando os músculos do meu braço já doíam eu me dei por satisfeita, tinha que servir.

Não sou sua QueridaOnde histórias criam vida. Descubra agora