impulso

95 3 0
                                    


sei deste impulso,
de leme ausente,
que cava no silêncio do quarto,

eu o espio de lado,
se insinua nos desvãos solitários da pouca luz,

um misto de real e sonho, embalado por vinho da mais doce vinha,

delírio que desencaminha, faz prisioneiro,

é um marulho de ondas de monções vivas que desaguam por meu sexo,

plenitude fria, de misterioso sêmen ejaculado nas núpcias com a Mãe dos viventes...

espírito ctônico da abundância que conduz ao poente...

(Me permito um adendo a este texto de difícil conclusão. Ele se insere num conjunto de textos que querem "habitar" o mistério da Vida, que é fundamento de minha poesia.)

Louvor Onde histórias criam vida. Descubra agora