Capítulo I

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Sexta-feira 13, Seul, restaurante de iguarias às 08:13 p.m

Um belo restaurante, com certeza. Suas paredes eram de vidro, onde, em lugares estratégicos, haviam cortinas vermelho sangue que vedava a vista de fora. As mesas de madeira aparentemente de alta qualidade, cobertas por um fino tecido branco e um jarro com apenas uma rosa dentro. Tudo dava um ar de requinte. O movimento da noite era grande, só se viam os garçons entrando e saindo da cozinha com seus passos largos e apressados, mas sem perder a total postura de submisso a todos ali, tratando todos como seus garçom pessoal e toda sua atenção era do seu cliente. Poderiam ser citados muitos outros pontos sofisticados sobre a instalação, mas o foque da noite não era esse.

Todo alarde estava localizado no interior de dois rapazes que adentravam o estabelecimento. Os olhares dos dois estavam grudados, como se caso algum ousasse tornar os olhos para outro canto perderia seu orgulho por inteiro. Mesmo Park Jimin não sendo uma pessoa orgulhosa, não queria fugir da batalha. Um jovem aos seus vinte anos de jornada na vida, onde há dois anos, ingressou na faculdade de dança de Seul com seu amigo de infância Jung Hoseok. Amava muito o que fazia. Não eram simples movimentos, era sua forma de se expressar. A cada passo feito, era um significado adotado a ele, de uma singela palavra a um texto inteiro, ele gostava de chamar de linguagem corporal gesticular. As pessoas não entendiam, mas eram meros ignorantes com seus pensamentos mesquinhos. Tudo é patético em seus olhares, mas na verdade tudo era um poço fundo de conhecimento. Sua apresentação era singela, pois sempre foi uma pessoa muito humilde, ralava dia a dia para conciliar a faculdade com o emprego de caixa em um supermercado, então o que estava fazendo em um restaurante de alto escalão? Queria esbanjar um dinheiro que não tinha? Fingir que é chique no instagram? Ou uma vez na vida comer uma refeição de gala?

Talvez as perguntas pudessem ser respondidas com um pronome possessivo e um sujeito. Sua namorada. A garota era uma menina muito nova, no auge da adolescência que acabara de conquistar sua maior idade que de brinde veio com um carro nada acessível para os bolsos de qualquer um, pois sua família tinha um grande poder aquisitivo, o que não fazia a mínima diferença para o loiro ao seu lado.

Conhecia Jimin há pouco menos de um ano, para ser mais preciso, sete meses. Tinham uma relação forte, às vezes brigavam como todo casal, mas não durava muito tempo, pois, com a futilidade da menina que tentava "comprar" o mais velho o bajulando para perdoar mais uma de suas irresponsabilidades juvenis, ele simplesmente aceitava, acreditava que nada que dizia ou pensava em dizer, iria entrar naquela cabeça desprovida de alguma maturidade. Apenas consentia e continuava com a rotina. Às vezes se perguntava qual era o sentido desse relacionamento, mas o dispersava com as forças de sua mente pois gostava sim da menina. Sem contar suas loucuras dadas pela idade, era uma menina muito meiga, fofa, animada e brincalhona. Sempre faria de tudo para apoiá-la e mimá-la, até vir a um restaurante refinado, se trajando totalmente elegante, para conhecer a melhor amiga da parceira, que era a pessoa que mais falava no universo. Elas eram da mesma classe social — mais conhecida como as podres de rica — e estudavam no mesmo colégio. Porém, a amiga de sua namorada era mais velha um ano. Elas se autodenominam como melhores amigas, ou, até mesmo, best friends forever. Poderia ser clichê, brega, ou o que fosse, mas elas não ligavam. Eram tão unidas que continham até colares iguais, especificamente de ouro com seus nomes cravados a mão, tudo as definiam como High Society.

Nessa noite de sexta, onde a lua se escondia por trás das finas camadas de nuvens que ousaram se colocar em sua frente e onde um vento gélido passava pelos seus corpos que em resposta se arrepiaram por inteiro, a mais nova vestia um vestido curto de cor semelhante a um vermelho paixão, de corte balone, que deixava a parte da saia solta ao vento que a empurrava para o lado e sua maquiagem estava muito bem feita com nos lábios um batom da mesma cor do vestido a dando um ar de sensualidade. Estava muito bem acompanhada de seu namorado, então, garota entrelaçou suas mãos com as do loiro, mostrando a todos que o seu parceiro tinha dona. O homem se trajava muito bem com uma blusa branca de pano fino abaixo de um blazer que tinha uma aparência que se assemelhava a uma peça muito cara. A cor era um azul marinho e a calça também era dessa mesma cor e tecido. Seus sapatos pareciam de couro e refletiam a luz que realçava aquele mero calçado.

Quem é Vivo Sempre Aparece | JikookWhere stories live. Discover now