Final: Capítulo XXII

50 5 0
                                    

Madeixas castanhas claras esvoaçavam-se com a força dos ventos fortes que lhe acertavam, frios brilhantes refletindo a luz solar quente daquela manhã clara de sábado — ou deveria ser esse dia. A imagem de um rapaz sorridente, deixando suas bochechas mais salientes e seus olhos formarem pequenos riscos cerrados formava um semblante doce e contagiante, aquecendo o coração do maior acastanhado que clamava o seu nome risonho. As gramíneas faziam cócegas nas solas de seus pés descalços, enquanto a brisa  das árvores chocavam contra seus corpos trajados com roupas leves, lhes refrescando.

Jeongguk podia jurar que em sua vida inteira nunca havia visto Jimin tão belo quanto estava nesse momento que corria divertido em sua frente. Quase como um anjo. O mais baixo com seus cabelos loiros claros cobrindo parte de sua face esbelta e tão bem delineada, o sorriso marcado em seus lábios cheinhos e rosados clamando por um contato com os seus, o contraste do sol contra sua tez leitosa, cada detalhe podia ser considerado, sem contestações, uma obra de arte viva.

O Jeon apressou sua corrida já impaciente para tomar o Park em seus braços, o fazendo unicamente seu, para selar seus lábios grossos com seus semelhantes e provar de seu gosto mais uma vez. Contudo, o loiro continuava sua corrida, distanciando-se cada vez mais, por que Jimin tinha que parar! Cessar seus passos para o moreno lhe beijar.

Uma angústia tomou o peito do Jeon, esticando seu braço para tentar tocar o ombro de sua paixão, alcançá-lo. Jeongguk precisava de Jimin.

— Acorda preguiçoso! — um esbravejo alto quebrou seus sonhos, o despertando de sua inconsciente imaginação.  Era apenas mais um sonho...

O corpo do mais novo estava esparramado despojadamente no sofá, uma bagunça de membros, cabelo, almofadas e lençóis, além de um real preguiçoso, Jeongguk  — este que nesses últimos dois meses que passaram juntos, Jimin descobriu ser um baita de um bagunceiro também. Impaciente e maldoso, o menor deu um bicudo relativamente forte na parte inferior do sofá, tentando novamente acordar o infeliz que não estava a lhe escutar direito. Jeongguk soltou um muxoxo contido pelo tecido por seus lábios rosados, ele não queria acordar agora, poxa… Vida de universitário era horrível.

O fotógrafo remexeu-se, levantando e saindo do conforto de suas cobertas quentinhas e do sofá — que cumpria sempre a árdua missão de quebrar suas costas custe o que custas nesses últimos meses. Para Jeongguk, era incrivelmente patético ele dormir naquele pedaço de tábua, mas respeitava o espaço do menor, caminharam aos poucos — para a tranquilidade de um e o desgosto do outro —, em uma relação ainda  não nomeada.

A primeira coisa que o Jeon enxergou naquela manhã foram os cabelos curtos e castanhos claros do de baixa estatura — há pouco tempo havia mudado novamente, testando novos ares e arrancado múltiplos suspiros do fotógrafo, Jimin estava sempre lindo. A segunda coisa que notou foi os trajes mais arrumados e a ausência de um pijama no Park.  

— Você está atrasado — avisou risonho, mordendo animado a torrada com queijo que havia preparado para si e seguindo para cozinha na maior calma do universo, agora o contrário do Jeon.

Atrasado? Puta merda! Não podia perder sequer um minuto, no dia em questão possuía aula do professor mais carrasco do campus inteiro. O moreno escuro cassou desesperado seu celular sobre o centro de madeira marrom da sala, silabando todo o seu vocabulário de baixo calão em praguejos. Eram oito e meia da manhã, quando encontrou seu smartphone e ligou o visor — que tinha uma bela foto de Jimin risonho como wallpaper. Ainda era cedo e dava tempo de sobra para de arrumar, realizar suas higienes completas e tomar um reforçado café da manhã. Jimin era um besta fazendo tais brincadeiras infantis consigo, quase lhe provocando uma síncope.  

Quem é Vivo Sempre Aparece | JikookWhere stories live. Discover now