Capítulo Cinquenta e Um

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Capítulo Cinquenta e Um.

Serena

- Espero que não esteja se sentindo desconfortável com o que eu disse mais cedo. - Fabricio diz nitidamente preocupado, enquanto me esperava abrir o portão de casa.
- Não fiquei. - respondi. - Está tudo bem.
Não estava tudo bem. Eu estava mal, pelo simples fato de Jennifer estar grávida de um menino, ele seria o amor da vida de Gael. Enquanto minha menina, sequer amada, pôde ser.
- Você não pensa em dar chance à ninguém por agora, Serena?
- Não. - respondi. - Estou tranquila sobre me machucar. Relacionamentos doem quando desandam, quando acabam.
- Mas se me desse uma chance, faria de tudo para que o nosso não acabasse.
Respiro fundo.
- Eu gosto muito de você Fabricio mas não sou capaz de correspondê-lo, não agora. Eu prefiro que continuemos ser apenas amigos. É uma boa opção.
- Tudo bem, eu entendo! - ele sorri sem graça. - Então, se não posso ter o seu amor e posso ter sua amizade, eu aceito.
- Obrigada. - o abracei. - As rosas são lindas, eu adorei.
- Que bom que gostou! Até logo gatinha. - beijou o canto da minha boca e foi embora com seu carro e com o Diego dormindo na cadeirinha.
Entrei, tudo girou. Senti uma tortura forte me invadir e por pouco derrubei Cecília do meu colo.
- Tudo bem mamãe? - perguntou.
- É cansaço paixão. - respondi.
A coloquei no chão e fomos para a cozinha. Preparei uma mamadeira pra ela, e um sanduíche pra mim. Após a refeição, a levei para tomar banho comigo.
- Gael é bunito. - ela diz enquanto lavava o braço.
- É mesmo. - sorri.
- E você gota dele, né mãe?
Suspirei.
- Já gostei. Hoje não. - toquei seu nariz e desliguei o chuveiro.
Fomos de toalha pela casa até o quarto da minha mãe e o mesmo estava vazio. Estranhei, em cima da cama tinha um bilhete com os dizeres:
" Sai pra viver com alguém que conheci. Não me esperem, amo vocês!"
Sorri. Minha mãe, merecia ser feliz.
- Cadê a vovó?
- Foi passear. Vamos assistir desenho?
- Vamos! - ela diz animada.
Ela me ajuda com travesseiro, colchão, cobertas e decidimos ir para a sala assistir lá porque era melhor à televisão.
Entre um cochilo e outro, notei que Cecília havia dormido e estava sorrindo dormindo, uma graça! Aproveitei para bater uma foto e a campainha tocou.
Olhei no visor do celular, eram quase onze da noite.
Receosa, fui atender e dei de cara com Gael.
- O que você quer aqui? - perguntei.
- Não me aguento de saudade! - ele me puxa para um abraço.
- Para com isso Gael, vai embora. - o toquei de lá.
- Não me afaste de você Serena, você é a única que pode me fazer feliz.
- Posso mas não quero. Entenda isso, por favor! - pedi com exaustão.
- O que eu fiz pra merecer isso? Porque te amo tanto sendo que você nem liga pra mim?
- Quer mesmo que eu te diga o que você fez pra merecer Gael? Então aí vai: Você só está colhendo o que plantou, agora por favor, vai embora da minha casa que minha filha está dormindo e não quero que ela acorde.
- Me deixa ficar. Eu vim de longe, do hotel lá nos cafundó do Judas pra poder ficar contigo...
- Não é problema meu Gael. Vai embora, ou eu vou chamar a polícia.
E então, ele me roubou um selinho.
- Chama! Chama a polícia, quero ser preso por excesso de amor que estou sentindo. Por excesso de culpa que também sinto.
Reviro os olhos.
- Eu quero você fora da minha casa Gael, se minha mãe chegar, ela vai brigar conosco. Você não é bem vindo, a minha família te odeia.
- E você? Você me odeia Serena? Se você me responder com sinceridade, eu prometo que vou embora, e dependendo da resposta, eu nunca mais volto.
- Não te odeio Gael mas não te quero mais. Não te quero aqui, não te quero na minha vida e tampouco na vida da minha filha. Eu te perdoei mas não fui capaz de esquecer o mal que você e sua mãe me causou. Então, vai embora. Por favor, é a última coisa que eu te peço.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Me perdoe por ser insistente. Eu vou embora. - ele me puxou para um abraço e eu logo me afastei.

Paixão SublinhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora