Depois de dois dias de procura pelo vestido de minha mãe ela me deu um dia de folga.
- Você poderá ter seu dia de folga hoje já que eu encontrei meu vestido ideal. - Me joguei no sofá aliviada até que ela continuou a frase. - Mas, continuará a procurar um vestido de gala para você, enquanto você não precisa ir para a escola neste verão. Já é segunda e ainda temos que arranjar para sua irmã então seja breve com seu vestido.
- Mas mãe assim não será um dia de folga. - Soltei quase choramingando.
- Então eu vou junto com você que tal? - Isso seria pior do que procurar algo sozinha. Quando ela está perto você não consegue pensar.
Levantei e fui pegar a chave do carro para antes de comprar o vestido, passar na lanchonete que ficava a três quarteirões daqui de casa.
Lá não era um lugar muito grande, porém não desprovia de espaço.
A maioria da mobília era feita de madeira, até o balcão onde dois homens barbudos e carecas trajavam uma blusa branca e uma calça preta com aventais da mesma cor.
Quando eu ia no garçom que acabara de ficar livre, senti uma mão macia segurar meu braço levemente. A voz que me chamara era familiar e na hora que me virei confirmei minha hipótese.
- Que tal sentarmos lá?
Ian estava com um cardápio em mãos e sorrindo.
Usava uma calça skinny preta combinando com uma camiseta azul cobalto e um par de tênis preto com o cabelo loiro bagunçado e caído sobre os olhos. Parecia ter acordado agora a pouco.
Após sentarmos nas cadeiras puxei a conversa.
- É assim que desperdiça suas férias?
Ele deu de ombros com um meio sorriso nos lábios finos.
- Fazer o que né quando não se sabe cozinhar muito bem.
- Você mora sozinho?
Ele deu de ombros e confirmou.
- Sai de casa há algum tempo. Não aguentava ser deslocado e ficar perto de pessoas que dizem ser amigos. Mas o que a traz aqui?
-Minha barriga roncando.
Sorri e escolhi o que queria comer. Uma porção de carne e batata.
- Por que ainda não almoçou?
- Tenho que comprar um vestido, mas se minha mãe for, vai ser legal, porém cansativo, então vou ir logo e sozinha.
- Por que então não chamar a Allie?
Revirei os olhos e brinquei um palitinho que tinha na mesa.
- Iria ser a mesma coisa e minha irmã ficaria reclamando e meu irmão não está na cidade.
Ele riu e ajeitou a cabelo que o começava a incomodar.
- Então você tem irmãos?!
- Pois é né. Um mais velho que é o Jonathan e a caçula que é a Anna. E você?
Ele se encolheu um pouco. Achei que não iria ter a resposta, mas fui surpreendida.
- Sim. Um mais velho. Não temos mais contato depois que nosso pai faleceu.
Agora foi a hora de eu encolher.
- Desculpe levar a conversa para um lado tão...
- Triste?
- Iria dizer emotiva.
Ele sorriu e chamou a garçonete que vinha fazendo o famoso barulho do atrito de salto e chão. Assim como os homens carecas, usava uma blusa branca e avental preto, o que diferenciava dos homens era sua saia justa.
- O que desejam?
Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cabelo que ia até a cintura em um liso extremo. Em seus olhos verdes estava um delineado simples e rímel e na boca carnuda um batom vermelho claro.
Quando olhava para Ian, o sorriso certinho se alargava e quando e olhava a decepção era certo.
- Quero uma porção de carne e batata frita e uma coca.
- Quero o mesmo por favor.
Ele sorriu e entregou o cardápio a ela que saiu logo dali.
- Que tal eu te ajudar com o vestido?
Encostei as costas na cadeira e sorri arqueando uma sobrancelha.
- Por que?
Ele ficou na mesma posição que eu, mas nele surtia mais efeito por ser um cara gato.
- Não é óbvio?
Dei de ombros olhando para a garçonete que estava serpenteando as mesas com tamanha maestria.
- O óbvio é que estou com fome.
A loira colocou as porções e as cocas, abrindo a garrafa dele.
- Se precisar de mim loirinho, é só chamar!
Dando as costas para nós logo em seguida. O que havia acontecido ali? Levantei os braços em uma posição de por que e fiz uma careta de quem não havia entendido nada.
Desistindo de explicações e vendo que ele ria da minha careta, peguei a garrafa e apoiei a tampa na quina da mesa e empurrei-a para baixo a abrindo.
- Uau!
- Isso não é nada. Mas retomando, o que deveria ser tão óbvio?
Com um sorriso no rosto ele tomou um gole da coca.
- Eu sou do sexo oposto, logo, aonde você vai provavelmente também terá.
- Eu não vou para satisfazer o gosto dos homens. – Disse enquanto comia.
Para comer eu era sem cerimônias.
- Me desculpe se transpareceu desse jeito. – Ele abaixou a cabeça e começou a comer e depois continuou. – O que eu quis dizer, é que de certa forma eu posso te ajudar.
- Okay! Então vamos depois.
Sorrindo, concordou com a cabeça e continuamos a comer.
.............
Depois de pagar a conta. Fomos andando até o carro.
- Por acaso é uma moto?
- Não. Meu pai não gosta muito de coisas chamativas como minha moto.
Saímos e ele estancou no lugar.
Entrei no carro e o chamei.
- Imagina se gostasse.
Coloquei uma música e dirigi até a loja que eu não fiz questão de saber o nome.
Quando entrei na loja, uma mulher alta me atendeu. Olhei para o crachá e estava escrito Clarissa.
Ela tinha a pele morena e os cabelos avermelhados, seu rosto era um pouquinho redondo e seus olhos azuis chamavam a atenção. Talvez os olhos de todos eram atraídos por ela por sua elegância de falar e andar, além de sua beleza.
- Qual o estilo de vestido deseja?
Saindo do transe gaguejei por alguns milésimos de segundo.
- De gala.
Ela sorriu e pediu para que a seguíssemos.
- Tem preferência de cor?
- Branco.
Ian deixou escapulir um sorriso torto e eu cutuquei para ele parar.
Chegamos a uma sala com um espelho enorme e um sofá preto do lado oposto ao espelho. Atrás da parede com o espelho tina um corredor que levava ao provador.
- Seu namorado fica. – Ela sorriu e me puxou pela mão.
- Ele não é meu...
- Até Sophy. – Ian se sentou e começou a rir e eu passei o polegar e meu pescoço sinalizando morte para ele.
No provador tinha um espelhinho que dava para ver o rosto e o busto.
Não havia nem completado dois minutos que havia saído e logo voltou, trazendo consigo três vestidos.
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The Wolf (REVISÃO)
Vlkodlaci"Mesmo tendo um irmão mais velho, tenho que ser a alfa! Por quê? Mesmo com 16 anos já tenho um peso no futuro... Só queria ser pelo menos 3% normal." Achando que era apenas isso para sua vida, Sophy não espera o que acontecerá, quem ganhará ou de q...