3° Capítulo (revisado)

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Depois de dois dias de procura pelo vestido de minha mãe ela me deu um dia de folga.

- Você poderá ter seu dia de folga hoje já que eu encontrei meu vestido ideal. - Me joguei no sofá aliviada até que ela continuou a frase. - Mas, continuará a procurar um vestido de gala para você, enquanto você não precisa ir para a escola neste verão. Já é segunda e ainda temos que arranjar para sua irmã então seja breve com seu vestido.

- Mas mãe assim não será um dia de folga. - Soltei quase choramingando.

- Então eu vou junto com você que tal? - Isso seria pior do que procurar algo sozinha. Quando ela está perto você não consegue pensar.

Levantei e fui pegar a chave do carro para antes de comprar o vestido, passar na lanchonete que ficava a três quarteirões daqui de casa.

Lá não era um lugar muito grande, porém não desprovia de espaço.

A maioria da mobília era feita de madeira, até o balcão onde dois homens barbudos e carecas trajavam uma blusa branca e uma calça preta com aventais da mesma cor.

Quando eu ia no garçom que acabara de ficar livre, senti uma mão macia segurar meu braço levemente. A voz que me chamara era familiar e na hora que me virei confirmei minha hipótese.

- Que tal sentarmos lá?

Ian estava com um cardápio em mãos e sorrindo.

Usava uma calça skinny preta combinando com uma camiseta azul cobalto e um par de tênis preto com o cabelo loiro bagunçado e caído sobre os olhos. Parecia ter acordado agora a pouco.

Após sentarmos nas cadeiras puxei a conversa.

- É assim que desperdiça suas férias?

Ele deu de ombros com um meio sorriso nos lábios finos.

- Fazer o que né quando não se sabe cozinhar muito bem.

- Você mora sozinho?

Ele deu de ombros e confirmou.

- Sai de casa há algum tempo. Não aguentava ser deslocado e ficar perto de pessoas que dizem ser amigos. Mas o que a traz aqui?

-Minha barriga roncando.

Sorri e escolhi o que queria comer. Uma porção de carne e batata.

- Por que ainda não almoçou?

- Tenho que comprar um vestido, mas se minha mãe for, vai ser legal, porém cansativo, então vou ir logo e sozinha.

- Por que então não chamar a Allie?

Revirei os olhos e brinquei um palitinho que tinha na mesa.

- Iria ser a mesma coisa e minha irmã ficaria reclamando e meu irmão não está na cidade.

Ele riu e ajeitou a cabelo que o começava a incomodar.

- Então você tem irmãos?!

- Pois é né. Um mais velho que é o Jonathan e a caçula que é a Anna. E você?

Ele se encolheu um pouco. Achei que não iria ter a resposta, mas fui surpreendida.

- Sim. Um mais velho. Não temos mais contato depois que nosso pai faleceu.

Agora foi a hora de eu encolher.

- Desculpe levar a conversa para um lado tão...

- Triste?

- Iria dizer emotiva.

Ele sorriu e chamou a garçonete que vinha fazendo o famoso barulho do atrito de salto e chão. Assim como os homens carecas, usava uma blusa branca e avental preto, o que diferenciava dos homens era sua saia justa.

- O que desejam?

Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cabelo que ia até a cintura em um liso extremo. Em seus olhos verdes estava um delineado simples e rímel e na boca carnuda um batom vermelho claro.

Quando olhava para Ian, o sorriso certinho se alargava e quando e olhava a decepção era certo.

- Quero uma porção de carne e batata frita e uma coca.

- Quero o mesmo por favor.

Ele sorriu e entregou o cardápio a ela que saiu logo dali.

- Que tal eu te ajudar com o vestido?

Encostei as costas na cadeira e sorri arqueando uma sobrancelha.

- Por que?

Ele ficou na mesma posição que eu, mas nele surtia mais efeito por ser um cara gato.

- Não é óbvio?

Dei de ombros olhando para a garçonete que estava serpenteando as mesas com tamanha maestria.

- O óbvio é que estou com fome.

A loira colocou as porções e as cocas, abrindo a garrafa dele.

- Se precisar de mim loirinho, é só chamar!

Dando as costas para nós logo em seguida. O que havia acontecido ali? Levantei os braços em uma posição de por que e fiz uma careta de quem não havia entendido nada.

Desistindo de explicações e vendo que ele ria da minha careta, peguei a garrafa e apoiei a tampa na quina da mesa e empurrei-a para baixo a abrindo.

- Uau!

- Isso não é nada. Mas retomando, o que deveria ser tão óbvio?

Com um sorriso no rosto ele tomou um gole da coca.

- Eu sou do sexo oposto, logo, aonde você vai provavelmente também terá.

- Eu não vou para satisfazer o gosto dos homens. – Disse enquanto comia.

Para comer eu era sem cerimônias.

- Me desculpe se transpareceu desse jeito. – Ele abaixou a cabeça e começou a comer e depois continuou. – O que eu quis dizer, é que de certa forma eu posso te ajudar.

- Okay! Então vamos depois.

Sorrindo, concordou com a cabeça e continuamos a comer.

.............

Depois de pagar a conta. Fomos andando até o carro.

- Por acaso é uma moto?

- Não. Meu pai não gosta muito de coisas chamativas como minha moto.

Saímos e ele estancou no lugar.

Entrei no carro e o chamei.

- Imagina se gostasse.

Coloquei uma música e dirigi até a loja que eu não fiz questão de saber o nome.

Quando entrei na loja, uma mulher alta me atendeu. Olhei para o crachá e estava escrito Clarissa.

Ela tinha a pele morena e os cabelos avermelhados, seu rosto era um pouquinho redondo e seus olhos azuis chamavam a atenção. Talvez os olhos de todos eram atraídos por ela por sua elegância de falar e andar, além de sua beleza.

- Qual o estilo de vestido deseja?

Saindo do transe gaguejei por alguns milésimos de segundo.

- De gala.

Ela sorriu e pediu para que a seguíssemos.

- Tem preferência de cor?

- Branco.

Ian deixou escapulir um sorriso torto e eu cutuquei para ele parar.

Chegamos a uma sala com um espelho enorme e um sofá preto do lado oposto ao espelho. Atrás da parede com o espelho tina um corredor que levava ao provador.

- Seu namorado fica. – Ela sorriu e me puxou pela mão.

- Ele não é meu...

- Até Sophy. – Ian se sentou e começou a rir e eu passei o polegar e meu pescoço sinalizando morte para ele.

No provador tinha um espelhinho que dava para ver o rosto e o busto.

Não havia nem completado dois minutos que havia saído e logo voltou, trazendo consigo três vestidos.

The Wolf (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora