31: touch

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-Então o seu pai fazia tudo isso sem motivo nenhum? -Perguntou um tanto assustado.

Os dois garotos estavam sentados no banco de madeira, enquanto Michael contava tudo que tinha dito pelas mensagens, só que agora olhando nos olhos de Luke. Era estranho, ele estava se sentindo mais seguro, sabendo que Luke nunca o faria mal e nem se afastaria por um "simples" problema.

-Sim. -Confirmou.

-Mas e agora? Descul-.

-Não, tudo bem. -O interrompeu. -Agora o meu pai está morando do outro lado da cidade e eu continuo morando com minha mãe. Eu deveria procurar um emprego, mas acho que será um pouco difícil por causa dos estudos, única coisa que eu talvez consiga é um cargo baixo na padaria da esquina. -Riu, mesmo não vendo graça no que disse.

-Ainda dá tempo. -Tentou melhorar o clima.

Michael negou com a cabeça.

-Eu não me sinto seguro em lugares com muitas pessoas, Luke. É cansativo ser isso, sabe? Doente, descontrolado, que seja.

-Não se chame assim. -Se aproximou, colocando uma de suas mãos no ombro de Michael. -Já pensou em ir à um psicólogo? Eu posso te acompanhar.

Michael se lembrou de quando Calum lhe disse a mesma coisa.

-Eu não sei. Posso pensar?

-Claro, tenho todo o tempo que precisar. -Apertou levemente o ombro de Michael e logo tirando a mão dali.

Passaram a tarde toda sentados ali de baixo da árvore, cada hora uma conversa aleatória e diferente, até se conheceram melhor entre essas conversas. Michael descobriu que Luke criou o canal porque tinha depressão, e falando 'sozinho' com a câmera o ajudou bastante com isso. Conversaram sobre coisas que gostavam em comum, o que era quase tudo.

-Então você era o Clifford do twitter. -Riu. -Estávamos tão "próximos".

-Sim. -Seria brega se dissesse que Michael estava encantado pela risada de Luke?

Luke encarou um ponto fixo no chão, pensando se deveria mesmo perguntar a Michael o que tanto queria saber. Então, não se enrolou muito antes de logo dizer;

-Quando estávamos na casa do Calum, você disse que possivelmente gostava de mim, era sério isso?

Michael sentiu suas bochechas corar, e se achando extremamente idiota por isso.

-Meh, sim. -Assentiu.

Se encararam, os fazendo conhecer novos sentimentos. Michael levou sua mão lentamente, até a ponta de seus dedos estarem encostados na mão de Luke, que encarou suas mãos e depois voltou a olhar os olhos verdes do garoto a sua frente. Um sorriso involuntário surgiu nos lábios do loiro.

××

k k k ta aí gente

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