(19:00 da noite)
Michael: Me desculpe, acabei dormindo
Luke: Tudo bem
Luke: Eu que peço desculpas por ter demorado responder
Luke: Mas e então, o que você queria conversar?
Michael: Sobre nós
Michael: Eu
Michael: E você
Luke: O que exatamente?
Michael: Ashton conversou comigo
Luke: Já até sei, conheço o amigo que eu tenho
Luke: O que ele falou de mim?
Michael: Acho que seria mais fácil se você me ligasse
Luke: Certo
*Ligação de Luke*
-Oi. -A voz de Luke soou rouca do outro lado da linha.
Michael sentiu os pêlos de sua nuca se arrepiarem.
-Oi, como você tá'? -Perguntou, enquanto estava jogado em sua cama "brincando" com um ursinho de pelúcia.
-Bem, só com um pouco de dor de cabeça. -Suspirou pesadamente, e mais uma vez Michael sentiu seus pêlos se arrepiarem. - Mas e você?
-Estou bem. -Deu de ombros mesmo sabendo que Luke não podia o ver.
-Que ótimo. -Sorriu. -E então...
-Por que não me contou que usa drogas? Não que seja algo absurdo mas poxa, você poderia ter confiado em mim desde o momento em que eu confiei em você. -Michael afundou ainda mais seu rosto no travesseiro.
Ficaram em silêncio.
-Ashton te contou isso? -A voz de Luke saiu por um fio.
-Sim. -Assentiu. -E contou outras coisas também. Não xingue ele.
-Eu só, n-não... eu-...
-Iria esconder até quando? -Perguntou, seu tom de voz triste.
E os dois caíram no silêncio novamente, era possível ouvir apenas suas respirações, a de Michael lenta e de Luke rápida.
Permaneceram assim por segundos até Michael voltar a falar.
-Sei que você não é obrigado a me contar sobre a sua vida, até porque não somos nada.
-Ainda. -Murmurou.
Michael rapidamente se sentou na cama, sentindo seu coração acelerar o ritmo em seu peito, impossível não conter um sorriso nos lábios.
-O que?
-É, Michael. -O loiro parecia também estar sorrindo. -Mas enfim, continue.
-Oh, okay. Ele me disse exatamente isso; Sei que ele não estava em casa desde as nove da noite. Luke sempre sai à noite, o pai dele não mora mais aqui em Sydney, a mãe dele puufff, mal sabe se ele tira notas boas na escola. Ninguém se importa com ele, a mãe dele tem um trabalho sujo pra caramba. Luke tem um irmão, ele é legal. Você deve saber que ele usa drogas, eu ja disse pra ele parar, mas ele disse que se sente bem quando usa, então eu não posso fazer nada. Foi isso que ele disse eu me lembro perfeitamente bem. -Suspirou baixinho.
-Bom, confesso que eu não queria que você soubesse da minha vida dessa maneira, mas o Ashton fez um favor. -Deu uma leve risada. -Porque talvez eu não teria coragem de te contar isso. Mas eu não sei o que dizer.
-Hoje fomos na casa do Cal, conversar com ele sobre o Ashton. -Agora Michael estava deitado encarando o teto, o celular no travesseiro enquanto continuava a brincar com o urso. -Ele te contou sobre a briga?
-Contou sim. -Barulho de geladeira se abrindo. -Espera só um minuto, vou fazer um sanduíche.
-Okay, espero sim. -Riu, fechando os olhos.
Uns minutos depois foi possível ouvir a voz de Luke novamente.
-Mike? Ainda tá aí?
-Oi, sim. -Sorriu ao que Luke o chamou pelo apelido.
Michael estava se acostumando com aquelas borboletas em seu estômago todas as vezes que o assunto era Luke.
-Ah que bom, pode continuar. -Agora parecia que ele estava em seu quarto, pois o barulho da porta se fechando e sendo trancada foi possível ouvir.
-Então, eu fui lá ajudar os dois se resolverem-...
-Calum tem sorte de ter um amigo como você. -Disse.
-Vai ficar me elogiando ou vai deixar eu contar? -Perguntou claramente envergonhado.
-Podemos fazer os dois.
-Voltando, depois que eles se resolveram eu resolvi ir embora para deixa-los sozinhos. -Deu de ombros. -Mas quando Ashton foi me levar até a porta, ele disse que você disse que eu sou incrível. -Gaguejou, soltando um leve suspiro em seguida.
-Eu disse, disse sim. -Imitou o que Michael disse, fazendo os dois rirem. -O que mais? Ashton fez um livro sobre minha vida. Ele é o melhor, possivelmente no dia que te contasse isso, eu iria gaguejar muito ou até mesmo não teria coragem pra contar.
-Me senti assim quando te mandei aquelas mensagens.
-Agora eu te entendo. -Michael descobriu que Luke era muito barulhento e não parava quieto. Obviamente estava usando fones de ouvido ou a ligação estava no viva voz.
-Estamos fugindo do assunto.
-Então conte, senhor Clifford. -Fingiu estar sério.
-Okay, senhor Hemmings. Lembrando que tudo isso foi Ashton que disse.
-Sei.
-Está duvidando? -Ergueu uma de suas sobrancelhas, ainda encarando o teto.
-Não estou.
-Ótimo. Vou falar. -Pegou o celular, contou tudo que se lembrava calmamente, se perguntando de onde veio toda aquela coragem de conversar assim com Luke, deve ser porque era por ligação. -Disse que nós juntos poderíamos nos ajudar.
-Quem sabe. -Respondeu depois de pequenos segundos em silêncio.
-Tá' falando sério? -Sorriu.
-Sim, ele pode estar certo, já pensou nisso?
-Confesso que sim. -E novamente seu coração perdeu o ritmo.
-Podemos tentar? -Perguntou receoso.
-Claro que sim. -Respondeu, se sentando novamente em sua cama, com um grande sorriso em seus lábios.
-Um acordo que tal? -O loiro também estava sorrindo.
-Eu irei te ajudar.
-E eu irei te ajudar.
Ambos sorriram, sentindo como se estivessem falando olhando um nos olhos do outro, mas isso ainda aconteceria.
E então a conversa fluiu, entraram e saíram de vários assuntos, dia a dia, costumes, manias, preferências e etc.
-Por que Ashton te chama de "verdinho"? -Gargalhou.
-Não é óbvio?
-Urh. -Pensou. -Ah fala sério!
-Agora quem tá rindo sou eu. -Michael disse, rolando em sua cama.
-Meio óbvio isso, como eu sou tão lerdo a esse ponto.
-Eu também não sei. -Continuou rindo. -Mas enfim, estou pensando em pintar, essa cor já está sem graça.
-Eu gosto de azul. -Murmurou.
-Hmmm. -Resmungou, já criado idéias.
××
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mailbox » muke
RandomLuke Hemmings tinha um canal no YouTube, criado para poder se distrair da vida monótona e solitária que tinha, até que um dia resolveu abrir sua caixa postal, a pedido de sua pequena audiência. Michael Clifford, apenas um jovem como qualquer outro...