Capítulo 3.

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Regina.

Duas semanas se passaram desde meu primeiro dia pegando um ônibus e encontrava com meu anjo todos os dias. Sempre trocávamos olhares mas não se passou disso. Eu sinceramente tinha muita vontade de pelo menos conversar com ela, mas em um dos meus olhares nada discretos para a mesma, acabei percebendo um anel de noivado em sua mão esquerda, então desisti de qualquer contato com ela. Percebi também que a mesma tinha perdido a vergonha e também tinha olhares nada discretos em mim, e eu fingia nem perceber pois não estava muito afim de me envolver com uma mulher quase casada.

Tinha chovido a noite toda e o céu já dava sinais que iria chover muito durante o dia, tanto que quase não levantei da cama por vontade de curtir o friozinho da melhor forma: dormindo. Me forcei a levantar e vesti minha melhor roupa e fiz uma maquiagem para esconder a dor da alma. Sempre com meu inseparável batom vermelho. Saí na rua com um guarda-chuva para no caso de realmente chover enquanto eu estivesse no ponto de ônibus, e foi o que aconteceu. Por talvez obra do destino ou apenas Mãe Gaia sorrindo para mim, olhei para meu anjo do ponto de ônibus e ela não estava com nada para se proteger, então fui muito gentil ao lhe oferecer o meu guarda chuva para dividir com ela.

— Bom dia. — Dou-lhe um sorriso breve e me sinto meio tímida de oferecer meu guarda-chuva à mulher que estou tendo um "crush", segundo minha irmã. — Bom, mesmo você não estando com guarda-chuva, acho que não tenha intenção de se molhar com essa chuva repentina, não? Poderíamos dividir o meu. — espero alguma reação sua de um jeito ansioso mas me mantenho impassível para ela, e ela apenas me oferece um sorriso largo.

— Muito obrigada! Você é muito gentil, senhorita... — ela me olha com certa expectativa e eu estendo a mão para a mesma.

— Mills. Regina Mills. — Ela aperta minha mão e sinto um certo choque ao tocar de nossas mãos, acabo espelhando seu sorriso largo como quem tenha acabado de receber um cheque com muito dinheiro.

– Sou Emma Swan. Muito prazer em conhecê-la.

Em minha mente vem logo a típica resposta que Zelena daria se fosse ela nessa situação. "Prazer apenas na cama", ela diria. Sinto o próprio diabo me induzir a proferir essas mesmas palavras, mas apenas solto sua mão ainda sorrindo e respondo:

— O prazer é todo meu.

Depois dessas palavras proferidas ela começou a puxar assunto ao ver que eu não o faria. Descobri várias coisas sobre ela, que trabalha na Floricultura da família, tem um irmão e seu pai decidiu que não servia para trabalhar como florista, então virou policial. Seu irmão também seguiu uma carreira diferente. Eu falei sobre minha mãe e minha irmã e que também tínhamos um negócio de família. Também descobri que a mesma mora no mesmo prédio que eu, com uma amiga de infância. Ela me contou histórias engraçadas e eu percebi que ela é realmente um anjo. Um anjo extrovertido que encanta todos ao seu redor, e me encantou também, não apenas com sua aparência, mas com seu jeito doce e leve de ser.

•••

Seu ônibus acabou chegando primeiro que o meu e nos despedimos com "Tchau" e uma troca de sorrisos, quando o ônibus estava saindo, ela me olhou pela janela e eu apenas acenei brevemente. Meu ônibus chegou logo atrás e eu adentrei o escritório sorridente, coisa que não acontecia muito. Zelena logo me viu e tratou de me puxar pra sala dela para contar as novidades que ela supôs que eu tinha. O que era verídico.

— Por que está sorrindo como uma boba? — ela me lançou um olhar desconfiado e eu semicerrei os olhos em sua direção.

— Não estou sorrindo como uma boba! Até parece, sis.

— Está sim! Parecendo uma adolescente de 15 anos que acabou de ser notada pelo "crush" — faz aspas com os dedos e depois me olha com certo divertimento, se estivéssemos em um desenho animado apareceria uma lâmpada acesa em cima de sua cabeça. Fiz uma cara culpada e ela deu uma risada — Minha santa deusa! A loira do ponto de ônibus falou com você?

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