Capítulo 15.

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Regina.

"Por que você sempre foge de mim, Regina?"

Quando Emma proferiu essas palavras, foi como um soco no estômago. A verdade era simples: eu não sabia as razões de não ter cedido à Emma naquele mesmo momento em que uma brecha me foi dada. Fazia mais ou menos um mês que aquela situação que não pode ser citada aconteceu, e eu não sabia se me sentia preparada para algo. De fato, eu já não sabia de nada. Me sentia a personificação da frase "Só sei que nada sei". Sim, eu tenho consciência que o significado para essa frase não é bem esse, mas eu dou o significado que eu quiser.

— Eu não estou fugindo de você, Emma! Que ideia! — falo tentando fugir de sua pergunta e me levanto abruptamente, mas uma tontura causada pelo vinho e pelo fato de eu ter me levantado rápido demais me acomete e eu quase caio no chão, se não fosse Emma sendo rápida e me segurando.

Porém, esse ato de "heroísmo" não dura muito e ela se desequilibra também, fazendo nós duas pararmos no chão. Nós duas começamos a gargalhar por causa da queda, mas, como um imã, nosso olhar se cruza novamente e ela me encara intensamente com um pequeno sorriso nos lábios. Eu estava praticamente em cima dela, e para diminuir nossa distância apenas faltava uma inclinação. No final, quem estava fugindo acabou dando o primeiro passo.

Segurei em sua nuca, a trazendo mais para perto de mim e selando nossos lábios. O beijo começa lento e sem pressa, e eu a trago para mais perto de mim, como se quisesse fundir nossos corpos em um só. Emma intensifica nosso contato, deslizando sua língua para dentro da minha boca e movimentando-a eroticamente, eu solto um gemido e ela me empurra levemente para poder me deitar no chão, fica por cima de mim se encaixando entre as minhas pernas e passa alguns segundos me encarando antes de voltar a me beijar intensamente me fazendo arfar.

Meu pescoço vira alvo de seus beijos e meu corpo vira alvo de suas mãos, eu fecho os olhos aproveitando as sensações que seus lábios estavam me proporcionando. Quando sua mão pousa em minha coxa e a aperta, eu dou um sorriso torto e troco nossas posições, ficando por cima dela.

— Swan... controle-se. — tiro meus cabelos da minha cara os penteando com a mão e fico lhe encarando com um sorriso largo.

— Acho que isso não é possível, principalmente com você cedendo aos meus encantos. — reviro os olhos ainda sorrindo e dou um tapa em seu braço, saindo de cima dela e me deitando do seu lado.

— Seus encantos, é? Quem te ensinou a ser tão convencida assim?

— Vai me dizer que eu não sou encantadora? — ela levanta e senta no meu quadril, cruzando os braços enquanto me encara com um sorriso convencido.

— Já disse, e não vou retirar o que eu disse. — ela faz uma cara ofendida e eu dou um sorriso convencido.

— Vou fazer você pensar o contrário.

— Ah é? Como?

E então, ela me beija novamente.

•••

Sempre que dormia, eu me encontrava naquela situação novamente: Lilith me prendendo contra uma parede, enquanto segurava uma arma contra minha cabeça e gritava palavras de ódio contra mim. Nessa versão que minha consciência criou, eu não conseguia falar, me mexer, e o pânico parecia mil vezes pior. Eu acordava ofegante, com o rosto cheio de suor e lágrimas. A experiência de reviver aquele momento traumática era realmente muito pior, e por mais que eu me esforçasse para superar, os sonhos sempre viriam à noite.

Durante esse mês que se passou, eu comecei a dormir com Zelena. Ela é minha irmã, e eu sempre me sentiria mais segura com ela, os sonhos não deixavam de acontecer, mas ela dormia abraçada comigo e sempre percebia quando eu começava a ficar inquieta. Ela me acordava, fazia um chá para me acalmar e ficava conversando comigo até eu pegar no sono novamente. Mas eu não posso impedir Zelena de viver a vida dela por conta dos meus problemas, essa seria a primeira vez que eu dormia sem ela depois do que tinha acontecido, e a primeira vez que ela iria passar a noite com Ruby. E eu não podia reclamar, ela não poderia parar sua vida por minha causa, eu também não deixaria.

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