Capítulo 22

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Regina.

Se Emma tivesse pedido à Zelena para enganar minha mãe e fazer ela demorar para chegar em casa para eles poderem arrumar as coisas para o jantar, ela teria tirado de letra. Mas eu? Eu não sei mentir. Nem atuar. E algo que Cora sabe muito bem, além de várias outras coisas, é saber quando alguém está mentido. Eu sempre era pega nas minhas mentiras, e Zelena também, não importava o quanto ela era boa em mentir.

Eu só precisava de uma mentira convencível. E depois de meia-hora, eu consegui a mentira perfeita, eu só precisava entregá-la de um jeito que minha mãe não desconfiasse de nada.

Ela estava furiosa porque Killian não falou nada para ela, e ela claramente achava que ele tinha esquecido do aniversário deles. Eu anotei todas as vezes que ela gritou comigo para fazer o Killian pagar o que eu sofri com ela. Quando ela estava indo embora, apressei o passo para alcançá-la.

— Mãe! Espera aí, preciso lhe pedir um favor. — ela vira pra mim com sangue nos olhos, mas eu lhe dou um olhar meio suplicante e sua expressão suaviza — Eu não vim com o carro hoje e esqueci de comprar um remédio que Emma me pediu para comprar.

— Emma? Remédio? Ela tá bem? — ela fala preocupada e eu me seguro para não rir. Eu sabia que usar minha namorada não iria levantar suspeitas porque minha mãe ama ela como se fosse uma terceira filha.

— Você sabe como ela é teimosa e não toma sol. Tenho que comprar Vitamina D para ela. — ela suspira e balança a cabeça negativamente.

— Se eu fosse você, fazia ela dormir na varanda só para pegar sol. — ela fala enquanto chegamos ao estacionamento e para em frente ao meu carro, olhando ele suspeitamente. — Esse não é seu carro? — seguro minha respiração e fico olhando o carro por alguns segundos.

— Não. Tenho certeza que vim de ônibus hoje. — ela me olha com os olhos semicerrados e cruza os braços.

— Sério?

— Seríssimo. À não ser que toda essa manhã tenha sido uma mentira e eu esteja alucinando eventos que não aconteceram. — coloco a mão no queixo e olho para cima fingindo que estou tentando lembrar dos eventos que aconteceram de manhã — Sim, tenho certeza que não estou alucinando. E esse carro nem é parecido com o meu, vamos.

É óbvio que o carro era parecido com o meu, porque era meu carro, mas eu precisava enganar ela, então eu interlacei nossos braços e a puxei para andarmos mais rápido para o carro dela. Quando entramos no carro, ela olhou para mim, me analisou e disse:

— Você está ficando dramática como sua irmã.

E depois deu a partida no carro como se ela não tivesse dito nada e eu fiquei olhando para ela, perplexa por ela ter me comparado à Zelena tão aleatoriamente e fazendo uma dancinha da vitória interna pela mentira ter dado quase certo. Só faltava a segunda parte do meu plano.

Eu fiz ela passar em quatro farmácias. As três primeiras eu fiquei conversando com o farmacêutico sobre remédios, a não comprei nenhum, dizendo que a tal vitamina estava em falta. Na  última, eu demorei um tempinho também, mas comprei o remédio pois não poderia estender a mentira por tanto tempo.

— Finalmente. Achava que você nunca iria achar isso. — ela bufa, impaciente e eu lembro que preciso ir com ela para a casa dela para poder buscar meu próprio carro.

— Estou morrendo de fome, vamos jantar na sua casa? A gente pede comida e fica conversando sobre a vida, que tal? — ela suspira tristemente e isso me dá um aperto no coração, mas eu lembro que Killian está organizando uma surpresa linda com Emma.

— Certo.

Quando estamos na esquina da casa dela, eu lembro que tinha que perguntar à Emma se tudo já estava pronto para o jantar e envio uma mensagem, que logo é respondida. Suspiro aliviada por tudo estar correndo do jeito certo. Eu convenço ela a entrar logo em casa para eu colocar o carro na garagem, mas não me mexo enquanto espero Emma aparecer. Ela entra no carro e faz uma dancinha de vitória e depois me abraça.

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