Capítulo 14.

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Emma.

"Se você não é minha, não será de mais ninguém"

Depois que Lilith gritou, um tiro foi ouvido e uma dor intensa me atingiu na região do ombro, eu fechei meus olhos e tentei buscar ar numa tentativa de manter minha consciência, mas, não funcionou. A escuridão logo passou a ser a única coisa em minha visão.

Quando abri os meus olhos, a luz começou a maltratá-los e eu demorei um bom tempo para me acostumar com aquela luz. Comecei a me situar e logo descobri que estava em um quarto de hospital, com várias coisas ligadas em mim. Olhei para o lado e vi Regina e Killian dormindo um do lado do outro, contemplei aquela cena por alguns minutos, mas logo minha visão embaçou e algumas lágrimas começaram a cair, descendo quentes pelas minhas bochechas quando a ficha do que tinha acontecido caiu.

Eu poderia estar morta neste momento.

Regina poderia estar morta neste mesmo momento.

Desacreditada. Esse era o meu estado, eu não conseguia conciliar a Lilith que eu conheci há anos atrás com essa Lilith que tentou me matar. Não faço ideia de quantas horas, dias, minutos, ou até mesmo meses que eu passei desacordada, mas acredito que não tenha sido muito, mesmo que por mim a escuridão tenha sido minha amiga íntima pelo o que pareceu uma eternidade. Me senti um lixo por não ter me atentado para o "distúrbio" de Lilith, me senti um lixo por ter exposto Regina à essa situação. Meu Deus. Algo grave poderia ter acontecido com Regina e a culpa seria minha, inteiramente minha. Com minha mente me traindo, comecei a criar situações hipotéticas do que poderia ter acontecido se eu tomasse certas decisões, mesmo sabendo que não iria adiantar de nada. O que aconteceu, aconteceu e pronto. Não daria para mudar nada.

Pelo menos, Regina está bem.
Não sei se psicologicamente bem, porém, bem.
E isso é a única coisa que importa pra mim.

Ouço uma movimentação e tento limpar minhas lágrimas com o braço que não está imobilizado, olho para o lado e vejo Regina se espreguiçando e bocejando de sono, sorrio contemplando sua imagem: seus cabelos meio desgrenhados e sua cara desprovida de maquiagem e um pouco inchada devido ao sono, ela tenta arrumar seus cabelos com as mãos, sem perceber que eu estava acordada e a observando, eu sorrio mais ainda e ela olha pra mim, quando me vê acordada, dá um pequeno sorriso e se aproxima de mim.

— Emma! Finalmente acordou, meu anjo. — sinto meu coração aquecer ao ser chamada de  meu anjo, mas tento esconder minha emoção — Você não sabe o susto que me deu, garota imprudente! Todos nós ficamos desesperados, se você fizer isso de novo, eu te mato. — ela fala em um tom sério, mas seu sorriso entrega que ela não está falando sério.

— Mas eu estou bem, o médico disse que a hemorragia é interna, e é onde o sangue deveria estar. — ela começa a rir alto mas ao mesmo tempo se repreende por lembrar que Killian está dormindo.

— Fazer referências de Brooklyn Nine-Nine não vai aliviar sua situação, mocinha. — fala sorrindo — Eu só não vou brigar com você por ter sido imprudente de ter aparecido em minha casa enquanto Lilith estava armada e revoltada com nós duas, porque Zelena vai se encarregar de fazer isso. Ela também me deu um sermão dizendo que "Não se abre a porta sem olhar o olho-mágico, Regina! Nunca se sabe quando um assassino está batendo à sua porta" — ela fala fazendo aspas com os dedos e tentando imitar a voz de Zelena, eu dou risada, mas meu ombro dói e um gemido de dor saí de minha garganta.

— Eu deveria chamar um médico aqui para avisar que você acordou. — ela me olha com certa preocupação e logo trata de chamar o médico responsável por mim.

•••

Recebi alta naquele mesmo dia depois de passar por vários exames e o médico dar mil e uma recomendações para Killian. Eu estava com uma tipoia no meu braço para não ter que mexê-lo, e teria que tomar milhares de remédios. Pelo menos estou viva, não é mesmo?

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