Capítulo 4.

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Emma.

Liberdade. Isso o que senti quando observei Lily passar por aquele portão para finalmente pegar seu voo para a Alemanha e sumir da minha vida (não completamente) por uns meses. Tenho consciência que teria de falar com ela por mensagens de texto e vídeo chamada, e isso me incomoda um pouco. Será que ela ficaria muito louca por eu terminar o noivado por vídeo chamada? Claro que sim!

E então em mais ou menos duas semanas uma rotina foi se estabelecendo. Falava com Lilith por chamada de vídeo quando nossos horários coincidiam, o que eram poucas vezes. E raramente conseguíamos manter uma conversa de texto. Sempre via minha Deusa do ponto de ônibus e meu dia parecia se iluminar sempre que suas orbes castanhas se encontravam com as minhas.

Quando eu a encarava de volta ela fingia não perceber meus olhares. Porém, é uma péssima atriz. Quando completaram as duas semanas que eu conheci a palavra Liberdade, o dia amanheceu chuvoso, mas eu esqueci o guarda-chuva em casa e tinha medo de voltar para pegar e meu ônibus me deixar lá. "Você quem espera o ônibus, não ele que tem que esperar por você." Palavras de Mary Margareth, mais conhecida como mamãe.

Mantive meu pensamento positivo para que só começasse a chover novamente quando eu chegasse ao trabalho, mas Mãe Gaia tinha planos maiores para mim naquele dia.

Senti os pingos d'água cada vez mais fortes em cima da minha cabeça e talvez tenha me xingado um pouco por ser tão burra e desatenta. Até que sinto os pingos cessarem e olho pra frente dando de cara com minha Deusa do ponto de ônibus me oferecendo seu guarda-chuva amarelo, combinando com a cor da roupa, para podermos dividí-lo. Nos apresentamos, agora eu poderia dar um nome à tão chamada "Deusa" por mim. Regina Mills. Realmente, uma rainha. Com uma postura impecável e uma voz rouca que derrubou todas as minhas estruturas. Com uma timidez que não imaginava que ela tinha, não tentou puxar assunto comigo, até que, surpreendendo ela e a mim mesma, puxei assunto com ela e falamos sobre tudo e um pouco. Me encantei com sua personalidade, sua voz, e sua risada. Ah, que risada... Compartihamos uma conversa até que meu ônibus chegou e eu tive que ir, deixando-a.

Cheguei na floricultura na maior felicidade do mundo e meus pais me olharam sem entender o que aconteceu. Killian, que estava de folga do trabalho e veio ajudar, me olhou com um sorriso torto já entendendo o motivo de tanta felicidade. Ele era o único que sabia da "Deusa do ponto de ônibus", junto de Ruby e August. Papai nos chama de "quarteto fantástico."

— Qual o motivo de tanta felicidade antes do horário de almoço? — Killian me puxou pra um canto e ficou me olhando meio desconfiado.

— Descobri o nome da Deusa do ponto de ônibus! E ainda puxei um "papo" com ela. — Ele me olhou surpreso e abriu um sorriso largo.

— E qual o nome dela? Irei mandar pro Gus, ele com certeza vai achar a vida dela inteira na internet. — fala sorrindo mas seu sorriso se apaga logo depois — Você sabe que mesmo odiando a Lily e tudo mais, eu apenas irei apoiar alguma coisa se você terminar logo com ela. Não é muito mais fácil? Aposto até que ela já viu esse anel de noivado lindíssimo no seu dedo. — Killian logo acaba com meu momento com um lapso de consciência.

— O nome dela é Regina Mills. E não vou tentar nada com ela. — ele me olha desconfiado — Ok, talvez essa tenha sido a intenção inicial. Porém, não é como se não pudessemos ser apenas amigas. E eu não posso terminar com a Lilith por mensagem.

— E trair ela pode, não é? — cruza os braços e logo me preparo para o seu discurso de irmão mais velho, mas ele não vem. — Não vou falar mais nada. Mas eu aposto que ela não vai ficar com você sabendo que é noiva.

— E como ela vai saber disso?

— EMMA! Você é burra? — ele pega minha mão esquerda e bota em frente ao meu rosto para eu ver o anel brilhante que se encontra ali. Bufo e volto ao trabalho para não ter que pensar na mulher que está ocupando meus pensamentos. E também nos problemas que o pacote "paixão platônica & quase impossível" incluem.

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