Capítulo 18.

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Emma.

"Emma... você é o anjo mais lindo que eu já tive o prazer de contemplar."

Ao ouvir suas palavras, senti meu interior se derreter com as coisas doces que Regina tinha acabado de falar e minhas bochechas esquentarem. Ela tem esse poder, o poder de me fazer sentir como uma adolescente tímida e sempre as coisas certas saiam de sua boca. Fiquei um tempo lhe encarando sorrindo sem falar nada, até que saio do meu transe e lhe puxo para um beijo, mas não o aprofundo, afinal, ainda tínhamos um encontro para ir.

— Já li vários livros de mitologia, mas nenhum deles fala de uma deusa como você. — falo depois que nos separamos do beijo e pisco para ela que começa a rir alto.

— Você sabe mesmo como quebrar o clima, não é? — ela segura o meu rosto e me puxa para mais um beijo — Não mude, nunca.

Minha resposta à ela foi um sorriso bobo. Meu Deus, eu estou parecendo uma adolescente. Ficamos nos encarando sorrindo como bobas, até que ela se lembra que já deveríamos estar no restaurante naquele meio-tempo e procura as chaves para trancar seu apartamento. Enquanto faz isso, eu fico lhe observando e, céus, Regina Mills é a mulher mais linda desse universo.

Ela me tira do transe em que eu me encontrava quando entrelaça seu braço no meu e me guia até o elevador, eu percebo que estava observando ela de boca aberta e tento me recompor rapidamente, me deixando ser guiada. Entramos no elevador, ela aperta no botão que nos levará até o estacionamento do prédio – que eu descobri que existia poucos dias antes – e deita a cabeça no meu ombro.

— Você acredita que a Zelena jogou o sabonete de maçã no lixo? — ela fala rindo e eu finjo que estou chocada.

— Como assim? Que audácia. Era tão cheiroso. — suspiro tristemente enquanto testo minhas habilidades de atriz e ela dá um tapa no meu braço enquanto ri.

— Que mentira, Emma Swan! Você acha que eu não percebi a cara que você fez de manhã quando eu fui te acordar?

•••

O jantar correu bem. Pra falar a verdade, correu extremamente bem. Nós conversamos sobre amenidades, sobre nossa semana e demos risada das histórias engraçadas que ainda não tínhamos contado uma para a outra.

— Eu não te contei isso, mas quando nos conhecemos, Zelena fez uma pesquisa inteira sobre você e chegou em mim dizendo: "Sis, tenho algo pra te contar sobre essa Emma Swan" e eu pensei "Ah não. Não acredito que Henry tem mais uma filha que a gente não conhece." — eu começo a rir de sua constatação e ela começa a rir junto.

— Tenho certeza que não sou sua irmã, sou muito parecida com David Swan-Jones. Isso tira qualquer dúvida que você deve ter sobre termos algum laço sanguíneo. — ela dá um sorriso meio sem graça e sua mão procura a minha, que está em cima da mesa.

— Emma... desculpa por não ter te contado sobre a Lilith, eu sei que deveria ter falado antes dela voltar pra ter evitado um choque maior ou ter evitado o que aconteceu. — ela suspira tristemente e entrelaça nossos dedos — Eu sei que o que aconteceu não pode ser apagado de nossas mentes, mas vamos superar isso, juntas.

— Regina, está tudo bem. Eu entendo seus motivos de não ter falado sobre isso ou mencionado, a culpa do que aconteceu não é sua, não é minha, não é de ninguém. E sim, foi algo pesado, mas eu estou aqui com você — sorrio e aperto o entrelaço de nossas mãos — para te ajudar a superar isso, assim como sei que você também está aqui por mim.

— Dessa vez não foi você que quebrou o clima, parece que o jogo virou.

Ela dá risada e limpa as lágrimas que corriam pelas suas bochechas e eu me levanto, ficando de frente pra sua cadeira e ela se vira pra ficar de frente para mim. Eu estendo minha mão como um convite para ela se levantar também, ela prontamente a aceita e eu lhe puxo para um abraço. Fecho os olhos sentindo seu corpo contra o meu e inalo o perfume de seus cabelos, pensando em cada coisa que passamos juntas até aquele exato momento e imaginando as coisas que virão no futuro. O que o futuro nos reserva? Espero e peço que ele esteja reservando coisas boas.

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