Capítulo 8.

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Regina.

— Zelena, a mamãe também tenta te tirar do sério? — falo após ler e responder as mensagens que Dona Cora mandou para mim e reviro os olhos.

— Não, você é quem fica estressada com o que ela fala. Até parece que não conhece a peça. — ela toma o celular da minha mão e começa a ler as mensagens que mamãe enviou. — Eu concordo com a mamãe. Se você não fosse minha irmã e não estivesse apaixonada por ela, eu ficaria.

— Eu não estou apaixonada por ela! De onde vocês tiram essas coisas? — reviro os olhos e Zelena ergue uma sobrancelha como um "Você ainda se atreve a negar?" silencioso.

Nego mesmo. Mesmo sabendo bem lá no fundo que essa negação é história para boi dormir, e que eu, de fato, reconheço e entendo muito bem meus sentimentos por Emma, eu não posso me permitir ir adiante com essa história. Minha situação com Emma é difícil e admitir as coisas em voz alta torna as coisas ainda mais reais e assustadoras.

Emma tem uma noiva. Noiva essa que foi uma espécie de enteada minha, anos atrás. E Swan não sabe disso, nem imagina. Ela também não fala sobre o noivado, algo que eu acho muito estranho, é como se ela evitasse falar sobre. E quem sou eu para perguntar algo, não é mesmo? Bom, toda a situação é complicada. Nem sei se é recíproco. Aposto que irá complicar mais ainda quando Lilith voltar da Alemanha. Pode ser amanhã. Pode ser daqui há um mês. Pode ser próximo ano.

Várias possibilidades.

E eu não estou preparada para nenhuma delas.

— Se você tá dizendo, quem sou eu pra negar, não é mesmo? Ah, é! Sou sua irmã e te conheço melhor que você mesma. — ela cruza os braços e me olha encara com seus brilhantes olhos azuis — Praticamente tem escrito "Deixa ela e casa comigo!" na sua testa. Em letras neon.

— Você é o exagero em pessoa, Zelena! — começo a rir alto do comentário dela mas por dentro eu estava chorando por saber ser verdade. Ela apenas revira os olhos e faz uma cara de desgosto enquanto vai para outro cômodo.

Eu dou um suspiro triste e fico de cabeça pra baixo no sofá, fecho os olhos e começo a refletir sobre a vida. Não acredito que nasci para sofrer por mulheres. Primeiro sofri pela Madonna que foi minha primeira crush, tanto que eu tinha um pôster enorme dela no meu quarto. Após alguns anos tirei, deve ser muito estranho você fazer certas coisas com um pôster do seu ídolo olhando pra você. Depois tive algumas namoradinhas, e veio a Kristin, e como essa mulher me sofrer depois do pequeno incidente com Lilith. Ela me deu um gelo enorme depois disso e eu chorei muito no colo de Zelena. Pobre Zelena, teve que me aguentar mesmo me impedindo de passar uma noite na cadeia. Depois tive vários casos de uma noite. E então conheci Emma em um ponto de ônibus.

Maldito ponto de ônibus.

Quem diria que eu iria me apaixonar por uma mulher quase casada? E que ela estaria ligada ao meu passado de um jeito bem estranho?

Ninguém diria.

Nem Emma diria, pois ela não sabe disso.

Preciso falar para ela que conheço Lilith antes dela voltar da Alemanha. Vai que acontece algum imprevisto e eu precise ficar de cara a cara com a mesma? Seria muito estranho.

E ainda vai ter essa "festa das garotas" de Ruby, que Zelena vai fazer questão que eu vá junto. E Emma vai também. É claro que ela vai, ela mora com Ruby.

Muito focada em meus pensamentos e nas decisões que preciso tomar em minha vida. Sinto algo tocar meu pé e abro os olhos, encontro Zelena olhando pra mim de um jeito curioso e resolvo me ajeitar no sofá.

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