Elisa Holz
Três meses se passaram desde daquele jantar.
Algumas coisas mudaram e Nora ainda não foi permitida voltar para cá. Bom ela e Thomas se falavam, mas não tanto. Ele evitava ao máximo falar ou ficar perto dela, só falava com ela sobre as crianças e pronto, nada mais.
Ele ainda estava chateado com ela, mas havia engolido o orgulho por causa das crianças e não permitiu que ela voltasse, pois ele disse que ela precisa seguir sua própria vida.
Mas havia algo a mais nele. Eu pensei que ele ficaria triste, mas no dia seguinte do jantar, ele estava alegre e feliz. Mas ainda não falava com Eliot, ou com James.
Eu achava que em algum momento ele socaria Eliot, porém ele ainda não chegou a esse ponto. Com James era diferente, Thomas não queria vê-lo, ele parou de ir a empresa, parecia evitar ao máximo ir até lá, sempre inventava uma desculpa e fazia Sara vim aqui para resolver as pendências.
As coisas também estavam diferentes entre nós, eu não colocava mais uma barreira divisória entre nós dois, posso até dizer que viramos amigos e eu gostava da sua companhia.
Eu estava melhorando a cada dia, já movimentava bem meu braço. A Dra. Cruz disse que se surpreendeu com a minha melhora e isso me deixou feliz.
Eu acabei aceitando que a cadeira era a minha nova melhor amiga e que eu precisaria dela para viver agora. Eu não tinha mais aquele medo irracional e agora aceitava bem melhor a minha situação. Como é que a Lorraine dizia, eu estava no estágio da aceitação.
Aceitei que não iria mais andar ou correr, mas também aceitei que minha vida não havia acabado por conta disso, que eu anida posso fazer as coisas e eu fazia antes, só que algumas limitações..
Quando Nora saiu, eu passei a cozinhar, mas não exatamente sozinha. Na época ainda não mexia ou tinha firmeza no braço esquerdo e então eu dizia e ajudava Thomas a cozinhar. Só foi à quatro semanas que consegui fazer comida sem ele e foi maravilhoso.
Eu estava ansiosa com as coisas que poderia fazer agora que conseguia mexer as duas mãos. Tive que aprender a fazer tudo com a mão direita e confesso que no início era meio frustrante.
Eu queria poder fazer a transferência da cadeira para cama sozinha, mas ainda não tinha força suficiente no braço e então a Dra. Cruz receitou musculação.
Eu até declinei da ideia, imagina uma cadeirante em uma academia, mas ela disse que eu faria exercícios na sua academia com outros cadeirantes e convenceu Thomas a participar e me dar apoio.
E devo admitir que não foi ruim, eu até me enturmei com outros cadeirantes. E alguns estavam em condições piores que a minha. E foi graças a eles e aos seus exemplos de superação que consegui seguir em frente e aceitar tudo isso.
- Está pronta? - Thomas pergunta entrando no meu quarto.
- Sim. - hoje irei ao Colégio dos gêmeos a pedido da professora.
Ela queria explicar aos alunos sobre deficiência, pois na próxima semana um aluno deficiente começará a estudar em sua classe.
Ela queria que os alunos aprendessem e entendessem o que é uma pessoa deficiente e como elas vivem. Queria que eles convivessem com o aluno sabendo aceita-lo e respeita-lo.
No início eu fiquei receosa em aceitar, mas acabei cedendo. Pois o respeito ao próximo começa a ser ensinado desde cedo e Ava e Adam estavam muito animados para me apresentar a sua turma.
O trajeto até o Colégio foi rápido e minha ansiedade estava a mil.
- Relaxa, você vai se sair bem. - Thomas fala tentando me acalmar e não me sinto muito confiante.
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Você Mudou a Minha Vida ✔ [Repostado]
RomanceEssa história está em Degustação. Elisa Holz é uma jovem sem casa e sem família a procura de um emprego. Sua vida muda drasticamente quando um carro a atropela a deixando paraplégica. Thomas Miller é dono de uma empresa de engenharia pai de gêmeos q...