Elisa Holz
Thomas parecia ter adormecido, mas mesmo assim continuei com o cafuné. Eu gostava de cafuné, tanto de fazer quanto de receber.
Me lembrei do meu antigo gato. Ganhei ele quando ainda era criança, amava aquele bichano e amava fazer carinho nele.
As vezes dar carinho as pessoas, ou fazer cafuné nelas as acalmava. E parecia ter funcionado muito bem com Thomas.
Ele realmente parecia chateado, e eu não tirava sua razão.
Ser deposto assim, sem ao menos avisa-lo, era horrível.
Eu me sentia ainda mais curiosa em relação ao relacionamento dele com o pai. Ela já havia me dito que não se davam bem, mas eu adoraria saber o motivo e como isso aconteceu.
Não podia ser possível que ele odiasse o pai desde que era um menino. Ele me fez entender que o pai era um homem horrível e que o odiava assim como alguns rapazes no Brooklyn odiavam os seus pais, mas esses homens os odiavam pelo simples fato deles e suas mães terem sido agredidos ou que tenham sido abandonados.
Mas o Senhor Miller não era esse tipo de pai, tudo bem que o vi apenas uma vez, mas ele me pareceu ser um bom homem, sério, porém bom.
Me lembro de vê-lo no jantar olhando amorosamente para Senhora Miller. E vi seus olhos se desviarem para Nora e James e o olharem da mesma forma, mas quando olhou para Thomas, seu olhar mudou de amor para tristeza.
Aquilo me surpreendeu, mas depois que Thomas me contou sobre à Carly e todo o drama familiar envolvido, eu naquele momento entendi, mas sentia que havia outro motivo oculto.
Talvez eu devesse perguntar a Nora.
Voltei a minha atenção para Drew e Jonathan e prestei atenção no programa.
Adam acordou quando começava o vestido ideal e se sentou ao meu lado. Normalmente Ava apareceria e o arrastaria para brincar com ela, mas sua garganta e sua cabeça tiraram toda a sua energia.
Quando Danna trouxe ela para o restaurante, ela veio chorando dizendo que queria o papai.
Fizemos de tudo para falar com Thomas, até ligamos para Sara, mas ela não atendeu. Ela deve está em outro setor; Danna falou.
Eu consegui acalmar Ava que não desgrudou de mim. Fiz Danna nos trazer em casa e prometi a ela que a cada dez minutos mandaria uma mensagem avisando se estávamos bem.
Ava ficou agarrada em mim até na hora de tomar banho. Eu tive que coloca-la na minha banheira e ela chorou dizendo que não tinha bolhas na água.
Me surpreendi por ver Ava tão manhosa. Ela sempre foi muito sorridente e solta, mas hoje ela ficou extremamente grudenta e manhosa.
Não me importei em tê-la grudada a mim o tempo todo, na verdade eu gostei e me senti extremamente responsável por ela.
Era estanho, á única pessoa pelo qual me senti responsável um dia, foi a minha mãe. No entanto, tanto Ava quanto Adam faziam-me sentir algo forte, era um tipo de afeto desconhecido por mim. Isso era meio aterrorizante, mas algo dentro de mim não se importava.
E eu gostei de poder ter cuidado dela. Eu que sempre sou cuidada pelos demais, cuidei de uma criança mesmo com empecilho de não andar.
Amei essa responsabilidade perdida a alguns meses atrás. Não depender de ninguém para fazer isso era meio que libertador.
- Tô com fome. - Adam reclamou.
- Eu também. - Thomas murmurou.
- Está acordado a muito tempo? - pergunto olhando-o.
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Você Mudou a Minha Vida ✔ [Repostado]
RomanceEssa história está em Degustação. Elisa Holz é uma jovem sem casa e sem família a procura de um emprego. Sua vida muda drasticamente quando um carro a atropela a deixando paraplégica. Thomas Miller é dono de uma empresa de engenharia pai de gêmeos q...