Você Mudou a Minha Vida ✔ [Repostado]

Capítulo 9

Thomas Miller
-//-

Assim que ouvi as palavras da minha mãe me vesti rapidamente e desci as escadas correndo. Ao sair de casa encontro a minha mãe parada ao lada do seu carro.

- Vamos logo meu filho.

- Mãe a senhora não precisa ir. - falo ao me aproximar dela.

- Claro que eu preciso. - respondeu com seriedade - Fiquei a noite toda no hospital esperando por noticias tanto suas quanto dela. Quando seu irmão ligou dizendo que você passaria a noite na cadeia eu quis ir até lá, mas seu irmão me impediu dizendo que você não podia mais receber visitas então eu e o seu pai decidimos ficar no hospital até que algum parente da moça aparecesse, mas o hospital nos informou que eles não conseguiram entrar em contato com ninguém. Fiquei com o coração pesado e decidi ficar. - explicou de forma melancólica - Filho eu imaginei você no lugar daquela moça e me senti mal com a ideia deixá-la. - puxo-a para um abraço e escuto ela chorar e me sinto mal por isso - Fiquei devastada com a ideia de te perder, eu orei tanto para que Deus não te tirasse de mim.

As palavras da minha mãe são como lâminas perfurando o meu coração. Só de imaginá-la se sentindo assim sinto-me mal por causar essa dor em seu coração.

- Está tudo bem mãe, eu estou aqui agora. Nada de mal me aconteceu. - falo apertando-a em meus braços.

Lágrimas caem dos meus olhos e eu rapidamente as limpo, minha mãe se afasta e seca suas próprias lagrimas.

- Vamos. - diz dando a volta no carro como se nada tivesse acontecido. Abro a porta e subo no banco do passageiro - Coloque o cinto. - pediu assim que fechei a porta e então ela dá a partida.

O trajeto até o hospital é silencioso, ao chegarmos fomos informados pela recepcionista onde poderíamos encontrar o médico responsável pelo caso da Elisa. O que me surpreendeu foi o fato de que ele era o diretor do hospital.

Seguimos para o elevador e subimos para a ala administrativa e chegando lá a secretária autoriza a nossa entrada. Bato na porta e ouço um entre, entramos no escritório e vemos o doutor ao telefone que nos olha e pede um minuto e logo nos indica as cadeiras.

Doutor Black é um homem negro que aparentava ter uns quarenta anos. Ele assim como a maioria dos médicos, usava um jaleco branco e tinha um estetoscópio pendurado em seu pescoço. E apesar de ostentar um olhar cansado sua voz era firme e forte ao telefone.

Finalizando a ligação, ele nos dá um sorriso de desculpas e olha para minha mãe.

- Senhora Miller vejo que voltou. - diz sorrindo para ela e então olha para mim - E o senhor suponho que seja Thomas Miller. - acinto em confirmação - É um prazer conhecê-lo. - diz estendendo a mão sobre a mesa a qual eu aperto educadamente.
- O prazer é meu Doutor.

Ele sorri e se ajeita em sua cadeira.

- Vieram saber por notícias da senhorita Holz não?

- Sim soubemos que ela acordou. Está tudo bem?

- Sim ela acordou mas ela sofreu uma queda de pressão e desmaiou.

- Meu Deus! O que aconteceu? - pergunta minha mãe aflita.

- Ela sofreu um grande choque que somou ao choro compulsivo e o fato dela também estar fraca e fragilizada causaram esse desmaio.

- E o que causou tudo isso? - pergunto preocupado e com medo da sua resposta.

O médico nos olha atentamente e põe os cotovelos sobre a mesa e apoia o queixo sobre as mãos cruzadas.

- Senhor Miller suponho que já tenham lhe informado de nossas suspeitas em relação a senhorita Holz. - acinto em confirmação - Pois bem essas suspeitas foram confirmadas, a senhorita Holz está paraplégica. - a confirmação daquilo me deixou sem reação e então o doutor Black continua - Nós dá equipe médica já tínhamos a certeza de que ela ficaria nessa condição. Assim que a senhorita Holz deu entrada tivemos que levá-la para a sala cirúrgica, lá nós paramos uma hemorragia e a estabilizamos. Logo após se estabilizada, nós fizemos uma breve avaliação e constatamos algumas lesões e uma dessas lesões foi na medula espinhal.

- E por que não nos informaram antes? - perguntou minha mãe de um jeito sério e aflito.

- É que havia um inchaço no local e nós precisávamos esperar esse inchaço diminuir para avaliar melhor. Em alguns casos o inchaço é que impede que o paciente de se locomover e um dos médicos tinha fé de que esse era o problema, mas eu sou um médico experiente e sabia que esse não era o problema. E quando o inchaço diminuiu nós comprovamos aquilo que eu já sabia, que houve um corte completo e transversal na medula e que é irreversível. - ele se recosta na cadeira de novo e suspira - Nós a mantivemos em observação durante toda a noite e quando diminuiu o inchaço fizemos esses exames e ela acordou meia hora depois dizendo que não sentia as pernas, eu fiz o procedimento necessário mesmo sabendo que o resultado seria negativo e ela acabou desmaiando.

- Deus o que foi que eu fiz? - digo curvando o meu corpo pondo as mãos no rosto.

- Thomas...  - minha mãe esfrega as minhas costas tentando me acalmar e volta a falar com o médico - Vocês conseguiram entrar em contato com algum parente dela?

- Não senhora, mas a polícia já está cuidando disso.

- Podemos vê-la?

- Claro senhora Miller.

Minha mãe se levanta e eu seguro o seu braço.

- Mãe a senhora pode ir na frente. - ela me olha confusa e logo me explico - Eu preciso conversar com o doutor Black eu irei assim que terminar aqui. - ela assente e me dá um beijo na testa antes de sair - Doutor.

- Pois não senhor Miller.

- Por favor me chame de Thomas.

- Certo Thomas como posso ajudá-lo?

- Eu gostaria de saber que se além da paraplegia ela sofreu mais alguma outra lesão.

- Bom houve algumas pequenas lesões como uma luxação no tornozelo que em poucos dias já estará curada. Algumas pequenas escoriações, uma fratura nas costelas e uma fratura exposta no braço, mas já foram corrigidas. Teremos que fazer uma cirurgia de correção em sua coluna, mas deixaremos para fazer isso depois. Ainda precisamos fazer alguns outros exames.

- Por que?

- Porque precisamos ter certeza de que ela está apta a fazer essa cirurgia. - balanço a cabeça em concordância, mas sabia que o o médico em minha frente escondida algo - É um milagre ela está viva. - seu comentário chamou a minha atenção - Ela estava com uma grave hemorragia e quase a perdemos duas vezes na mesa cirúrgica.

Sinto a culpa me evadir de novo e olho para o médico.

- Doutor eu quero me responsabilizar por todos os gasto que senhoita Holz tiver aqui no hospital. Pagarei suas cirurgias e sua estadia aqui se não for um problema.

O médico me olha um pouco surpreso e então me me mostra um sorriso cansado.

- Como desejar Thomas. - sorrio e estendi a mão.

- Obrigado.

- Não foi nada. - diz apertando minha mão. - ele se levanta e eu o acompanho - Venha irei acompanha-lo até o quarto dela.

Sigo-o para o lado de fora da sala em silêncio e depois de uma caminhada também silenciosa paramos em frente a um quarto com janelas de vidro. Do lado de dentro do quarto vejo Elisa dormindo, minha mãe estava ao seu lado segurando a sua mão e acariciando os seus cabelos. Minha mãe desvia sua atenção dela e olha para mim. Ela acena para que eu entre e olho para o Doutor Black que assente em concordância. 

Relutantemente vou até a porta e giro a maçaneta. Respirando fundo, entro no quarto silencioso e ando até a minha mãe que segura a minha mão e volta a acariciar os cabelos daquela jovem moça. Apenas fico ali observando-a e vejo alguns machucados e seu braço engessado. Olho para suas pernas cobertas e a imagem do acidente me veem a cabeça seguida pelo seu corpo no asfalto. Me lembro das palavras do Doutor Black. É um milagre que ela esteja viva. Não deixo de concordar com ele e agradeço a Deus silenciosamente por isso.

N/A: Olá vocês quem leem essa história. Me desculpe pela demora, eu escrevo outro história( que se vocês quiserem ler está no meu perfil) e essa história está toda escrita em minha cabeça ao contrario dessa aqui que a maior parte dela está escrita em um caderno. Eu irei passar os capítulos para o computador e tentarei atualizá-la com mais frequência. Espero que gostem desse capítulo. Já estou escrevendo o outro e será da Elisa as coisas vão ficar um pouquinho complicadas para o Thomas. Até a próxima.