Capítulo 13

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Melissa estava a um passo de surtar, não havia nenhum sinal de Emma, James estava mais surtado do que nunca e Lucas era o único que se mantinha firme nas buscas, hora ou outra ela via seus olhos cheios d'água.

Ela não sabia como lidar, estava tudo uma confusão, o medo de encontrar Emma sem vida a torturava todos os dias incessantemente, não queria pensar na jovem investigadora estirada em uma mesa fria em uma sala de necrotério e pronta para ser retalhada e depois ir para baixo da terra.

As pessoas a julgavam como pessimista as vezes, pois sempre via em toda coisa boa um lado ruim. Mas não era pessimista, só gostava de ver sempre a frente, assim se algo desse errado ela já estaria preparada.

O que ela queria mesmo naquele momento era correr e se esconder e chorar, chorar até não poder mais, chorar por Jordana, por Emma, por Mary Lyn, e todas as outras vítimas desse absurdo sem fim.

Ela queria gritar que não aguentava mais. Ela estava parada a muito tempo só olhando para a tela do computador, tentando entender o que de fato estava acontecendo.

Ela jurou encontra-lo, jurou por todas as vítimas que já sofreram, não queria pensar nesse assassino solto por aí, convivendo livremente no mesmo mundo que suas filhas viviam, isso ela jamais permitiria.

Lucas estava se sentindo preso ultimamente, andava com a mente distante. Ninguém sabia muito sobre ele, mas sabiam que ele já havia sofrido muito na vida, esse havia sido o motivo pelo qual Melissa havia o contratado.

_ Lucas, oi, você sabe onde James está? _ Melissa pergunta chegando onde Lucas estava.

_ Oi. Na verdade não, eu ia perguntar agora mesmo. _ Lucas se levanta.

_ Eu não sei dele a dias. Ele desapareceu, até liguei para os pais da Emma e eles também não sabem o paradeiro dele. _ Melissa deixa todo seu peso ser apoiado apenas por uma perna. Lucas a admirava, era bonita, elegante e estava sempre no salto.

_ Desculpe falar assim Melissa, mas você já o investigou? Ou nunca chegou a cogitar isso? _ Lucas pergunta.

_ James já passou por muita coisa Lucas, mas sim, eu já pensei, ele está aqui a cinco anos e ninguém sabe onde ele vai em algumas noites. Mas é a vida dele, eu jamais faria isso. _ ela fala convencida disso.

Falar que ela não queria investigar ele era meio que uma mentira, pois o que ela mais queria era saber o que ele fazia durante o seu tempo livre. Eram muitos dias, muita escuridão, muitos segredos e muito sofrimento acima de tudo, James é um bom homem. É o que Melissa sempre quis acreditar, independente de qualquer coisa que James faça no seu tempo livre, ela ainda sim conseguia ser grata a ele, afinal quem a ensinou a ser uma boa mãe antes que a assistente social aparecesse para uma visita foi ele, ensinou a como dar a devida atenção a duas crianças e ainda dar conta de todo o trabalho pesado, ele era perfeito, fora todas as vezes em que ficará de babá, cuidando sozinho de Analu e Eloá, filhas dela e Kristina . Ele fazia tudo parecer fácil, e fazia como se já tivesse vários filhos, era muita experiência, e as crianças o amavam, nada a faria duvidar dele quando dizia que estava tudo bem.

_ E por isso que você o defende assim? _ Lucas pergunta curioso.

_ Envolve muitas coisas Lucas. James me conhece como ninguém, ele esteve comigo em momentos terríveis, ele sabe de toda dor que eu já passei. _ Ela explica suspirando.

Lucas sorriu, ela não queria ter que dar explicações a ele. Tudo era mais complexo do que ela imaginava, sua mãe sempre disse que era difícil crescer, e que envolvia muita coisa de que talvez ainda não estivéssemos prontos ou aptos a toda a nossa mudança. Melissa sorri e Lucas já entende como fim de assunto.

Ele também não queria render muito o assunto, toda a sua vida agora se resumia em encontrar Emma, esse era o seu foco principal. Lucas queria por si só investigar a vida do colega, não para prejudica-lo, mas para quem sabe ajudar em algo.

A tela do computador de Melissa deu sinal de vida, e uma mensagem criptografada havia acabado de chegar. Ela amava desvendar mensagens criptografadas, e pouquíssimas pessoas sabiam dessa sua paixão, talvez o sequestrador quisesse dar a ela um desafio.

_ Lucas, corra aqui. _ Ela grita já digitando insanamente coisas que pessoas normais jamais saberiam como fazer.

Lucas chegou desesperado até onde Melissa estava, e sua visão logo focou na tela a sua frente.

_ O que é isso? _ Lucas arrasta uma cadeira para o lado de Melissa e só a observa enquanto ela digita.

_ Acho que encontramos a Emma. _ Ela diz satisfeita.

O endereço brilha na tela e Lucas corre até a garagem ao som de Melissa gritando para que ele espere, mas ele não para de correr, entra no carro e sai feito louco.

_ Eu quero equipes espalhadas por quatro quarteirões próximo a antiga fábrica de sapatos do Joh, fechem tudo e não deixe que ninguém saia ou entre, Lucas já está lá, então entrem em contato com ele e peça para deixar o rádio sempre ligado. Eu quero ambulância e a melhor equipe médica no local, pede pra chamar Derek Stattan, neurologista, não quero outro, quero ele. Chama a plástica também, não sabemos qual a real situação de Emma, peça o Dane William, e chame a ortopedia também, doutora Amélia Torres. _ Melissa gritava desesperada.

_ Senhora, tem que avisar os pais dela. _ Jonathan avisa a chefe.

_ Ainda não, vamos ver qual é o real estado dela antes de avisarmos. _ ela fala e corre para o carro.

Melissa estava atordoada com as possibilidades, ela não sabia o que iria encontrar lá, e isso a aterrorizava, se caso Emma não estivesse viva ela não saberia o que fazer, era demais pra ela suportar. Ela é uma boa menina e está iniciando a vida. Esse é o único pensamento que passa pela cabeça de Melissa.

Quando ela chegou ao suposto local todos já estavam lá. James também estava, todo detonado, e cheio de hematomas, a ansiedade lhe dava um gelo no estômago.

_ James, por onde você andou? _ ela pergunta assim que para ao seu lado.

_ Eu estava por aí. _ responde vago.

Por mais que Melissa quisesse saber mais, ela não perguntou, ela calou e esperou.

Quinze minutos depois Lucas apontou com Emma nos braços, ela estava mais magra, os cabelos sem vida, mas pelo menos ela ainda estava viva, graças a Deus, ela respira aliviada.

James vai até ela e a abraça, parece falar algo para Emma que o empurra apavorada.

_ TIRA ELE DAQUI _ ela grita. E quando James se aproxima de novo ela se encolhe como um animal ferido.

_ James, se afaste dela agora. _ Lucas fala.

_ Se afasta você. Ela é minha namorada. _ James retruca.

_ Lucas. Tira ele daqui, por favor. _ Emma praticamente implora para que tirem o James de perto dela.

_ Você ouviu. Sai agora de perto dela. _ James se afasta.

A equipe médica cuida dela enquanto James entra no carro e some sem falar mais nada com ninguém.

Melissa se aproxima dela e percebe o quanto ela está terrível, ela não sabia nem o que falar pra ela. Então sorriu e Emma retribuiu, sua boca tinha um corte e havia alguns hematomas pelo rosto e corpo.

Todos olhavam para Emma como se ela fosse um objeto raro, e era, de todas as vítimas do assassino ela foi a única que saiu viva. Ela estava lá. Bem e viva. Melissa sentiu um alívio tão grande dentro do peito que teve vontade de gritar.

_ Vamos comunicar os pais dela assim que ela estiver no hospital. _ Melissa avisa. Lucas segue com ela para o hospital enquanto todos voltam aos seus afazeres.

Diário de uma DetetiveOnde histórias criam vida. Descubra agora