Capítulo 14

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Tudo estava confuso para todo mundo. Anelise já não sabia mais o que fazer para lidar com o desaparecimento da filha, era demais para ela situar, jamais passou pela sua cabeça que isso aconteceria, ela teve pressentimentos, toda mãe tem, mas ela preferiu acreditar que a filha sabia o que estava fazendo, já estava na hora dela confiar na filha, e olha no que deu.

- Mamãe? Mamãe? - Stella a chama.

- Oi filha, o que houve? - pergunta em sobressalto.

- Amber de novo. Me desculpe. - a filha sorri fracamente para a mãe.

- O que foi agora? Pelo amor de Deus, eu não sei mais o que fazer. Deus do céu. - ela lamenta já começando a chorar.

- Ela... não quer comer, só o de sempre, eu estou muito preocupada com ela, já que ela não come a dias, ela está muito magra. - a jovem lamenta.

Para todos estava sendo difícil, e além de enfrentarem a incerteza do caso de Emma, ainda tinham que lidar com o medo de que Amber fizesse alguma coisa errada e acabasse gerando outro problema para que eles tivessem que aguentar.

Amber estava sentada em um canto do quarto, os olhos fundos e vermelhos em sua pele clara estavam piores do que se imaginava, ela não comia, nem dormia a dias, e pra falar a verdade pra ela dormir era a base de remédios fortíssimos, que não eram indicados a tomar por muito tempo, ela é jovem, e ainda precisa saber muito sobre muita coisa.

Mas os pensamentos que a atormentavam eram pesados demais para ela suportar, e a todo momento ela queria desistir de tudo, jogar tudo para o alto e sumir e nunca mais voltar. Se ela já havia pensado em suicídio? Já. Muitas vezes na verdade. E só não o fez por seus pais, que já estavam sofrendo demais com o sequestro da irmã, mais uma decepção os mataria de tristeza.

- Amber, tem que comer minha filha. - Francisco tenta em vai fazer a filha comer. Ele se lembrou de quando ela tinha seus 5 anos de idade e odiava comer brócolis. Mas essa era uma situação diferente, não tinha a Emma comendo os brócolis do prato da irmã só pra ela ficar feliz.

Amber não falava nada, só olhava para ele e o ignorava totalmente como se ele não tivesse dito absolutamente nada.

- Amber. Levanta desse chão agora - Cristian chega ao quarto da irmã caçula com os olhos vermelhos, provavelmente estava chorando, ele é muito emotivo disso todos sabiam - anda Amber, levanta agora antes que eu te arraste daí - ela olha para o irmão sem entender mas não levanta, ele vai até ela e a puxa pelo braço e a coloca de pé - já chega. O papai e a mamãe já estão sofrendo demais com o sumiço da Emma, e você ficar assim só está piorando as coisas. - ele fala para a irmã segurando em seus ombros.

- Você não entende Cris. É tudo minha culpa. - ela choramingou.

- Não. Não é sua culpa Amber, todos nós conhecemos a Emma, e sabemos que mesmo que você contasse para ela sobre essa carta ela ainda assim continuaria a procurá-lo, deixe de se culpar, por favor, você tentou, mas agora é hora de ficar forte para os nossos pais. Ninguém sabe se a Emma vai voltar, essa é a dura verdade, mas por favor, chega de se martirizar por uma coisa que você não fez e nem foi a culpada. A culpa e de pessoas ridículas e sem amor que não se importam com ninguém e destroem as vidas de pessoas sem nem conhecê-las. Irmã, você precisa ser forte, tudo bem? - ela balança a cabeça concordando - agora coma, depois tome um bom banho e desça, saia desse quarto um pouco. - Todos olhavam atentos para Cristian, ele nunca havia falado dessa maneira, e pareceu um desabafo que pegou todos de surpresa.

Assim que o rapaz termina de falar Amber pega o prato gentilmente das mãos do pai e se senta e começa a comer, ela começou meio tímida, mas depois ela já estava comendo apavorada, mastigava tudo de qualquer jeito e já colocava outra colherada na boca.

- Posso comer mais? - pergunta assim que termina. Todos riem e ela acompanha.

- É claro que pode minha filha, coma o quanto quiser. - sua mãe fala entre lágrimas e desce para prepar outro prato para a filha.

James havia ligado para Melissa e pedido autorização para contar aos pais de Emma que haviam encontrado ela, mesmo relutante ela aceitou. Ela não conseguia ficar com raiva dela, era insuportável pensar em James fazendo mal a alguém.

Ele para o carro na porta da casa dos pais de Emma e antes de descer respira fundo. Pela janela da casa conseguiu ver Amber, ela estava terrivelmente magra, ele desce do carro e vai até a porta e toca a campainha, que logo é aberta.

- James... - Anelise fala quase em um sussurro. Ele havia ficado tempo demais sem vê-los, não sabia nem o que eles estavam pensando sobre esse sumiço.

- Me perdoem - ele começa - acima de qualquer coisa me perdoem, não foi por querer, eu amo a Emma, eu juro que a amo. - todos olham calados para ele, enquanto ele falava e se derretia em lágrimas.

- James, o que foi? Minha filha... - Francisco se desespera.

- Encontraram ela, está tudo bem com ela. Já a levaram para o hospital, ela está bem machucada mas está bem, vim avisá-los - todos começam a chorar de felicidade - me perdoem, eu tentei, eu juro que tentei. Eu a amo, mas eu não consegui. Não consegui. - antes que alguém falasse algo ele entrega o papel com o endereço e corre, entra no carro e sai rápido.

Anelise e todos já correm para os carros e vão para o hospital. Saber que Emma estava viva trouxe uma nova esperança a família, mas ninguém entendeu o que James quis dizer, mas também não se importam eles só queriam ver Emma e levá-la para casa.

Ao chegar Melissa estava lá e ao seu lado estava Lucas, Melissa se aproxima deles e abraça Anelise, e ficam assim por um bom tempo. Depois Melissa da um adesivo de visitante a todos e os leva até o quarto 1567 no 4° andar, que era onde Emma estava.

Ao chegar ao quarto todos se surpreenderam com a imagem que viram de Emma. Ela estava mais magra do que nunca, o rosto sem vida e cheia de hematomas e machucados, mas por Deus, ainda era a mesma Emma de sempre.

- Oh minha filha... - Anelise corre até a maca e a abraça em lágrimas, e assim todos fazem também.

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