Bônus

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Meses antes...

O primeiro dia foi fácil, assim como o terceiro, o sexto, o oitavo já estava sendo estressante para Emma, tudo que ela mais queria era poder voltar para a sua vida, mas infelizmente isso não seria possível, pelo menos não por enquanto.

Depois que ela praticamente exigiu que Melissa levasse James preso, tudo piorou. Melissa decidiu que seria melhor afastar Emma do CCIS por seis meses, ela poderia ter simplesmente a demitido mas ela sabia que isso, ser privada de trabalhar e nem se quer poder procurar por outro emprego era mais torturante para Emma do que simplesmente ser demitida, e puni-la era melhor do que deixa-la seguir, ainda estava muito magoada. E ela sabia que Emma vivia pra isso, sabia do seu sonho, então ela usou isso contra ela, como vingança, Melissa ficaria ao lado de James até que os resultados reais aparecessem, e ela não iria perdoar Emma tão cedo pelo que ela fez.

Francisco fez uma denuncia contra Melissa, ele acha que ela é tão responsável por isso quanto James. Emma não acha, por mais que eles se conheçam a um bom tempo, assim ela sabe coisas sobre ele, e ele sobre ela, mas ela só esperava que do fundo do coração que quando descobrirem  se é mesmo o James não encontrem nada contra Melissa, ela lutou tanto pelas filhas que seria decepcionante para elas perderem a mãe.

Lucas estava a mantendo sempre informada, um mês e meio longe de tudo estava quase acabando com o pouco de sanidade que ela ainda tinha, era torturante. O caso de James era vago, ele não havia contado nada, então eles o mantinham preso para evitar transtornos.

Três meses longe do CCIS e Emma estava longe de ser quem ela foi um dia, seus pais levaram para o sítio onde ela costumava ir para estudar, e tudo só piorou.

Ela já estava cansada de assistir The Ellen Show, e ver aquelas pessoas tão felizes o tempo todo. Vê-las naquele nível de felicidade a irritava, tentou assistir (a pedido da Stella) o American's Got Talent, e viu mais tantas pessoas que tinham gostos tão "normais", e eram felizes por simplesmente cantarem, dançarem ou mostrar o sabiam fazer de melhor, mesmo que não fossem tão bons quanto eles pensavam. Eles apenas viviam aquilo, felizes com seus seus gostos "normais", enquanto ela só de ver essa felicidade já embrulhava o estômago.

_ Filha, está tudo bem? _ seu pai pergunta sentando do seu lado em um tronco de madeira próximo ao lago.

_ Na verdade não. Está tudo péssimo, estar aqui, nesse tronco me lembra quantas vezes sentei aqui para estudar, porque é longe da casa e de todos, e era tranquilo para o que eu precisava. Mas agora eu não quero estar aqui, queria estar lá no CCIS, procurando meios que talvez fossem incriminar aquele... o James. _ desabafa decepcionada.

_ Quando Stella estava com dois meses, eu fui suspenso da corporação por um erro que cometi. Um homem que estávamos prendendo por supostamente estar envolvido com o tráfico e por supostamente ter matado 43 pessoas de uma só vez, pediu para se explicar e eu deixei ele se explicar porque ele me disse: "Ei amigo, por favor, me deixe explicar, eu tenho uma esposa em casa e uma filha de dois meses, eu roubei sim, mas foi por elas não tínhamos nada em casa para comer, me deixe explicar". Eu nunca esqueci essa frase. _ seu pai fala pensativo olhando para o lago.

_ E o que aconteceu? _ Emma pergunto curiosa.

_ Eu esqueci de desarma-lo, e depois do que ele disse, de ter um bebê em casa e uma esposa, só vinha na minha cabeça sua mãe e a Stella, então eu abaixei a guarda e me virei, por alguns segundos pra explicar o caso para um colega que estava logo atrás, e em um milésimo de segundo depois eu ouvi alguns estalos e quando olhei de novo para onde o suspeito estava, vi meu companheiro que estava escondido caído no chão e sangrando, o homem que estava sendo preso havia atirado, e era culpa minha pois eu abaixei a guarda por pena. Mas antes de cair Luke, meu companheiro, conseguiu atirar e o tiro acertou o suspeito em cheio no peito, matando ele imediatamente. _ Francisco agora jogava pedrinhas no lago.

_ Eu sinto muito pelo Luke. _ passa a mão pelo braço dele.

_ Bom ele não morreu, apenas mudou de cidade e teve a família dele, arranjou outro emprego e ficou tudo bem. Mas filha, o que eu quero dizer é que foi depois disso que eu quis mais, mudei com sua mãe e a Stella para Arlington (Virgínia) para tentar crescer, entrei para o exercito americano e fui conquistando meu espaço, foi devagar mas eu cheguei, consegui me tornar Coronel, e trabalhar no Pentágono, e isso foi a coisa mais incrível, fique tranquila meu amor, as coisas para você vão dar certo. Basta você ter um pouco mais de paciência. _ o pai fala tão calmo que dá até mais esperança pra ela.

Cinco meses e ela já estava ansiosa para voltar a trabalhar, Lucas ainda a avisa sobre tudo que estava acontecendo lá dentro, e ele poderia até perder o emprego por isso, segundo ele as coisas estavam tensas, James havia acabado de ser liberado para voltar ao trabalho, durante o tempo que ele esteve preso Emma quis ir vê-lo, ela ainda amo ele, parte dela acredita na inocência dele, mas a parte racional não é bem assim. O amor pode mascarar a visão da gente.

É claro que dói nela vê-lo sendo julgado, mas não conseguia tirar da cabeça que ele talvez tenha sido o culpado por todo esse transtorno, se isso for verdade Emma não saberia como vai lidar, e demais pra qualquer um.

_ Como você está? _ Lucas havia chegado na casa de Emma por volta das 10 horas, ele ia sempre, pra como ela estava.

_ Oi, estou tentando estar bem. Como estão as coisas por lá? - estavam sentados na grama em busca de um sol, que era um pouco raro em Seattle.

_ Estão bem. Como foi para você voltar? _ ele a olha cheio de esperança.

_ Não sei o que esperava quando voltei. Eu tive um pouco de medo, e parte de mim queria chegar lá e as coisas não terem mudado, mas foi engano. E James está lá também.

_ Não precisa ter medo. Eu acho que James não tenha feito isso. Não é possível sabe. Já faz tanto tempo. Eu ainda sinto o cheiro dela, e saber que talvez eu tenha passado quase um ano ao lado do talvez responsável por tudo isso... é demais. _ Emma não conseguia se quer pensar na dor que Lucas estava sentindo, aquilo pra ele era pior, porque ele escolheu James e Emma para trabalhar com ele.

_ Vamos torcer para que não seja ele Lucas. É o que podemos fazer. Torcer para que tudo dê certo. _ ela apoia a cabeça no braço do Lucas e fecha os olhos pensando no que acabaram de conversar, ainda é muito pra eles absorverem, parte de Lucas se sentia mal por ela está passar por tudo que estava passando.

Diário de uma DetetiveOnde histórias criam vida. Descubra agora