Eu Vejo Uma Luz

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          Após eu ficar desacordado fui despertando aos poucos.

          Esse local que estamos presos é extremamente frio e escuro — somente uma fraca luz está sobre nossas cabeças. Olho lentamente para cima com a cabeça ainda latejando e ao olhar na direção das escadas vejo uma silhueta. Em um primeiro momento pensei que fosse outro cúmplice de Artur e Gustavo, mas o corpo estava parado como se estivesse espionando.

          Quando a pessoa das sombras deu um passo em direção ao feixe de luz ficou reconhecível: era a Vanessa.

          Meu coração acelerou.

          Há uma esperança!

          Depois de tantas horas de desespero ver uma luz no fim do túnel é revigorante...

***

(15 horas antes)

          A dor em minha cabeça é tanta que eu mal consegui abrir os olhos. Sinto algo escorrendo pelo meu rosto e alguns segundos depois cair ao chão. A luz não ajuda muito, mas pude ver que é sangue.

          Tento mover meus braços, mas eles estão amarrados fortemente atrás da cadeira e meus pés também estão atados.

          Olho para o lado e vejo uma jovem que também está amarrada a uma cadeira. Pela forma como seu cabelo está cobrindo seu rosto e sua cabeça está inclinada, ela está desacordada.

          Percebo que não há mais nenhuma movimentação no cômodo.

          — Moça, acorde. Moça... — ela nem se mexe.

          Será que está morta?

          — Moça... Você pode me ouvir?

          Depois de chamá-la algumas vezes ela começou a acordar.

          Assustada e chorando ela olhou para todos os lados — provavelmente, procurando pelo sequestrador. Em seguida ela olhou em minha direção.

          — Quem é você?

          — Pode parecer mentira, mas eu sou da polícia. Eu vim com intenção de salvá-la.

          — Então por que você também está amarrado?

          — O plano não saiu como esperado. Mas tenho certeza que meus amigos virão nos ajudar.

          — E quanto tempo isso vai levar? Eu estou com fome e com muito sono.

          — Você não pode dormir! Fica conversando comigo. — ela acenou com a cabeça sem muita energia. — Por que você foi sequestrada? Eles querem te matar também?

          — Por causa do vídeo. Eu filmei o Gustavo estuprando minha amiga. E depois eu descobri que ela estava morta.

          — Como você conseguiu gravar isso?

          — Marcela e eu fomos convidadas por eles para ir até a mansão dele. Eu estava um pouco bêbada. A Marcela estava mais do que bêbada. Ela parecia estar drogada, mas eu não entendi como era possível, pois ela nunca mexeu com essas coisas. Enquanto o Artur tentava — a voz dela estava entrecortando — me levar para um dos quartos eu vi o Gustavo entregando uma seringa para ela. Eu achei estranho. Ela não estava agindo como sempre fez. Logo depois de chegar ao quarto no andar de cima — ela parou para suspirar, novamente — eu disse que precisava ir ao banheiro. Quando saí do quarto eu ouvi a Marcela dizendo: "não faça isso" repetidas vezes. A voz dela estava fraca. Mesmo estando bêbada eu entendi o que estava acontecendo: Gustavo a drogou para conseguir ter relações sexuais.

RENDA-SE! A Casa Caiu...  (COMPLETO) (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora