Cicatriz - Parte 2

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     Chegamos ao hospital e vemos Douglas e Martin na sala de espera.

     — Ela já foi atendida? — Samantha se adianta.

     — Sim. O médico está lá. — Martin responde.

     — O que foi isso? — Douglas fala suspirando enquanto senta novamente. — Eu nunca imaginei que fôssemos presenciar algo assim.

     — Eu nunca a vi assim. Seja o que for que ela esconde, é algo que deixou uma cicatriz enorme. — Martin suspira — Já passamos por muitas situações difíceis no trabalho. Mas ela nunca sucumbiu as emoções...

     — Acompanhante da Senhorita Vanessa Dutra, por favor. — Uma mulher de meia idade aparece vestida com um uniforme de enfermeira.

     — Aqui. — Falamos todos juntos.

     — Ok. Preciso de apenas um para assinar o protocolo de atendimento.

     — Martin vai lá. Acho que você é o mais próximo dela. — Falo para Martin e os outros concordam.

     — E como ela está? — Samantha pergunta.

     — Ainda não sei os detalhes, o médico virá daqui a pouco falar com vocês.

     Martin assina o que tem de assinar e volta a se sentar no banco de espera.

     Passando-se uns vinte minutos, a enfermeira volta e nos informa que o médico quer falar conosco. Mas não podia ser os quatro.

     Concordamos que Martin e eu iríamos.

     Afinal, eu já fiz medicina né?!

     A enfermeira nos mostra a sala e nos indica que podemos entrar.

     — Vocês são responsáveis pela paciente Vanessa Dutra?

     — Sim, somos subordinados dela, na verdade. Mas também amigos...

     — Como a delegada está? — Martin se adianta.

     — Delegada? Isso explica muita coisa. — Ele dá um risinho. — A paciente está com a imunidade baixa. Provavelmente, não dorme faz um tempo também. Demos um sedativo para ela dormir por um tempo. — Ele analisa uns papéis — O ferimento da mão dela também está infeccionado.

     — Ferimento? — Pergunto.

     — Sim. Havia resquícios de cacos de vidro. — Ele pigarreia — Se minha longa jornada não me trair, creio que ela acertou algum vidro. Talvez para extravasar. — Ele ri novamente. — Eu entendo que a profissão de vocês deve ser desgastante. A minha já é, imagina a de vocês. Mas não podemos descuidar da saúde.

     — Tudo bem, doutor. Mas ela vai ficar bem, então? — Martin ansioso.

     — Vai sim. Só recomendo que ela fique aqui até o soro terminar.

     — Isso só será possível se ela permanecer dormindo. — Dou um sorriso.

     Saímos da sala e recebemos uma chamada no rádio.

"Equipe Alfa, na escuta?"

     — Estamos. Pode falar.

"Outro assassinato aconteceu. Dessa vez o corpo foi deixado em uma cadeira dentro de uma fábrica de sapatos."

     — Já estamos indo. — Martin encerra o contato. — Rafael, acho melhor você ficar aqui. Você estudou medicina, vai saber conversar com ela. — Ele já vai saindo, quando se vira e me fala — Só não fala pra ela desse novo assassinato. Ela já passou por muitas coisas hoje.

RENDA-SE! A Casa Caiu...  (COMPLETO) (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora