Quando vi Samantha engatilhando ensanguentada eu corri em sua direção.
— O ca...ca...carro — ela disse entre soluços — explodir...
A olho sem compreender o que ela quer dizer e antes que eu possa perguntar ouço um barulho. Na verdade, uma explosão.
Antes que eu veja de onde veio, Vanessa grita de dentro da escola.
Antônio corre até ela enquanto outros policiais dão cobertura e outros vão em direção a explosão.
Em meio a grande camada de fumaça, vejo Martin sendo carregado desacordado por Antônio.
Rapidamente os paramédicos vão ajudar.
Samantha tosse e com muita dificuldade, diz antes de desmaiar:
— Ele es..estava lá...
Vejo Vanessa correr desesperada na direção da explosão e logo em seguida, ouço disparos...
***
A dor de perder um amigo é extremamente insuportável. Olhar para aquele assento e não vê-lo me faz estremecer.
Sei que não fiquei aqui tempo suficiente, mas os momentos que passamos juntos foram marcantes.
Vanessa ainda não chegou. Todos temem que ela mude depois de tudo que aconteceu ontem. Sabemos que a culpa não foi dela, porém ela insiste em dizer que foi.
Samantha — ou melhor, Falcão — disse que iria tentar falar com ela ontem a noite, mas foi em vão. Vanessa foi para sua casa — que estranhamente ninguém sabe onde é — e ficou incomunicável.
Ninguém a julga. Pelo contrário, todos elogiaram a forma como ela prendeu o miserável que causou toda essa dor. As mães das meninas Assassinadas não param de vir até aqui para agradecer.
Mesmo com a perda de um dos nossos companheiros, elas sabem que a justiça foi feita.
Mas Vanessa não pensa assim.
Durante minha residência no hospital eu tive que aprender que é impossível ser perfeito. Mesmo com todo meu conhecimento teórico, a prática é uma missão especial. Eu sofri muito quando um dos pacientes que eu estava tratando faleceu. Porém, aos poucos fui percebendo que isso não depende só de mim. Há algo maior que rege essas coisas. Somos apenas instrumentos para amenizar a dor e por vezes — quando realmente não é a hora deles — salvá-los.
Mas não é sempre que podemos salvar.
Martin ainda está no hospital. Segundo Samantha ele tentou lutar contra o assassino, mas ele usou uma arma de choque para atingi-lo. Como vingança pelo mau comportamento, acertou-o incansáveis vezes com um pedaço de madeira, deixando hematomas por todo o corpo.
O clima da delegacia está tenso.
Os funcionários querem fazer perguntas uns aos outros, mas o peso pelo que aconteceu com Douglas paira sobre todos.
— Rafael, vamos tentar encontrar a Delegada Vanessa. — Antônio suspira — Estou com um mau pressentimento...
— Eu também estou... — Olho para cima e suspiro.
— O difícil é encontrarmos a casa dela. Ninguém faz ideia de onde seja.
— Será que o Delegado Mateus, sabe?
— É verdade. Ele deve ter os dados dela. Vamos ver com ele...
Fomos até a sala do Delegado Pacheco e ele nos pediu para entrarmos.
— Como está a equipe? Muito abalados?
— Bastante. Mas estamos mais preocupados com a Delegada. Ela não é de se atrasar e ainda não chegou...
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RENDA-SE! A Casa Caiu... (COMPLETO) (REVISÃO)
Romance⚠ Plágio é crime ⚠ ⚠ Obra registrada ⚠ ⚠ Obra de minha autoria ⚠ Rafael Palácio tem sua vida controlada pelos pais. Um futuro praticamente garantido, mas não um, no qual ele escolheu. Ser um médico já foi seu sonho, porém, a forma como seu pai insis...