A Fera e o Poeta

42 4 2
                                    

Um súbito coma
Gélido

Um súbido toque
Calmante

Um beijo repentino
Surpresa

A facada de misericórdia
Ruína

A flecha carmesim que corta o horizonte no crepúsculo seria o fim de um dia ou o inicio de outro?

Se banhar minhas mãos em ouro quente farei delas minhas joias banhadas a dor e feridas que se manterão abertas pela eternidade.

O grito mais agonizante é o dos mudos, que tem muito a dizer, contudo não conseguem.

A fera roubou a alma do poeta, quando o teórico se tornou caçador.

"Do que adianta se deitar com tantas e seu coração não pertencer a nenhuma?" - Se perguntava bolando na cama.

A fera estava movendo o corpo do poeta como marionete pela vila e pelo bordel. Oferecendo ouro a companhia que com ele se deitasse.

Será que ainda sou jovem demais pra pensar nisso?
Dúvida.

Ou seria apenas fruto do desejo de me perder no tempo?
Fato.

Tirar uma máscara é fácil, mas quem tem coragem de dar a cara a tapa?
Suspiro.

A fera havia tomado o corpo do poeta para si, pois a carne era pecaminosa, pois o coração estava adormecido...

O caçador de corações pôs seu machado no canto e relaxou na cama, para aquela que seria mais uma noite mal dormida...

Rabiscado e Rimado Onde histórias criam vida. Descubra agora