[P O V P A R K J I M I N]
Saber que Jungkook estava por perto, tão perto, fazia o meu corpo reagir de uma forma desesperadora. Era muito ruim, porque não devia ser Jungkook a causar isso em mim.
E, de repente, apesar de não estar mais só, eu sentia-me perdido, sem saber o que fazer.
Jungkook tinha que saber que eu estava aqui, porque a minha mala estava na sala, aberta, com algumas roupas espalhadas ao lado, mas sem muita desarrumação. No entanto, o que ele fizera fora ir tomar banho?
Eu não queria ver Jungkook primeiro. Eu queria que ele me visse, eu queria que fosse ele a fazer alguma coisa. Porque... O que faria eu?
Em que pé estávamos?
Enquanto a água corrente do banheiro do interior do quarto chegava aos meus ouvidos eu sentia alívio, e acabei por me mover pela cozinha, meio desgraçado, fazendo nada, parecendo um bobo a tentar achar a posição certa para que parecesse natural.
Mas nunca ia parecer natural, pois não?
Então eu subi o meu corpo para cima do balcão, sentando-me em cima do mesmo, deixando as pernas para fora, e em uma medida de desespero pegando uma das maçãs ali perto, mordendo-a e olhando como ela era grande em minhas mãos e lhe ressaltava a cor, vermelha sangue.
E eu estava de costas para a porta, esperando que Jungkook saísse, assim que a água parou.
Eu nunca pensei que o silêncio fosse fazer o meu peito pesar, nunca pensei que fosse fazer os meus dedos tremelicarem, nunca pensei que ele pudesse trazer um sentimento de quase medo sobre o que se sucederia dali em diante, porque eu não sabia nem saberia o que fazer.
A minha respiração acabou por aumentar o ritmo e todo o meu corpo me dizia que Jungkook estava ali, que Jungkook tinha chegado àquele cómodo, e eu fui completamente incapaz de não fazer nada. Então o meu queixo pousou no meu próprio ombro, para baixo, como se ele não fosse capaz de perceber que eu estava tentando o ver, percebendo pela periferia da minha visão que ele estava sim ali.
O meu rosto ficou de novo para a frente, com as mãos bem fincadas na beira do balcão e olhos fechados, inevitavelmente fechados, porque eu não queria ver aquilo, não queria ver como seria.
Foram poucos segundos para que eu sentisse as mãos dele passando por baixo do meus braços, e o tronco dele entre as minhas pernas separadas, e quando ele fechou o abraço eu fui incapaz de, mais uma vez, não fazer nada, subindo então os meus braços, com extrema rapidez, abraçando-o de volta através do pescoço, apertando-o entre as minhas pernas.
E não fui sou eu. Não foi só ele. Éramos nós.
Estávamos nos apertando um no outro e em algum momento Jungkook me puxou contra ele e eu acabei fungando, sabendo agora o que eu já havia confirmado antes:
Jungkook e eu tínhamos sentimentos um pelo outro, eu sabia, mas tinha mais certeza de que eles não estavam nem perto de serem aceites.
Ele me puxou ainda mais, eu abracei o seu tronco com as pernas quando senti a minha bunda deslizar pelo balcão, mas eu continuei me agarrando nele como se estivéssemos no fim do mundo, e metaforicamente estávamos, porque não sabíamos o que nos restava quando aquele momento terminasse.
Eu não reparei até que doesse, que eu estava mordendo os meus próprios lábios, quando eu senti o conforto do sofá contra as minhas costas, com Jungkook se acomodando em cima de mim, o rosto contra a pele do meu pescoço, apertadinho, sem desfazer o abraço, sem me largar nunca, e eu me sentia a pessoa mais segura nos braços dele, e a mais feliz... e ninguém podia saber.
Eu não podia contar quanto tempo nós estivemos ali, porque eu não me podia perder nisso, porque eu tinha que aproveitar enquanto eu podia, enquanto ele me deixava ser desse modo, enquanto ele me deixava sentir a sua respiração quente, o peso de todo o seu corpo sobre o meu, o seu aperto forte, o seu cheiro bom e inebriante, enquanto eu ainda era dele.
Jungkook ergueu o rosto, arrastou-o pela minha clavícula, e eu abri os olhos, ciente de que as minhas mãos tocavam as suas costas nuas, que estavam com as omoplatas ressaltadas, e a sua pele estava quente, mas ele tinha os olhos apenas muito levemente abertos, parecendo quase adormecido, mas eu sabia que ele não estava.
E eu encarei o seu rosto, como eu nunca tinha feito antes, com vontade de quase tocá-lo, mas sem o fazer, mantendo as mãos nas suas costas, apertando-o, mas indo perdendo a força à medida que me entregava àquela visão linda, como eu nunca a tinha visto, ou notado, como eu me sentia em relação a ela. E vê-lo assim, naquela forma mais bonita, sem me importar com o haver apenas uma toalha em volta da sua cintura, eu acabei subindo a minha mão, inconscientemente acariciando os seus cabelos, sorrindo-lhe, mesmo que ele não visse.
E ele entregou-se ao toque também, erguendo um pouco o queixo, de modo a que a sua cabeça se moldasse à minha mão, e, ciente da proximidade, movendo os seus lábios secos contra os meus humedecidos, sem fazer nada de nada.
Do nada a sua mão escorregou para o meu bícep, forçando-a lá para que pudesse erguer o copo, deixando a sua boca contra a minha bochecha, com a sua testa encostada na minha cabeça, e o aperto no meu braço. E de repente a sua respiração aumentou o nível de velocidade, como se ele estivesse sufocando aos poucos, a mão dele me largou, subiu até os próprios cabelos, afastando-os para trás, fazendo-o suspirar quando os dedos trémulos dele pousaram de novo na minha clavícula.
''Jimin...'' Ele murmurou, a voz rouca, talvez por não termos falado até então, a mão inquieta subindo para a lateral da minha cabeça, afastando os meus cabelos também, não em um gesto carinhoso, mas sim com os dedos bem empregues entre os fios.
E eu ergui o queixo, empurrando a minha face contra a sua boca, porque mesmo que fosse o mínimo contacto era o que eu precisava.
Então eu descobri o que havia de errado.
Ter Jungkook era fácil, sempre fora.
E agora... Ter Jungkook... Ter Jungkook era só ruim.
♤♡♤
n/a
(1) me desculpem a demora pelo amor de Deus, tem uma mensagem no meu perfil se alguém quiser entender
(2) NÓS CHEGAMOS EM 4K!!!! ♡ ♡ ♡ ♡ ♡
(3) Esse cap ficou ruim? Por favor me digam se ficou ruim, com a maior sinceridade, por favor por favor por favor
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It Ain't My Fault [jikook/kookmin]
Fanfiction[C O N C L U Í D A] Ao conhecer Jeon Jungkook, Park Jimin não esperou que apenas uma hora depois ele já não fosse mais o mesmo, passando de um bom marido a um traidor.