It Ain't My Fault [jikook/kookmin]

(52) u need it, Tae

[P O V P A R K J I M I N]

Poder soltar todo o ar preso de mim quando eu senti Yang Mi me abraçar pelo tempo todo, fez-me aperceber de que precisava consertar aquilo, mesmo que a solução fosse dar um tempo para Taemin.

Nos dias que se seguiram, conviver naquela casa soava a diferença.

Nós tínhamos perdido a nossa lua de mel e a culpa era minha.

Éramos diferentes, estávamos diferentes, soavamos a diferente.

Conviver com Taemin era... diferente.

Por dias, eu não vi Taemin pela manhã, não recebi um ''bom dia'' ou um simples selinho. Por dias, eu não me despedi de Yang Mi pela manhã, porque eles saiam cedo demais. Por dias, eu vi os dias passarem com as coisas fora do controle, sem nada em minhas mãos, vendo como Yang Mi chegava contente da escola, mas assim que chegávamos em casa e nos sentávamos para jantar ela notava o silêncio, a falta de comunicação.

Era ruim para ela e para nós.

Mas ao fim de uma semana não havia pelo que continuar com aquilo, porque teria de terminar em algum momento, com algum de nós cedendo, e eu sabia que Taemin nunca iria ceder até me ter de joelhos implorando por perdão.

De qualquer das maneiras, o que eu queria era uma conversa, porque não dava para continuar vivendo dentro de uma casa onde todos agiam como se estivéssemos vivendo o auge da perfeição e agora passássemos para um regime tenebroso onde nenhuma criança deveria sequer provar o sabor.

Portanto, na jogada mais suja de todas, eu fui até ao trabalho de Taemin na hora de almoço, que eu sabia que ele passava no escritório. Lá eu sabia que ele falaria comigo, lá eu sabia que ele não gritaria ou iria embora. Lá eu poderia finalmente conversar com ele.

Então depois de muito pensar sobre isso, no parque de estacionamento da filial dele, eu deixei o carro, com uma ponta de coragem única, seguindo pelos corredores, cumprimentando os poucos colegas dele que eu conhecia, até alcançar a sua porta e bater na mesma, esperando que ele dissesse algo para então abri-la e espreitar.

E como eu sabia que ele estaria, Taemin estava atrás da secretária, digitando alguma coisa no computador, me olhando de lado, para então perceber que era eu e ficar de pé.

''Hey...'' Eu proferi, de forma inusitada, entrando e fechando a porta atrás de mim, me encostando nela.

''O que está fazendo aqui?'' Ele perguntou e eu via no seu olhar que ele não queria realmente aquilo. ''Aconteceu alguma coisa com Yang Mi?''

''Não.'' Fui rápido a responder, com medo de assustá-lo, me movendo então para mais perto, ficando do lado da secretária vidrada dele. ''Mas Tae... A gente precisa realmente ter uma conversa.''

''Não.'' Ele negou do mesmo modo, voltando a sentar-se. ''Eu estou sem tempo, Jimin, agora não.''

''Pare com isso.'' Eu revirei o olhar, me esticando sobre a mesa para baixar a tela do portátil, vendo o olhar irritadiço dele na minha direção. ''Está na altura, Taemin, por favor.''

Ele suspirou, sabendo o mesmo que eu, pousando os cotovelos em cima da mesa e pressionando as palmas das mãos contra os olhos, a cabeça baixa.

''Você sabe o que eu passei?'' Ele perguntou e só isso me fez engolir em seco. ''Você sabe como foi estar esperando você e você não chegar? Nunca?'' Ele dizia, com o tom tão calmo que metia medo. ''A minha mãe estava comigo, Jimin.'' Contou e eu comecei a batucar o meu dedo na minha própria coxa, nervoso, já me perguntando como merda eu achava aquilo o melhor. ''Yang Mi já estava na casa da sua mãe. E quando todo o mundo me perguntou o que tinha acontecido, eu não tinha nada que dizer. Porque você quis desse modo e não me disse nada. Nem a porra de uma mensagem!''

Eu neguei para mim mesmo, me encostando na lateral da secretária, ainda que de costas para ele, fungando e limpando as lágrimas acumuladas nos meus olhos com as palmas das mãos húmidas.

''Jimin...''

''Você pode.'' Eu disse, seguro. ''Você pode me dizer tudo o que está de errado. E todas as coisas ruins que você quiser.''

Ele ficou em silêncio por um tempo até que eu o ouvi de levantar.

''Eu não quero, Jimin.'' Ele disse-me, severo, parado ao meu lado, uma mão apoiada na mesa.

''Por favor, Tae.'' Eu pedi, me virando ligeiramente, sem coragem de realmente o encarar. ''Ouça.'' Eu acabei subindo as minhas mãos, deixando cada uma delas em cada um dos seus ombros, de frente para si, o encarando de uma vez. ''Taemin... Você precisa.''

''O que você quer, Jimin?'' Perguntou, a expressão indiferente, as mãos descendo para adentrar os bolsos da calças dele. ''Que você falhou na sua única função?''

''Desculpe?'' Eu uni as sobrancelhas, confuso.

''Você é meu marido.'' Ele declarou e eu acenei, concordando. ''E você teve a coragem de vir com aquele papo de que eu fiz o casamento para mim, Jimin, quando você nunca fez nada por ele.'' Ele sacudiu os ombros, saindo da minha frente e afrouxando a gravata, caminhando pela sala de forma lenta. ''Eu fiz esse casamento para mim porque eu era o único que o queria.''

''Você vai se arrepender de dizer essas coisas, Taemin.'' Eu avisei, cruzando os braços na frente do meu peito, quieto no meu lugar.

''Você quem está pedindo por elas, Jimin.'' Disse-me, duro, e pelo menos era a verdade. ''Porque você aceitou casar comigo se não ia estar lá nunca?''

''Você está sendo tão inconsequente.'' Eu retruquei, afastando os meus cabelos e pousando uma mão na mesa ao meu lado, me apoiando desse modo. ''Eu casei com você porque eu te amo.''

''Não.'' Ele negou, uma risada seca, parado no centro da sala, uma mão no bolso e a outra no ar, com o dedo esticado e negando. ''Não foi desse modo, Jimin.''

''Claro que foi!'' Eu exclamei, em um tom mais alto, vendo-o arregalar o olhar. ''Eu peço perdão pelas minhas atitudes, Taemin, você não pode dizer que eu não faço nada por você!'' Eu gritei, me aproximando dele, lhe apontando um dedo da mesma forma. ''Porque se você for fazer isso, Taemin, pense duas vezes, porque você estará deitando fora todos esses anos!''

''E o que você fez, Jimin?!'' Ele falou do mesmo modo. ''É diferente disso?! Você perdeu a nossa lua de mel por trabalho! Trabalho!'' Acabou rindo de forma irónica e eu revirei o olhar, irritado.

''Olhe o que você está dizendo!''

''Você perdeu nossa lua de mel por trabalho.'' Ele repetiu, contido, dando um passo em frente, me desafiando.

''Pare com isso.'' O mandei.

''Você perdeu nossa lua de mel por trabalho, Jimin.'' Voltou a dizer, infantil, provocando. ''Aceite.''

''Não foi desse modo.''

''Você... Perdeu a nossa lua de mel... Por trabalho.''

''Pare de ser infantil!'' Eu acabei explodindo na sua cara, porque eu nem estava o reconhecendo.

''Jimin... Você perdeu a nos-''

Eu o olhei, quase a ponto de se ver o ar escapulindo de minhas narinas, atordoado, mas com tanta raiva, que eu berrei a todos os meus pulmões.

''Não foi por trabalho, merda!''

[C O N T I N U A]

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#35 !!!!!!!!! ♡