(41) me, lone

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[P O V   P A R K  J I M I N]

Quando alguém beijou o meu tronco nu eu soube que era Taemin, porque não estava ciente do lugar onde nos encontrávamos. 

E eu não sabia quanto tempo tinha passado, quanto mais que dia era, mas eu conhecia a boca de Taemin, e conhecia os seus toques. Então, ter adormecido daquele modo fora o melhor que eu tinha feito, para acordar então daquele modo. 

E eu ainda não o tinha visto, mas não precisava. 

E havia alguma coisa em Taemin naquele momento, com os seus dígitos pressionados no meu ombro, porque eu ainda estava de costas para ele, com a barriga no colchão, que me encantavam, porque ele estava finalmente tomando uma atitude, e eu estava adorando. 

''O-oh, babe...'' Eu murmurei, engolindo em seco quando o seu antebraço se manteve por cima do meu pescoço de uma maneira brusca, e eu ri, masoquista, porque eu nunca tinha dito a Taemin que eu gostava daquelas coisas, e, naquele momento, aquilo já soava como a nossa melhor noite. 

Mas era de noite? 

Depois os seus dedos correram para a minha nuca, quando eu senti cada uma das suas pernas do lado do meu quadril, deixando-o assim em cima de mim, e a sua boca encontrou o ínicio da minha espinha dorsal, beijando-a e descendo em uma trilha húmida até ao meio das minhas costas. 

E os toques dele nunca tinham sido tão enlouquecedores daquele modo. 

''Eu te amo...'' Eu quase resmunguei, sentindo a mão dele na minha cintura, enquanto ele massageava a minha nuca com gentileza. E então ele apertou a minha bunda com força, e eu arfei. ''Eu te amo tanto... a-ah- Junggukie...''

Eu arregalei o olhar, quando aquele nome saiu da minha boca sem notar, mas Taemin não parou, então eu espreitei por cima do ombro, olhando para trás de mim e vendo, pela penumbra da noite, porque afinal era de noite, Jungkook, sentado em cima de mim, sorrindo, com os olhos tão escuros. 

Foi quando ele se aproximou, a um milímetro de juntar os nossos lábios, que eu explodi em raiva e joguei o meu corpo para cima, com a respiração ofegante, olhando em volta, vendo a luz do final de tarde entrar pela janela, porque ali escurecia tarde. 

E então eu levei a mão ao meu coração, que batia tão rápido, notando a ausência de Jungkook e a irregularidade demasiado grande na minha respiração.   

O meu celular tocava no fundo, mas a música parou rápido então ignorá-lo foi fácil. 

Eu fiquei de pé, ainda com a toalha enrolada na minha cintura, afastando os meus cabelos suados e correndo para o banheiro, ligando a água do lavabo no frio e quase a jogando na minha cara, esfregando a mesma e me olhando no espelho em seguida. 

Eu tinha sonhado com Jeon Jungkook? 

Daquele modo...?

O meu reflexo não ditava nada que eu não soubesse...

Eu tinha que me livrar de Jeon Jungkook!

Jungkook tinha de sair da minha cabeça, agora que nós estávamos realmente no fim. 

O meu estômago estava dando voltas, porque eu tinha dormido desde a manhã até ali, então, depois de vasculhar a minha mala por algo que eu pudesse me sentir confortável, eu segui para a cozinha. 

E na cozinha não foi espanto que eu não encontrasse quase nada, a não ser comidas pré prontas que eu não estava afim de comer. 

Então, depois de uma grande relutância, eu lá deixei o apartamento, apenas para descer até ao piso debaixo, sentando-me no restaurante grande, completamente sozinho, no meio de todas aquelas famílias que vinham ali de férias, a fim de aproveitar o ínicio da primavera. 

No elevador, quando eu subia com uma caixinha pequena e transparente em mãos, com a sobremesa que eu tinha recusado depois do jantar mas que os empregados tinham insistido para eu trazer, e era uma fatia de bolo de frutos vermelhos, uma família acabou entrando comigo. 

E a mulher, que devia ser mãe da criança que carregava, me sorriu, e por um momento eu não me senti julgado por estar todo só ali, só eu e meu reflexo. 

Eu sorri à criança, que certamente era mais nova que Yang Mi, mas ela não me correspondeu, e isso acabou quebrando o meu coraçãozinho, frágil por aquela hora, até que ela deixasse o elevador e eu ficasse só mais uma vez. 

Porque esse seria o resumo, não seria? 

Eu,

Eu, , por cinco dias.

Ao entrar de novo no apartamento, devastado, ainda meio atordoado, mas ciente de que eu nunca mais estaria com Jungkook, eu fui para a cozinha guardar a pequena embalagem no frigorífico, sorrindo para a mesma, porque alguém, mesmo que estivesse fazendo o seu trabalho, me fizera fazer sentir menos sozinho ao insistir para que eu trouxesse a sobremesa caso fosse querer mais tarde. 

No entanto, ao imaginar como eu encontraria toda a cozinha limpa, o meu olhar arregalou-se quando eu notei os balcões, assustado, porque eu me lembrava de os ver vazios e limpos, logo após a minha desistência que comer macarrão pronto, e agora tinha uma faca suja com algo castanho na banca, e eu olhei com mais atenção, antes de dar um salto ao perceber o forno ligado. 

E, com uma mão segurando o tecido da minha camisola, com o coração a palpitar mais uma vez, eu aproximei-me do fogão, verificando o que eu já sabia. 

Depois, eu baixei-me perante o aparelho, estreitando o olhar e espreitando, quando saltei involuntariamente com o barulho de água corrente chegando aos meus ouvidos. 

No entanto, o que surgiu na minha face não foi horror, foi um sorriso genuíno, porque depois de abrir o forno e sentir o aroma a maracujá eu tinha a certeza de quem estava no outro cómodo tomando banho. 

It Ain't My Fault [jikook/kookmin]Onde histórias criam vida. Descubra agora