It Ain't My Fault [jikook/kookmin]

(62) unfair

[P O V   P A R K  J I M I N]

Você deposita tanta confiança no ser humano. 

Você confia tanto no ser humano que passa do seu lado quando caminha na rua, pisando o mesmo chão que você, que ele não vai te matar no próximo segundo. 

E você confia tanto em si, certo de que não se tornará em um desses loucos que você tanto julga. 

Você confia tanto em pessoas que você não conhece, você confia em palavras soltas, tanto vulgares como invulgares, e porquê?

Você vem confiando, por toda a sua vida, nas coisas mais comuns, nas mais fáceis de serem quebradas, e é incapaz de acreditar quando alguém toma coragem e passa os seus sentimentos para você, porque ela confia em você e ela te ama! 

Mas você vai e não acredita, ou decide não acreditar, e não é justo que você confia em coisas tão bobas, tão frágeis, em coisas que vai-se lá saber e no que é suposto você acreditar, levar avante, você tem dúvidas e fica duvidando por tanto tempo...

Me diga, não é injusto?

''Jungkook...'' Eu murmurei, porque já faziam alguns minutos desde as respirações ofegantes misturadas, no silêncio cortante, com lágrimas pelo meio. ''Jungkook, pro favor.'' Eu dizia, segurando a sua face entre as minhas palmas das mãos, enquanto ele ficava fechando os olhos, cedendo ao sono, e eu, com medo de que não fosse sono, estava entrando em desespero. ''Jungkook, fique acordado, por favor.'' 

Mas ele negou com a cabeça, murmurando, de olhos fechados e lábios entreabertos, e eu passei a mão pelos seus cabelos, notando como eles estavam ficando húmidos, assim como a sua testa. 

Então eu me afastei, ficando sentado, pegando o celular com pressa do criado mundo, sendo rápido a discar o número de Hoseok, e graças a Deus a ser atendido rápido, pedindo-lhe que buscasse Yang Mi, e Hoseok também foi rápido a perceber o meu tom aflito, me perguntando o que estava acontecendo, se era sobre mim, se era sobre Taemin ou algum familiar, mas não era e eu não lhe disse, apressado demais. 

Depois eu dei a volta na cama, sendo demasiado fácil virar o corpo de Jungkook, descobrindo-o do lençol fino, puxando o seu braço. 

''Jungkook.'' Murmurei, tentando puxá-lo, completamente alerta, mas ele murmurou mais alguma coisa, empurrando o nariz e a bochecha contra o colchão. ''Por favor, por favor, vem tomar banho.'' Eu implorei, o puxando e sendo obrigado a me sentar quando ele fez o mesmo, sem equilíbrio. ''Por favor, Jungkook.'' Eu murmurei, tentando pegar a sua face, mas o seu corpo caiu contra o meu, a sua cabeça contra o meu ombro e um suspiro alto saiu dos seus lábios. 

''Jimin... Eu te amo.'' Ele disse, com a voz fraca, quase apenas murmúrios imperceptíveis, os olhos quase desistindo. 

''Sim, está tudo bem.'' Eu concordei, acenando, erguendo o seu rosto para a frente do meu, vendo como ele tinha o cenho erguido, os lábios separados. ''Mas, Jungkook-''

''Você é tão lindo, baby.'' 

''Fica aqui um pouco.'' Eu mandei, mesmo sabendo que ele não iria a lugar nenhum, segurando os seus ombros no lugar e me levantando, vendo como ele ficou todo torto, tentando se aguentar daquele modo. 

Então eu entrei no banheiro, procurando pelos armários de forma desesperada, porque eu só queria uma toalha, mas não parecia ter muitas ali, então eu acabei pegando a toalha de rosto, atirando-a para o lavatório e colocando a água fria para correr, molhando-a. 

E logo depois eu liguei para saúde24h, sabendo-me incapaz de levar Jungkook para um hospital agora. E foram apenas dois minutos de ligação, porque eu despejei tudo na pobre garota do outro lado, lhe dizendo sobre como a febre de Jungkook estava alta demais, sobre como ele não parecia estar em si e sobre como o comprimido não tinha dado efeito e só estava piorando. Então ela exigiu, mesmo que de forma doce, que eu me acalmasse, me dando algumas indicações sobre o que fazer, para então desligar e me dizer que se nada funcionasse eu deveria realmente chamar uma ambulância.