[P O V P A R K J I M I N]
Beijar Jungkook, naquele momento, era mais uma forma de matar saudade. Mas não era da saudade que tínhamos, era da que sabíamos que estava por vir.
Segurar os seus cabelos entre os meus dedos, daquele modo subtil, enquanto ele me beijava, e eu o beijava de volta, ele segurava a minha coxa com a mão espalmada, movendo o polegar levemente, em carinho, e tudo aquilo era como verão, tão doce e tão certo, como quando ele selava as nossas bocas vezes sem pensar, tocando os nossos narizes numa brincadeira carinhosa.
E beijar Jungkook é como quando acorda, abre os olhos e a luz te consome e você precisa voltar atrás e fingir que não acordou, é essa sensação boa que você pode ter o controle, é essa coisa doce de descanso e segurança, que tem a ponta ruim, que será acordar, mas você está ignorando porque pode.
Beijar Jungkook é aquele momento do dia, o melhor momento do melhor dia, em que você sente todas as coisas ruins à sua volta sendo vencidas pelo lado bom, e só por um segundo, você pode ser você e sorrir sem se sentir culpado.
Beijar Jungkook é chegar tão perto da lua, que se seu dedo fosse apenas um pouquinho maior você alcançaria, mas mesmo quando você desce e se depara com a verdade... não é ruim, porque você tentou e quase conseguiu.
Beijar Jungkook é um privilégio.
Acima de tudo, beijar Jungkook é doce. Doce como quando você prova aquele fruto da época, sumarento, o seu preferido, naquele pôr do sol ensolarado que aquece a sua pele sem a queimar e você tem a melhor visão de todas.
Eu tinha a melhor visão de todas.
Então eu me virei de lado, deixando a sua mão escorregar para a parte de trás da minha coxa, enquanto eu sorria às mil maravilhas de Jungkook e me apoiava com o cotovelo contra o colchão e a a mão suportando o peso da minha cabeça.
"Tem coisas que eu nunca te disse." Eu murmurei e os meus dedos da outra mão passaram pela tinta na sua pele, na parte interior do seu ante braço. Jungkook franziu o cenho, querendo saber sem me perguntar, no entanto erguendo o queixo, com os lábios entreabertos, pedindo o que eu queria dar. Eu o beijei. "Como... Como você me faz sentir." Eu o beijei de novo, porque admitir aquelas coisas não era o que me dava mais confiança. "E como você mexe comigo quando..." E eu acabei divagando nos lábios dele, porque ele estava sorrindo contra os meus, com a mão subindo da minha coxa para o final das minhas costas, me puxando contra ele, que estava de lado também, envolvendo as nossas pernas juntas.
"Baby..." Ele acabou murmurando, a sua mão, com a pele tão suave, tocando a minha face, os seus dedos quase brincando com a minha bochecha. "Você não pode me falar essas coisas." Ele deixou claro, num tom que não era adequado para a segurança com que o dizia. "Não agora."
Era tarde.
Era tarde e eu sabia.
A ponta dos meus dedos, envergonhado, pousaram contra o seu peito e batucaram ali, quando, do nada, tal como cada desastre na minha vida, ou à minha volta, eu senti os meus olhos queimarem e eu tive vontade de chorar. E sabendo disso, ou talvez querendo me poupar, Jungkook me puxou contra ele, caindo no colchão e abraçando os meus ombros com os dois braços, beijando o topo da minha cabeça.
E tudo piorou dali para a frente.
Abraços não matariam a saudade. A saudade não vinha mais sozinha.
Um desastre nunca vem só, olhe só.
"Eu sinto coisas por você..." Ele disse, quase assobiando, ganhando fôlego depois. "E você não pode, Jimin, não deve. Se pensar em mim, se quiser pensar em mim, não deve fazer essas coisas."
É porque eu estou pensando em você, Jungkook.
"Me perdoe." Eu disse, fingindo-me inabalável, quando eu estava quase caindo, quase querendo cair e me esquecer daquilo, fingindo que o peso daquelas palavras não me afetavam. Então eu coloquei as minhas forças para prender as lágrimas, porque uma já não tinha volta, e as minhas mãos moldaram-se às laterais do seu corpo.
Mas então, aquela maldita, aquela... Caiu contra o peito de Jeon Jungkook.
E eu estatuei, mas não deu nem tempo de fingir que não estava acontecendo.
Então Jungkook subiu o tronco com uma força incrível, sem o apoio dos braços, mostrando mais uma vez que ele andava malhando, como se não estivesse evidente por todo o seu corpo, levando-me consigo, ficando sentado, deixando-me no seu colo, encarando a minha face com preocupação estampada em cada traço, enquanto eu sorria de lado, na tentativa que ele pudesse esquecer aquilo.
"O que foi?" Ele murmurou, tão bebê, com uma mão contra a minha coxa e a outra subindo para a minha face, me obrigando a olhá-lo, enquanto eu quase sufocava no meu choro interior. "O que está te magoando?" Questionou, a testa contra a minha, em um murmúrio.
É isso, Jungkook.
É que beijar você é como ficar tão perto da lua, tanto que você deseja que seu dedo fosse apenas um centímetro maior, mas quando desce e vê a verdade, você percebe que a tentativa não chega mais como consolo, porque apenas um centímetro não ia chegar de qualquer das maneiras.
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It Ain't My Fault [jikook/kookmin]
Fiksi Penggemar[C O N C L U Í D A] Ao conhecer Jeon Jungkook, Park Jimin não esperou que apenas uma hora depois ele já não fosse mais o mesmo, passando de um bom marido a um traidor.