It Ain't My Fault [jikook/kookmin]

(55) agony

[P O V   P A R K  J I M I N]

Agonia.

Agonia é o que você sente quando... 

Eu tenho uma coisa melhor para você. Posso fazer tudo por você. 

Agonia: 1) Última luta contra a morte. 2) Momento que antecede a morte. 3) Ânsia, aflição. 4) Desfecho próximo, precedido de grande perturbação. 

Eu estou sentindo agonia.

E é quando você quase toca a morte e só por um segundo, apenas um segundo, um único segundo, você desejou realmente tocar ela e se arrependeu. Você se arrependeu tanto. 

E não é ruim quando o que mais você precisa é quem te dá dor de cabeça? Não dói quando você pode ter tudo aquilo que deseja para curar seus males mas é isso que está te fazendo mal?

 Não é tipo... super ruim?

Como você se sente?

Como você se sente quando sabe que procurou saída de forma errada? 

Como você se sente quando é egoísta? Quando não é? 

E o que você sente por si mesmo? É raiva? É porque não pode voltar atrás?

É porque você não encontra uma saída? 

Você alguma vez sentiu como se nunca nada tivesse sido seu, só seu? Nunca sentiu que você perdeu as melhores coisas, foi se deixando levar pelo tempo, agiu fora da sua idade, quis ser mais velho...

Ah! Você quis ser mais velho... Você está arrependido, não está? 

Você se deu com a realidade dura e crua e você deseja voltar atrás, ser criança, sair dessa fase ruim que infelizmente é a maior da sua vida e poder voltar a ter o mundo em suas mãos. 

Quando Hoseok propôs a ida em um parque de diversões com o lanche ajantarado de comidas gordurosas e bebidas com corantes, não houve forma de segurar Yang Mi, que vinha feliz do dia de escola e aparentemente não tão cansada a ponto de adormecer no seu banquinho. 

Não era sobre o parque de diversões. Era sobre juventude. 

No entanto, ao entrar no carro, eu acabei olhando a garota com um sorriso de canto, porque não havia realmente forma de eu me importar com aquilo em um ponto como aquele. 

''O que você trás aí, garotinha?'' Eu perguntei e vi Hoseok sorrir, vendo como eu era capaz de mudar o meu humor consoante a presença daquela garotinha. 

Yang Mi ajeitou o chapéu, aquele chapéu, sobre os seus cabelos, levando a franja para o lado e sorrindo grande. 

''O Papai deixou eu me vestir sozinha, hoje.'' Ela disse-me e aquilo quase soava a presságio, porque Taemin devia estar realmente miserável para permitir uma coisa daquelas. 

''Ah.'' Eu murmurei, sem deixar descair o tom. ''Mas você tirou quando entrou na classe, certo?''

Ela acenou-me, concordando, e eu voltei a colocar o cinto, olhando de esguelha para Hoseok. 

E foi aí que ele entrou com a sua jogada de convencer Yang Mi, para que esta me convencesse a mim, como se fosse ser difícil. 

Tudo o que eu menos queria era ir para casa e encarar Taemin depois de uma discussão tão feia e que terminaria de uma forma tão previsível. 

Então nós os três fizemos exatamente isso. 

Nós comemos comidas gordurosas que deixaram manchas na minha roupa e de Yang Mi, para depois seguirmos para os brinquedos de brinde, para que tivéssemos tempo de fazer a digestão. Como eu sou um falhanço nato, foi Hoseok quem acabou ganhando um boneco para ela, que era um pouco mais pequeno que si, mas que fui eu quem acabou carregando. 

E em momento algum, com Yang Mi sempre correndo na nossa volta, enquanto eu segurava o algodão doce dela e ela acabava se aproximando para roubar um pouco, ela ficou com calor, me pedindo para eu amarrar o cabelo, e da maneira mais desengonçada eu o fiz. 

Não era um dia especial, havia escola no dia a seguir, mas eu sabia que ela estava se sentindo especial e só isso me fazia esquecer toda a coisa ruim que se dera ao longo do meu dia, ou da minha semana, ou do meu mês. 

E até ela via a diferença. Até ela via que se Taemin estivesse ali, nós teríamos ido embora quando sujamos as nossas camisas, e se por ventura não tivéssemos, porque talvez nós pudéssemos comprar camisetas novas, nesse nível de ridículo, nós já teríamos tido uma discussão breve sobre como Yang Mi não podia comer tanto doce, mesmo que fosse apenas daquela vez especial, ou de como ela não deveria correr tanto ou andar com um coque tão mal feito, mas tão engraçado. 

Yang Mi era uma criança, mas para Taemin era quase um projeto, alguém que tinha que ser igual a ele, alguém que já tinha que nascer com maneiras e milimetricamente perfeito. 

Não. Yang Mi ainda era uma criança. Yang Mi ainda era a nossa criança. 

''Vem andar naquele, Papai, por favor!'' Ela dizia, puxando-me pelo braço, e eu ri, indo atrás dela, sem saber qual era a possível diversão que ainda não tínhamos andado, pelo menos das adequadas para a sua idade. 

''Yang Mi!'' Eu a puxei e ela veio em um tropeço, rindo, quando eu me baixei e segurei a sua barriga, a pegando no meu colo e girando com ela, logo me virando na direção da diversão que ela corria. ''Você não tem medo disso?!'' Eu questionei, um pouco chocado, porque o brinquedo era basicamente os braços de um kanguru gigante que subiam e desciam com rapidez, andando para trás e para a frente no ar. 

''Não!'' Ela gritou no meu ouvido, como se eu não a fosse ouvir e eu me virei para Hoseok, vendo como o mesmo sacudiu os ombros. 

''Você tem a certeza?'' Eu perguntei, a pousando no chão e me abaixando na sua frente, sem me incomodar pela minha calça ficando suja com o joelho contra o chão. ''Bebê, depois que você entra você não pode mais sair até parar.'' Eu alertei, preocupado se ela não ficaria medrosa depois de estar no topo. 

''Mas você não vai comigo?'' Ela perguntou, segurando a minha mão e eu ouvi Hoseok rir. 

''Espere um segundo.'' Eu murmurei, sentindo o primeiro vibrar do meu celular contra a minha coxa, dentro do meu bolso. 

Eu peguei o celular, o segurando com as duas mãos quando eu vi aquele nome. E ao perceber a minha falta de movimento, Hoseok espreitou por cima do meu ombro, apertando o meu ombro, compreendendo.

''Vem.'' Ele disse para a pequena, segurando a mão dela. ''Seu papai é medricas, a gente vamos os dois.''

Eu suspirei, vendo os dois correrem para a bilheteira, querendo entrar ainda na próxima volta, com Hoseok se virando minimamente e me sorrindo, gesticulando para eu sair dali. 

Não era mais agonia. 

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♤♡♤

Mas gente- nossa.