[P O V P A R K J I M I N]
O normal por esta altura seria eu estar fugindo a sete pés de Jungkook, eu sabia. Sabia que eu devia deixar aquela cama, vestir as minhas roupas, correr dali para fora.
E eu também sabia o quê que aquilo fazia de mim, sabia perfeitamente, porque para além de eu nunca achar que a situação era correta, fazer aquilo com Jungkook ali, na minha cidade, a tão poucos quilómetros do meu noivo, ultrapassava todos os limites.
E eu nunca fui o cara que joga as culpas, porque eu sabia que quem se tinha deixado levar fora eu, no entanto, se Jeon Jungkook não tivesse aparecido ali...
Eu sei que não muda a situação, porque o que conta é o que fazemos e não o que não faríamos caso algo não se desse do modo ocorrido.
Mas vá. Venha e tente resistir a Jeon Jungkook.
Mas a verdade, dura, crua, fria, nua, é que eu ainda estava com Jungkook, deitado naquela cama. E eu não estava contragosto, claro que não estava, porque para além de toda a conversa anterior eu estava acariciando o peito dele, e ele estava me segurando perto, com uma de suas pernas no meio das minhas, que a encurralava lá.
''Abril, huh?'' Ele murmurou, virando o corpo na minha direção, deixando-me com a cabeça debaixo de um dos seus braços, abraçando a minha cabeça e beijando o topo dela.
''Cala a boca.'' Eu resmunguei, porque não era para falar sobre aquilo com ele e eu não iria. ''Porque está fazendo isto?'' Eu perguntei, com o tom calmo, achando que aquela era a melhor abordagem para ele finalmente me responder.
''Isso o quê?''Ele desceu a sua mão, segurando a minha perna, puxando-a para cima do seu quadril, abraçando-o.
''No meu trabalho.'' Eu acabei resmungando, passando o meu braço por baixo do dele, abraçando a sua cintura e escondendo o meu rosto contra o seu pescoço.
Entende o errado?
''Eu não quero que fique sem trabalho.''
Eu revirei o olhar, porque aquilo era extremamente egocêntrico, no entanto, eu não sabia como estava o estado da filial, então não podia argumentar.
''Eu arranjaria outro emprego.'' Eu rebati, como se eu pudesse prever o futuro.
''O que você faria?'' Ele perguntou, afastando-se um pouco para me olhar, as suas mãos vagando pelo meu cabelo. ''Tipo... Se você pudesse escolher qualquer coisa para ser, o que seria?''
Eu não precisava de pensar muito sobre isso, tinha a resposta na ponta da minha língua.
''Professor.'' Eu murmurei, meio descontente. ''De dança, talvez de crianças.''
Jungkook estreitou as sobrancelhas, provavelmente sem prever aquilo, erguendo o canto do lábio num sorriso estreito.
''De dança?'' Ele perguntou, como se tivesse ouvido mal, me puxando de novo contra si, enquanto eu acenava. ''Isso não é a sua área.''
''Na verdade, é.'' Eu respondi, porque era a verdade.
''Você cursou dança?'' Ele perguntou, e eu voltei a acenar, puxando melhor o lençol sobre ele e consequentemente sobre mim. ''Como você acabou em... literatura?''
''Mundo difícil.''
Isso era o que eu dizia, mas talvez eu pudesse ter tentado mais. Talvez eu pudesse não ter me agarrado tão depressa a Taemin, tão apressado para concretizar os sonhos dele de vivermos juntos e termos uma criança, esquecendo os meus.
VOCÊ ESTÁ LENDO
It Ain't My Fault [jikook/kookmin]
Fanfic[C O N C L U Í D A] Ao conhecer Jeon Jungkook, Park Jimin não esperou que apenas uma hora depois ele já não fosse mais o mesmo, passando de um bom marido a um traidor.