Capítulo 18

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Capítulo 18, Alexis e Archie.

Archie.

Alexis iria atrás dele, mas Becky segurou sua mão e disse que seria melhor deixá-lo um tempo sozinho, o que acabou significando o dia inteiro. Não saiu para comer, ir ao banheiro ou simplesmente nos conceder sua adorável presença.

Eu estava agitado demais, mal havia se passado doze horas desde cheguei e eu parecia poder surtar a qualquer momento. O fato de saber que não poderia sair, tinha deixado a ideia mil vezes mais instigante.

Eu sou um comandante horrível! Já comandei a tropa de Virtur algumas vezes e não era exatamente ruim tomando a frente deles, só que eu sou inexperiente. E nenhum soldado, por melhor que seja, é consideravelmente bem sem experiência. No entanto eu era o sucessor de meu pai, o que significa que nunca podia realmente  liderá-los quando a situação era mais séria. Não podiam correr o risco de me perder. E, mesmo quando era permitido, tinha o triplo da guarda que qualquer outro comandante tinha.

Conclusão: achei ser bom o suficiente para salvar Alexis, ainda mais por ser quem tinha pistas de seu paradeiro. Falhei.

A cada hora que se passava tinha que aceitar o fato de ser um fracasso e ter posto a minha vida e a dela em risco. Do que adianta ser um homem de palavra, mas estar morto?

Talvez seja ainda pior ter que aceitar Alec por ele ser o cara que eu às vezes precisava ser. Aquele que botará suas prioridades a cima de tudo, fará o necessário, mesmo que não seja o certo, por quem ama. Com certeza se ele estivesse no meu lugar, essa história teria terminado a muito tempo.

Entraria com a guarda real pelas ruas de Allegra e não sairia até voltar com o que o trouxe até ali.

No fundo, estar preso me conforta um pouco, me impede de ter que admitir a dois reinos inteiros como eles colocaram sua fé no cara errado.

Alexis me olha sobre o ombro de Nicole, brincando com ela no chão. Anthony e Gabriel são distraídos momentaneamente por Louis, já que não paravam de reclamar por não poderem ir para a rua. Becky procura o que arrumar, lavar ou cozinhar... Tenta se ocupar, como todos nós.

Oleg me encara ao perceber que estou longe. Volto-me para a partida de xadrez perdido, não tenho estratégia nenhuma ou sei qual jogada poderia mandar agora. Mexo o cavalo, parecia ser a jogada menos "inútil".

— Xeque.

Como assim? Analiso o jogo rapidamente, tentando fugir daquela encurralada. Não havia mais jeito. Entrego-me logo de vez.

— Xeque mate — diz Oleg com um sorriso no rosto, derrubando o meu rei com a sua rainha.

Recosto-me na cadeira. Devia ter sido a pior partida de xadrez que joguei na vida. Seria melhor ter escolhido dama, era menos humilhante.

— Esperava mais — ele provoca.

— Eu também.

— Mas você não para de prestar atenção nelas — aponta com a cabeça a Alexis e Nicole. — Ninguém irá atacá-las. Bem, não assim do nada.

Concordo com a cabeça, tentando esconder a minha vergonha.

— Prefere dominó? — pergunta, tentando escolher o nosso próximo passatempo.

— Pode ser.

Na verdade, eu não queria. Mas seria isso ou mais um bando de nadas e pensamentos ruins.

A vinheta do Jorna de Paatros soa, fazendo pararmos nossas ações e passarmos nossos olhos para a televisão. Ainda estava indignado por eles não terem nem um telefone residencial, estávamos ilhados com informações vinda de uma pequeno televisor. O Jornal se tornaria um horário sagrado, um acesso ao exterior.

A RespostaOnde histórias criam vida. Descubra agora