Epilogo

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    No fim, Kyungsoo desejava tantas coisas. Coisas como um coração puro e genuíno, seriedade nos momentos certos, mais amor, confiança, perdão e coragem. Queria fazer atos heróicos,  como salvar a si mesmo, e queria viver seu próprio conto de fadas. Mas o que não percebeu é que ele tinha tudo, só precisava enxergar.

    Enxergar que havia vencido a dor e os problemas que seu falecido pai havia causado, enxergar que perdoou todos aqueles que o tinha taxado de mentiroso e não o ajudou quando mais precisava. Teve coragem em adimitir que tinha problemas psicológicos e que precisava de ajuda, teve força para enfrentar todos os desafios e obstáculos que a vida tinha. Teve um coração puro e genuíno, por sempre ajudar e ter fé nas pessoas, e saber que todas tinha um lado bom, teve tanta sorte em conhecer Yoona e conseguir um bom emprego, onde podia se sustentar e sempre comprar muitas flores. Aconteceu problemas, devaneios, altos e baixos, e mesmo assim nunca desistiu, sempre creu que teria uma vida boa e que acharia sua felicidade.

E bem, achou.

    SeHun, lhe caiu como um devido herói, ou melhor, príncipe encantado. Antes, Kyungsoo não imaginaria que entraria numa situação assim com seu chefe, que sempre pareceu assustador e frio. Mas nas controvérsias, houve amor, e não há nada mais poderoso do que o amor. Amor cura, amor ajuda, amor alimenta, amor destrói. Kyungsoo agora estava completo, apaixonado, salvo e completo. No fim, Kyungsoo é alguém que venceu suas dores e fez o que pode para se salvar. Tudo no seu devido mérito.

    O seu romance com SeHun? Foi digno de um conto de fadas, afinal, Oh fazia de tudo para deixar os pequenos momentos inesquecíveis. Kyungsoo o amou, aprendeu lidar com ele, e apesar de algumas brigas e desentendimentos, eles são felizes um ao lado do outro. E nada poderia mudar isso, nem eles mesmo. Kyungsoo nesse momento estava deitado no divã de sua psiquiatra e psicóloga, contando cada detalhe da semana que mudou sua vida drasticamente.

    Saiu do consultório com sorriso no rosto, agendou a próxima consulta com a recepcionista e chamou SeHun, que estava mexendo no celular na sala de espera. SeHun sorriu, entrelaçando seus dedos nos de Kyung, e o puxou para fora da clínica.

— Pelo seu sorriso quer dizer que tem boas notícias! — comentou SeHun, abrindo a porta do carro para Kyung.

— Sim! A doutora Im disse que eu estou me recuperando muito bem, que nosso relacionamento é a minha cura e que na próxima consulta, se tiver tudo certinho, ela vai diminuir os meus remédios! — comentou animado, entrando no carro.

— Que maravilhoso meu doce! — exclamou dando a partida no carro.

— Aonde vamos agora? — perguntou Kyung baixinho, super curioso, já que ainda tinham a tarde inteira livre.

— Para a empresa. Vamos ver como está o andamento da pré venda do seu livro! — disse, olhando de relance para Kyungsoo.

— Estou tão ansioso! Espero que as pessoas gostem. — se aconchegou no banco do carro, sentindo seu coração palpitar de ansiedade.

— Claro que vão gostar! Seus livros são maravilhosos doce.

    Assim, a viajem foi com uma conversa animada principalmente por parte de Kyungsoo. SeHun somente observava como seu namorado estava tão brilhante, tão sorridente, isso fazia seu coração se encher de alegria. Mesmo que com tão pouco de convivência, e mesmo que tivesse muito o que descobrir pela parte dos dois, sabiam que aquilo estava muito mais do que um início de relacionamento.

   Não que fossem diferente de outros casais, mas eles sentiam que tudo aquilo tinha uma ligação especial, que aquele amor irracional e novo era algo destinado a acontecer. Pensando assim, Kyungsoo se sentia um pouco retraido, afinal, só de pensar que está naquilo com SeHun apenas com carência e necessidade era tão... Errado. Mas, que relacionamento não é assim? É a base, a necessidade e carência de ter e estar com tal pessoa nos faz criar o romance, o amor.

    E nem que acreditasse no destino! No conto de fadas, tudo é destinado a acontecer, os personagens mesmo que com medo, apreensivos e aterrorizados sabiam que no final haveria o feliz para sempre. E na realidade, não é assim, o destino não é movido por uma força maior, é por coincidências, sortes, escolhas, ações. E Kyungsoo, mesmo com todo medo do mundo, suas ações e escolhas o levaram ali.

No fim, seu destino foi descrito por ele mesmo.

— Vamos? — SeHun lhe chamou atenção, enquanto estendia sua mão em sua direção.

— Vamos! — exclamou, segurando a mão, sorrindo envergonhado.

     SeHun entrelaçou seus dedos nos de Kyung, e o puxou para dentro da empresa. Mesmo que fosse recente, os funcionários do local se acostumaram com os dois caminhando juntos pelo saguão, com sorrisos contidos e cúmplices. Entraram no elevador e subiram até o último andar para falar com Jongin, o responsável pela publicação, pré venda, propaganda, etc.

    Jongin mexia concentrado no seu computador, sentindo uma dor chata latejar na sua testa. O rangido da porta abrindo chamou sua atenção, e sorriu quando viu os olhos naturalmente arregalados e curiosos de Kyungsoo, além daquele brilho lindo que passou a gostar de observar. Logo atrás, SeHun possessivamente o olhando sério, como um animal ameaçador pronto para atacar.

— Kyungsoo! A editora publicou a meia hora seu livro, estamos observando a estatística da pré venda como visualizações e compras online sendo feitas. Semana que vem seu livro chega nas livrarias das editoras que já fizeram a encomenda. — fez o relatório, se levantando da sua cadeira confortável. Sorriu quando as bochechas de Kyungsoo ganhou a coloração avermelhada de sempre e seus olhos lacrimejarem.

— Meu sonho... Foi realizado! — sussurrou deixando uma lágrima escorrer de felicidade.

    Antes que SeHun pudesse agarrar Kyungsoo e lhe beijar, Jongin o puxou para um abraço o parabenizando. Oh trincou a mandíbula tentando não sentir ciúmes, mas era impossível quando via aquele olhar de apaixonado no rosto de Jongin para com o seu namorado. Assim que se separaram, SeHun puxou Kyung para um abraço ainda encarando Jongin.

— Obrigado Hunnie por realizar meu sonho... Eu devo tudo a você! — murmurou fungando, antes de enconder seu rosto no vão do pescoço de SeHun.

— Eu te amo meu doce... — sussurrou beijando as madeixas loiras do menor.

Eu também te amo...

Conto de Fadas | SESOOOnde histórias criam vida. Descubra agora