• Oh SeHun •

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As verdades são mostradas uma hora ou outra, podemos fugir ou tentar esconder, lutar contra ela mas vem átona. Muitos acham que a verdade vem para estragar a mentira, mas é ao contrário. A mentira esconde a verdade e machuca mais ainda quando descobre.

  Assim como em Aladdin, a princesa Jasmine descobre que ele apenas mentiu o tempo todo sobre sua riqueza, nobreza etc. Ela ficou com raiva e triste, mas a princesa lhe perdoou, mostrando o belo coração que tem.

Kyungsoo queria perdoar todos aqueles que mentiram para si.

|Residência Do|
|Sábado|
|22:56 P.M|



   SeHun ainda estático, sentado no sofá sem saber como reagir. Então, como um adolescente no seu primeiro beijo, levou os dedos aos lábios, relembrando a sensação de beijar Do Kyungsoo. Ele se sentia maravilhado, como alguém que parece ser tão sério e fechado no dia a dia poderia ser tão tímido e fofo, ficar vermelho como um tomate e ser tão infantil?!

     Então suspirou, lembrando-se de que ainda haviam assuntos a se falar com o baixinho. Levantou, observando atentamente a sala, e então começou a caminhar pela casa observando. Era tão aconchegante e toda detalhada, era quente, pensando-se que a noite estaria gelada. A cozinha? Era toda delicada com um toque rústico, e estando na cozinha lembrou-se de esquentar a comida.

    Mas olhou o fogão, lembrando que quem fazia isso era sua empregada. Não sabia mexer no fogão. Coçou a nuca envergonhado, olhando tentando adivinhar e então olhou em volta procurando microondas, mas... Ele não achou. Ele começou a rir de nervosismo​, queria fazer algo bem legal para o Kyungsoo mas  ele percebeu que era muito atrapalhado.

— Como raios eu vou fazer isso? — murmurou coçando o queixo, pensativo.

— Fazer o que? — murmurou Kyungsoo de volta, olhando juntamente pensativo.

— Como vou preparar um jantar maravilhoso pro Kyunggie... — murmurou de volta, sem perceber que quem estava do seu lado, era Kyungsoo.

— Uh, primeiro esquenta a comida no forno elétrico ali, depois põe a mesa, pegue duas taças e um vinho no estoque. — comentou olhando SeHun, dando um sorriso belo, e então SeHun sentiu seu rosto esquentar.

— K-kyung! Nem vi que você tinha terminado o banho. — comentou nervoso.

— A propósito, adorei o apelido. — deu risada antes de ir até a mesa, tirar a comida embalada para esquentar.

— Uh, eu não sabia como ligar o fogão então não esquentei como tinha dito. — comentou envergonhado, indo se sentar na mesa, vendo o menor ir de lá para cá arrumando tudo.

— Tudo bem, daqui vinte minutos estará comestível. — comentou, se sentando também na mesa.

     SeHun então deu uma boa olhada. Kyungsoo estava com um uma calça moletom, e uma camisa larga mas que não ultrapassava seu tamanho, seus cabelos estavam ainda um tanto úmidos, fazendo alguns fios grudarem na testa. Adorável, mas então SeHun se lembrou que havia um assunto importante para discutir.

— Hm, Kyungsoo, me diga exatamente sobre o seu passado. Eu preciso saber, claro, se você quiser contar. — comentou quebrando o silêncio. Do suspirou pesado, antes de tomar as rédeas do assunto.

— Como havia dito, eu tinha uns dez anos quando meus pais se separaram, de início, não houve tantos problemas mas o que aconteceu no restaurante foi como uma alavanca para encorajar ele a fazer essas coisas. Eu sofri abuso calado até os meus doze anos, quando descobri que era errado, de início, era apenas mãos bobas e ele me forçava a fazer sexo oral, isso é vergonhoso de falar. — sussurrou, limpando a garganta ao engolir seco. — Eu não sabia que era errado, ainda mais porque ele era meu pai, o meu herói, claro que nunca acharia errado o que ele fazia. Mas aí, uma professora da época abordou esse assunto, e então finalmente havia entendido que era errado e que eu não poderia deixar isso acontecer. Foi a primeira vez que resisti no ato, meu pai me bateu muito e me ameaçou, então continuei sofrendo calado até os meus catorze anos, até que contei à um professor que tinha me questionando sobre essas marcas de agressão. Foi aí que chamaram meu pai na escola e tudo, mas a conclusão foi que eu havia "mentido", e que  eu estivesse saindo com outro garoto ou que sofria bulliyng. Então até os meus dezoito tentei provar que eu sofria abuso mas ninguém acreditava, e eu não tinha mais recursos para correr. As autoridades estavam nem aí para mim, então até a morte dele tive que aguentar isso. — SeHun engoliu seco incrédulo, afinal, as autoridades eram para estar sempre do lado deles.

— Por que não acreditavam? Quando seu pai morreu você tinha quantos anos? O que aconteceu no final? — perguntou apressadamente, querendo tirar aquela agonia de só de pensar que alguém como ele sofreu tanto.

— Meu pai era delegado, trabalhava na polícia, sempre um homem de confiança e sorridente. Nunca jamais que alguém iria acreditar em mim, especialmente que ele não me deixava com muitas  marcas de agressão e que não tinha nem como filmar. Ele morreu de infarto por pressão alta, e muita gente me culpou e achou que eu tinha o envenenado. No mesmo dia que ele morreu, eu tinha pegado a câmera emprestada de um amigo e tinha conseguido filmar, finalmente iria provar que sofria abuso e eu poderia ser livre, mas ele morreu, não adiantou de nada. Tudo acabou com dezoito, eu fui medicado para um psiquiatra que até hoje frequento, trabalhei e estudei, sobrevivi sozinho e nunca pude ter uma relação íntima com ninguém. Yoona foi a minha primeira amiga depois de tudo que aconteceu, e até hoje não consigo sair dessa fase de fazer amizades para achar alguém para namorar. — um silêncio perturbador se alastrou por todo o cômodo, o silêncio foi apenas interrompido pelo bipe que o forno elétrico estalou.

— E-eu... Eu sinto muito. Nunca jamais pensei que você passasse por isso, droga! — comentou tão constrangido por si mesmo, achando que poderia ter algum relacionamento com Kyungsoo.

    SeHun sentiu uma enorme vontade de chorar, sem saber o que fazer. Ele estava apaixonado, completamente apaixonado e sabendo que não teria uma chance tão cedo para ter Kyungsoo como seu namorado, doía, e ele nem ao menos poderia imaginar que estar amando doeria tanto. Ele queria apenas pegar o Kyungsoo e protege-lo de todo o mal.

    SeHun fechou os olhos suspirando, tentando — inutilmente — se acalmar dessas sensações correntes pelo seu corpo. Mas a surpresa de um toque quente e calmo o fez arregalar o olhos, sentindo os braços finos do menor lhe abraçar desajeitadamente, porém, aconchegante. SeHun se virou um pouco, para puxa-lo num abraço firme de tirar o ar, queria sentir a quentura do menor, aquele perfume de flores que ele tanto emanava.

— Você prometeu... — sussurrou o menor, que foi puxado para se sentar no colo do SeHun para o conforto de ambos.

— O-o que prometi? — sussurrou de volta, sentindo seus pelos arrepiados.

— Prometeu que iria me conquistar... Você vai voltar atrás?

— Não, irei ensinar a como vamos nos amar de um jeito único. Está na hora de você confiar em alguém, e eu quero ter esse privilégio. — murmurou se agarrando mais forte contra o corpo menor.

Estou me doando cem por cento à você Oh SeHun...

Conto de Fadas | SESOOOnde histórias criam vida. Descubra agora