Mesmo que de todas as formas, os desejo que Kyungsoo sentia era os mais puros e doces desejos. Ele queria se realizar, ser o seu protagonista, num conto de fadas, onde poderia moldar a sua história, e ter o seu feliz final, onde tinha seu príncipe, amigos, o amor e a pura felicidade.
Mas nada de conquista, antes de uma grande tempestade, o mar que bagunça a sua mente e seu coração.
Kyungsoo só queria que sua tempestade acabasse...
| Residência Do|
|10:25 A.M|
|Domingo|
A única coisa que se passava pela mente do Kyungsoo, era que precisava ligar para Yoona. Ele mordia os lábios nervosamente, com os cabelos despenteados e com o rosto ainda inchado por ter acabado de "acordar". Discou o número da melhor amiga rapidamente, nervoso e com vergonha de si mesmo, mas precisava desabafar com alguém.
— Kyung? Aconteceu alguma coisa? Você está bem? — perguntou a morena, meio sonolenta, afinal, ainda era cedo para uma manhã de domingo.
— Yoona! Por favor! Eu preciso de seus concelhos! — Kyungsoo murmurava no celular choroso, sentindo suas bochechas arderem por tamanha vergonha que sentia.
— Aconteceu algo? — perguntou novamente, preocupada, ignorando os resmungos de seu marido.
— Aconteceu muita coisa! Só venha, por favor! — implorou, choramingando, enquanto sentia suas bochechas ainda quentes. Aquilo era tão vergonhoso!
— Tudo bem Kyung, chego aí as duas da tarde, ok? — ela resmungou do outro lado da linha, confusa pelo escândalo que Kyungsoo estava fazendo naquela manhã de domingo.
E assim foi encerrada a ligação, deixando o pobre Kyung de coração acelerado, bochechas vermelhas, além de um perfeito nó dado em sua mente. Tentou dissipar seus pensamentos, olhando para lado vendo seu café da manhã em uma bandeja que nem sabia que tinha. Puxou colocando-a em seu colo, sorrindo minimamente pela florzinha que tinha no copo.
— Por quê ele é tão doce? — choramingou novamente, pegando um pãozinho provavelmente tostado na torradeira, com a manteiga levemente derretida.
Começou a tomar o café, vagando nas lembranças da noite passado. O cheiro do perfume masculino de SeHun, as mãos grandes e geladas, a expressão séria sendo quebrada facilmente por um sorriso brilhante. Além do bom beijo, de como aquele momento foi totalmente errado mas perfeito. O pior-melhor encontro que Kyungsoo poderia ter — não que já tivesse muitos, mas já tentou.
Suspirou pesado. Fazia seis anos que seu pai havia falecido, mas mesmo assim, os arrepios ruins subiam na sua espinha. Ele sentia que precisava fazer novas amizades, ter um convívio social, precisar preencher seus dias para que sua mente se ocupe. Talvez, aprender defesa pessoal, entrar em contato com alguma editora para publicar seus contos, até mesmo sair para beber com amigos, se divertir.
Ser alguém normal e feliz.
— Será possível isso? — sussurrou para si, antes de se levantar e ir ao banheiro.
Então, sua manhã foi resumida em arrumar a casa, brincar com Meggie e cuidar de suas flores. Fazia uma listinha das próximas flores e aromatizante que precisava comprar, além de fertilizantes para suas plantinhas cultivadas em casa mesmo. Kyungsoo se lamentava, sentia-se um idoso, mesmo tendo 24 anos, sua vida resumia em ir ao trabalho, escrever seus contos, ler e cuidar de flores e da Meggie.
De almoço, Kyungsoo apenas cozinhou um macarrão com molho picante, lulas fritas e cebola, além de arroz frito no alho e bolinhos de arroz recheado com legumes, mergulhado numa pasta de soja, gergelim e pimenta vermelha. Mesmo não estando com muita fome, se deliciou com a comida, mesmo que sentisse falta de um kimchi para acompanhar.
Foi um almoço calmo, acompanhado de uma música clássica de fundo, solista de violoncelo. Mas quando o porteiro avisou que a sua amiga Yoona havia chegado, o pequeno Kyung se desesperou, sentindo suas bochechas corar fortemente, e seu lábios tremerem. Que tremenda vergonha!
Escutou as batidas de palma, e foi abrir a porta, vendo Yoona parada em frente ao portão branco baixo, enfeitado de flores no jardim. Correu até a amiga e a abraçou, sentindo sua delicada mão acariciando seus cabelos negros, além da outra afagando levemente suas costas.
— O que aconteceu, uh? — perguntou suavemente, enquanto ia para dentro da casa com um Kyungsoo agarrado em si.
— Noona! Eu nunca fiz tanta vergonha quanto ontem! — choramingou, fazendo a mesma ficar confusa.
— O que aconteceu? O que você fez para estar todo corado desse jeito? — perguntou apertando as bochechas levemente rosadas do Kyung, recebendo um biquinho emburrado.
— É uma longa, história, sente-se. — disse se desgrudando da amiga, fechando a porta da sala. Yoona olhou em volta admirada, cada vez que ia lá, estava de alguma maneira diferente.
— Agora me conta o que te fez me ligar 10 horas da manhã! — ela disse por fim, se aconchegando no sofá de couro, confortável.
— Sexta feira... Eu fui assediado por um cara da área de contabilidade, depois da reunião. O presidente da empresa, sabe, Oh SeHun, me "salvou" e até mesmo me abraçou na hora me confortando. Eu estava tão assustado, nunca fiquei tão grato por alguém ter me ajudado, eu não queria passar por aquilo de novo. — logo a surpresa brilhou no olhar de Yoona, que se aproximou o puxando para um abraço.
— Sinto muito... Deve ter sido horrível. — de fato, Yoona não sabia exatamente sobre o passado de Kyungsoo, a única coisa que sabia era que o pai o abusava, e que o resto de sua família o abandonou.
— Eu fiquei grato por isso, então eu falei para o presidente que eu queria fazer algo em troca. Ele me chamou para jantar! — não finalizou, porque o gritinho animado de Yoona o assustou.
— Omo! Ele te chamou para jantar! Que romântico, sempre soube que ele devia ter um quedinha por você. — brincou a amiga, totalmente animada, deixado Kyungsoo ainda mais corado.
Uma quedinha? Talvez um penhasco!
— Noona! Você está me deixando com vergonha. Enfim, sábado, ou melhor, ontem, ele me buscou para jantar e foi romântico. Mas eu estraguei tudo Yoona! — choramingou novamente, fazendo a amiga notar que aquele era o ponto chave da história.
— O que você fez? — perguntou curiosa.
— SeHun me levou no mesmo restaurante que ele me levava. Foi o primeiro lugar que ele começou a fazer essas coisas comigo. Foi ruim, mas eu tratei de ignorar, mas parece que eu tenho um carma, não é possível! Eu acabei derrubando vinho nele, e eu estava muito nervoso por causa do restaurante, e fiquei mais ainda quando SeHun se levantou para ir no banheiro! — suspirou, fazendo Yoona afagar suas costas, o incentivando a continuar.
— Vem, vamos beber um água para continuar, uh? Daqui a pouco seu rosto vai ficar roxo de tão vermelho! — ela riu para descontrair o clima, deixando o baixinho com biquinho nos lábios.
— Bem, eu não consigo me lembrar muito depois. Sabe que quando fico muito nervoso, minha mente acaba apagando os acontecimentos! Mas eu sei que a gente se beijou, e dormirmos abracadinhos. Ele ainda me preparou um café da manhã, e me deu um beijinho na testa, ele foi tão fofo que eu estava morrendo de amores, mas foi tão vergonhoso! — desabafou tudo logo de uma vez, fazendo amiga rir antes de sorrir maliciosa.
— Então vocês se beijaram, é? Hm, aposto que segunda vai rolar muito mais beijinhos! — ela disse deixando Kyungsoo de olhos arregalados e bochechas vermelhas.
Cala a boca Yoona!
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Conto de Fadas | SESOO
FanfictionEle é como conto de fadas. Sua personalidade fria e calculista, suas madeixas negras, sua pele leitosa, seus olhos tão expressivos. Talvez não seria o vilão do conto, afinal... Kyungsoo, mais do que ninguém, sabe o que SeHun é em seu conto. Plágio...
