Are you insane like me ?

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Havia tumulto no circo, carros com sirenes ligadas, homens de farda batendo na porta de cada trailer, uma daquelas cenas de filme policial, a diferença é que não estávamos em um filme.

Entre os cochichos consegui ouvir alguém falar sobre Jerome.

"Será que é aquela mãe dele de novo?"

"Talvez ele tenha a matado!"

"Não seja tola, ele não faria isso"

-Olá, qual seu nome?- um dos policiais me pergunta

-Alice- eu disse sem encarar o homem nos seus olhos

-Sou James Gordon, detetive do DPGC, você era próxima do senhor Valeska?

-N-não, desculpe mas o que está acontecendo?- falo enquanto encaro a sirene do carro de polícia

"isso continua gaguejando, mostre o que você é fraca"

"O ruivo estava certo"

-Foi encontrado o corpo sem vida da senhora Valeska

-Meu deus- falo encarando o homem nos olhos

"Eu avisei"

-Enquanto não descobrirmos quem foi, ninguém poderá sair de Gotham, e isso vale para todos- ele fala impulsionando a voz para todas as pessoas do recinto ouvirem- Alice você pode vir com a gente, precisamos que você dê um depoimento!

-C-claro- falo em direção ao carro. Paro em frente ao mesmo e olho para atrás, vejo Jerome entrando em um dos carros e o ruivo me encara. Eu viro meu rosto tentando quebrar o contato visual com ele.

"Tenho certeza que o garoto matou a própria mãe!"

"Gosto dele, ele é mau"

-CALADAS- falo fazendo pressão contra minhas cabeça

-Tudo bem aí atrás?- um policial que eu não havia notado estar junto comigo no carro disse me olhando pelo retrovisor

-T-tudo ssim

"Merda"

"Eu disse, ela não serve para essas situações".

Chegando ao departamento de polícia, o senhor Gordon me acompanhou até uma sala cinza com uma mesa no centro, havia uma luz baixa e escura dando a impressão que eu estava em um dos espetáculos do circo.

-O que você era de Jerome?- O homem pergunta enquanto analisa meu rosto a procura de alguma falha que prove que eu estava mentindo.

-Somos amigos... Eu acho

-O que você fazia no circo?

-Acrobacias- disse rapidamente

-Como era a relação entre o Jerome e a mãe dele ?

De repente, me lembrei de Jerome me mostrando os roxo que sua mãe deixará em suas costas e as cicatrizes que ele tinha das coisas absurdas que ela já havia feito com ele. Uma mistura de ódio e nojo me dominaram e fizeram eu fechar minha mão como se fosse socar alguém.

-Ela não era a melhor mãe do mundo, mas com todos os defeitos ele aparentava lhe amar- disse dando um sorriso falso no final

-Muito obrigado pela cooperação, e lembre-se você não pode sair de Gotham até descobrirmos quem matou a senhora Valeska- o detetive fala em tom sério- levarei você até a porta

-Obrigada- digo enquanto me levanto e sigo o homem.

Lá fora eu encontrei Jerome, o mesmo encontrava-se encostado em uma das paredes externas do local

-O que ele te perguntou lá dentro?- ele questiona enquanto acompanha meus passos e encara o chão

-Nada de mais, só o que eu fazia no circo e como era a relação entre você e sua mãe- digo e o encaro nos olhos- Jerome... Foi você não foi?

-Sim- ele diz enquanto sorri, com a simplicidade de uma pessoa normal respondendo a uma pergunta de "tudo bem?"

-P-porque você fez isso ?- paro no meio da rua enquanto o encaro

-Quer falar mais baixo?!- ele diz enquanto me puxa bruscamente pelo braço e me leva até um beco- eu estava cansado daquela puta me tratar feito nada, e então a matei. Foi a melhor sensação que já senti, uma mistura de liberdade que nunca havia provado antes- ele diz soltando uma risada encandalosa- é como se eu estivesse livre- ele ri cada vez mais alto.

O seu jeito calmo e excêntrico me dava uma vontade gigantesca de te-lo só para mim. Em uma ação inconsequente o beijo, sinto o seu gosto amargo e sinto também sua mão em contato com meu pescoço me empurrando com uma tremenda violência contra a parede do beco.

-Se você contar para alguém que fui eu...Eu a mato- ele diz próximo de meu rosto fazendo eu sentir seu cheiro.
Ele me olha no fundo dos olhos como se visse minha alma e me beija lentamente. Eu o amava, amava seu jeito doentio e insano, eu amava a cor vermelha como sangue de seus cabelos, eu amava seu cheiro forte de remédios contra depressão e sua boca tentadora. Existe amor na loucura e loucura no amor, e nós éramos a prova viva disso.

Mama i'm a criminalOnde histórias criam vida. Descubra agora