A luz vermelha do semáforo se tornou verde, atravessei em frente os carros e segui o caminho que eu sempre fazia.
Ouvi as sirenes da polícia se aproximarem de onde eu estava, logo vi os carros correndo rumo a delegacia, era apenas mais um dia comum em Gotham, o sol se escondia atrás das nuvens e o vento frio batia contra meu rosto.
Cheguei em meu destino e subi as escadas, parei enfrente uma porta de vidro escrita:Dr.Jefferson Karev
PsiquiatraAbro a porta e me sento sob uma das cadeiras aguardando ser atendida, olho para o relógio preto sob a parede e vejo os minutos passarem, pego uma revista qualquer e a folheio na tentativa de não demonstrar a minha ansiedade.
-Alice, sua vez- a recepcionista me chama com um sorriso.
Sorrio de volta e a sigo em direção o consultório.Me sento sob o divã na frente do Dr.Jefferson que me olha atento com um bloquinho sob as mãos.
-Como está as vozes Alice ?- ele pergunta me olhando com curiosidade.
-Nunca mais ouvi elas, os remédios que o senhor deu me ajudaram bastante.
-Que ótimo!- ele diz com um sorriso- mas me diga, como essas vozes eram ? Elas mandavam você fazer algo...ruim?
-Não- digo quase de imediato- elas conversavam entre elas e às vezes comigo, me respondiam e às vezes me xingavam, mas nunca mandaram matar ninguém se é isso que o senhor quer saber- digo quase que impaciente, eu morria medo de ser mandada para o Arkham.
-Alice, não estou aqui para julga-la, não vou te obrigar a algo que não queira, pode contar comigo- ele diz colocando a mão sob o meu ombro.
-Obrigada- digo com um sorriso- é difícil confiar em alguém, geralmente as pessoas que eu confio me traem...ou me deixam- falo enquanto um filme da minha vida passa pela minha cabeça.
-Alice, você tem que saber que nem sempre as pessoas são boas- ele faz uma pausa e se levanta para buscar um copo de água e se senta de novo em minha frente- como você se sente em relação a Jerome? Ele te traiu?
-Não...pelo menos eu acho que não- digo olhando para o céu cinza da janela do consultório.
-Ele te ameaçou alguma vez?- ele me olhava fixamente.
-Algumas vezes.
-O que ele fazia?
-Ele nunca chegou a cumprir as ameaças dele, mas eu tinha medo, ele dizia que fazia isso pois me amava.
-Com quantos anos vocês se conheceram?
-Eu tinha 15 e ele 16.
-Já faz 3 anos então?
-Sim
-E a quanto tempo ele morreu- O homem com bloco pergunta sem desviar o olhar de suas anotações.
Sinto meu coração apertar, o céu repentinamente ficou escuro e minhas mãos gelaram.
-Alice?- Doutor Jefferson pergunta- Não precisa respond...
-Faz 2 anos que ele morreu- as palavras pulam da minha boca com presa.
-Como você soube sobre a morte dele- o Homem moreno larga as anotações em uma mesinha que havia do seu lado e me olha.
-Eu estava lá, eu vi tudo- digo lembrando de cada sensação que senti no dia da morte do ruivo.
-Alice, ele te prendia, agora você está livre, livre de ameaças e das vozes, você pode continuar sua vida ou recomeça-la, mas a escolha tem que ser feita por você.
Olho para o médico, enquanto penso sobre o assunto.
-Foi bom falar com você Alice- ele se levanta e estende a mão- até semana que vem!
-Até- digo apertando a mão do homem na minha frente.Vou pelas ruas desertar de Gotham, a noite estava nublada e as únicas luzes que haviam era a dos postes, o vento gelado da tarde ainda estava marcando presença, sinto a sensação de alguém atrás de mim e caminho mais rápido.
Aperto a jaqueta de jeans contra o meu corpo para me proteger do frio, olho para trás e não vejo ninguém, paro por alguns minutos e vejo que meu tênis está desamarrado.
-Droga.
Me abaixo para amarra-lo, sinto meus cabelos baterem contra meu rosto por causa do vento, retiro os fios que estavam sob o meu campo de visão, ouço um barulho do outro lado da rua e vejo dois homens que aparentavam ter a minha idade pichando o muro.
Um dos homens me olha e dá um pequeno toque no ombro do outro que continuava a desenhar, ambos me encaravam com um sorriso cínico.
-Vida longa a Jerome- um deles grita em minha direção soltando gargalhadas que me faziam lembrar do ruivo.O outro homem abana para mim ainda com um sorriso insano no rosto.
Me viro com pressa e saio correndo em direção a minha casa.
Quando chego perto da mansão de Oswald sinto minha respiração ofegante, meu coração estava acelerado o que me causava falta de ar, caminho até a porta e a abro com minha chave.
Entro pela sala e me jogo no sofá tentando respirar, minhas pernas doíam de tanto correr e eu conseguia sentir minha blusa se mexer por causa das batidas de meu coração.
-Alice, você me assustou- Oswald diz descendo as escadas com seu pijama azul claro- Já estava quase chamando o Victor, você está bem?- o homem fala sentando ao meu lado no sofá.
-Não- digo sorrindo para ele.
-O que aconteceu?- sinto a mão de Ozzy alisando meu cabelo.
-Dois homens- digo pausadamente por conta da minha respiração ofegante- tentaram me assaltar- minto.
-Como assim? Isso é um absurdo- O homem fala quase gritando- me fala como eles eram que mando Victor dar uma lição neles.
Abraço Oswald que se surpreende com a minha atitude.
-Não precisa Ozzy- digo com um sorriso- eu estou bem- minto novamente- vou lá para cima me deitar- digo me levantando do sofá.
-Quer ajuda?- Oswald me pergunta com um tom de preocupação.
-Não precisa Ozzy, obrigada- digo subindo rapidamente os degraus.Me jogo sob a cama e fico pensando no ocorrido, quem eram aqueles caras e porque falaram aquilo ?
Será que Jerome está...vivo?
-Isso é impossível, eu vi ele morto!- digo para mim mesma.
Olho para a minha penteadeira e pego o remédio para ansiedade que o dr.Jefferson havia me receitado, coloco dois sob a minha língua e bebo a água de uma garrafa que havia sob a estante de livros.Vou até o banheiro e tomo um banho quente, tento não pensar no que aconteceu e em nada que envolva Jerome e sorrisos cínicos.
Me seco e visto meu shorts cinza e uma camiseta branca que Victor havia esquecido aqui, ele era mais alto que eu por isso a camiseta ficava até meus joelhos e tampava meus shorts fazendo parecer que eu estava pelada.
Me cobri com o edredom rosa e peguei meu livro sob a cabeceira da cama.
Ouço a porta se abrir e vejo a silhueta de Oswald.
-Fiz um chá para você, é de camomila com mel- ele diz me dando uma xícara e dando um gole na outra- Minha mãe sempre fazia esse chá para mim quando eu era pequeno- Ozzy diz sorrindo, dava para ver que ele a amava muito- Você está melhor?
-Estou sim, obrigada Ozzy, por tudo- digo o abraçando.
-Que isso, você é minha amiga, amigos servem para isso- ele diz sorrindo- Que livro é esse?- Ozzy diz se sentando ao meu lado na cama e se cobrindo com as cobertas.
-O Orfanato da Srta.Peregrine para criança peculiares.
-E como ele é?- Oswald falou e em seguida tomou um gole de seu chá.Passamos a noite conversando até que eu e ele caímos no sono.
OI MEUS AMOREEES, tudo bem com vcs?
Tava com tanta saudades💛
O que acharam do capítulo? ficou bem grande pq me empolguei bastante escrevendo rs.
Não esqueçam de votar anjos 💛
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Mama i'm a criminal
FanficEles dormem armados; Eles lhe darão um sorriso cínico; Cuidado garota, eles vão arrancar a sua cabeça; Triturar as suas aspirações; Outra engrenagem na máquina assassina.