Meu segurança

Parte IX - A festa

Fim de semana, dia da festa.
Meu vestido é cinza escuro longo e esvoaçante, estilo tomara que caia. Salto alto, maquiagem de olhos escuros e lábios claros, cabelos soltos. Desço as escadas, procurando a minha família e NamJoon. Só que não os encontro. O único lugar que meu pai estaria a essa hora seria no escritório dele. Fui direto pra lá. Abro a porta com cuidado:
- Papai?
Vejo meu pai ao telefone, muito nervoso. Ele não me notou ali:
- Como isso aconteceu? Pra que tenho toda uma equipe cuidando desses armazéns do cais da cidade?! Alguém vai pagar por isso! E eu mesmo cuidarei desta cobrança!
Ele desliga o telefone e se vira.
- Clare... Não sabia que estava aí.
- Pelo visto, problemas...
- Sim. E vou resolver isso pessoalmente em Busan!
- Busan?! O senhor está indo pra lá agora?!
- Sim.  Você irá na festa e nos representará. Vá a festa e diga ao senhor Kang que tive que viajar a Busan devido a um assunto muito urgente, ele entenderá. Sua mãe também irá comigo. Preciso dela para me ajudar com alguns papéis.
- Está bem. Vai levar NamJoon?
- Não. A missão dele é levar e trazer você de volta em segurança. Se algo lhe acontecer, filha... eu não sei nem o que faço com ele...
- Calma, papai. Você está tão nervoso que está falando coisas absurdas.
- Apenas vá e faça o que eu mandei você fazer. - disse meu pai pegando o celular e uma pasta.
- Está certo. Eu vou indo. E por favor, tomem cuidado...
- Está bem, querida. NamJoon deve estar do lado de fora, esperando você. Quando voltarem, já teremos ido.
- Ok.
Saio do escritório do meu pai um pouco assustada. Paro para respirar por uns segundos. Saio na porta da frente e vejo o meu segurança, me esperando. Por um instante eu esqueci todas as preocupações.

Ele olhou pra mim com brilho nos olhos, um sorriso lindo...
- Você está linda...
- NamJoon, eu...
- Já sei o que aconteceu e seu pai já me passou as ordens. Eu vou cuidar de você. Prometo.
- Eu sei que vai. - Eu disse com lágrimas nos olhos.
- Não chore. Eu estou aqui, não esqueça!
Entramos no carro e partimos com mais alguns seguranças no carro.
A festa era na casa do senhor Kang e lá ainda havia mais alguns sócios do papai. Imediatamente eu fiz o que meu pai mandou, contando para o senhor Kang o motivo da ausência dos Ryu.
- Eu conversei com seu pai mais cedo, não sabia que estava acontecendo algo. Fique a vontade. Você está em casa, Clare.
- Obrigada por sua hospitalidade, senhor Kang.
Curvamo-nos um para o outro em sinal de respeito e educação.
Começo a andar pela festa e NamJoon está atrás de mim.
Cumprimento mais alguns sócios do meu pai e suas respectivas esposas.
- Clare, minha cara, seu pai é um líder nato. Se ele está com problemas, nós também estamos. Temos muita estima e respeito por ele.
- Obrigada. Com licença.
Retirei-me de perto deles. NamJoom não me deixou sozinha nem por um instante. Ele segue a risca as ordens do meu pai. Ele vê que não estou muito bem. Ele se aproxima e fala ao meu ouvido:
- Ei... eu estou aqui... quer ir lá fora tomar um ar?
Eu me viro e olho pra ele e respondo:
- Quero, sim.
- Vem comigo... - disse ele baixinho.
Ele me guia até a porta para o jardim, só que de repente as luzes se apagam e começam gritos e dá para ouvir algumas janelas se quebrando, parecia o pesadelo que tenho. Eu me apavorei. Eu grito:
- NamJoon!!!!
Ele me joga no chão e tenta me proteger com seu corpo.
- Eu estou aqui. Vou te tirar daqui.
Ele espera os estilhaços de vidro pararem de cair.
As luzes de emergência se acendem e conseguimos enxergar as saídas mais próximas. NamJoon me ajuda a levantar e ele começa a correr, me levando pela mão. No caminho, ele liga para os outros seguranças que ficaram no carro:
- Leva o carro para os fundos. Vou tirar a senhorita Ryu daqui.
Ele guarda o celular. No caminho, vem um cara mascarado na nossa direção, apontando uma arma pra mim. Sem nem pensar, NamJoon atira no mascarado e me leva pra uma sala vazia. Ele me coloca debaixo da mesa.
Estamos ofegantes. Ele fala:
- Fica aqui. Eu vou limpar o caminho pra te tirar daqui. Eu já volto. Toma.
Ele pega uma outra arma e coloca na minha mão.
- Se proteja. Eu já volto.
- NamJoon, por favor...
Eu seguro a mão dele, já chorando.
- Clare, se eu não voltar, saiba que eu te amo. Sou apaixonado por você.
Ele me beija profunda e apaixonadamente.
- Volta, meu amor. Eu também te amo, meu NamJoon...
Ele sorri pra mim e sai da sala.

Escuto mais tiros, mais gritos e meu coração se aperta mais. Depois de um tempo, eu escuto um barulho na porta. Eu pego a arma e já aponto pra lá.
- Clare? - era a voz do NamJoon
- Estou aqui.
- Da pra sairmos. Vem.
Eu saio debaixo da mesa e vejo que ele está com a mão ensangüentada.
- Que sangue é esse?!
- Calma, não é meu. Tive que me defender de um ataque direto. Já sei por onde vamos.
Ele me levou por um caminho estreito que dava para os fundos da mansão Kang. Quando conseguimos sair, ele me levou para o carro e fomos pra casa.