Capítulo 18

2 0 0
                                    


18

- Angelinaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

Olhei para os lados e não achei ninguém, só vi porta do meu quarto aberto. Com o grito a Alessandra também acordou, mas continuou na cama.

Eu não estava sonhando, continuava sem roupa e com ela do meu lado, mas o grito era real e vinha da cozinha. Comecei a procurar meu pijama e sai do quarto. Fui desesperada até a onde eu havia escutado me chamar e quando chego é a Jane de braços cruzados olhando com sangue nos olhos para mim.

- O que aconteceu garota? – Perguntei assustada já que ela parecia normal, sem machucados.

- Você pode me explicar a cena que eu vi no seu quarto agora?

- Nada de mais amiga, só conversamos até tarde e ela dormiu aqui, qual o problema?

- Mas as duas sem roupa Angelina? Como você explica isso? – continuou – Quer saber? Dane-se, você já é grandinha. Depois não diga que eu não te avisei!

Ela disse isso e foi para o banheiro, olhei para o relógio e marcava 6:30. Corri para o quarto e encontrei uma Alessandra trocada, sentada na cama e rindo da minha cara.

- Do que você está rindo? – Disse fechando a porta.

- Tem medo da sua amiga? Porque não disse a verdade pra ela?

- Você ta maluca? Ela já está achando que você quer me usar, imagina se ela sabe que transamos a noite toda?

O sorriso maroto que estava em seus lábios desapareceu como num passe de mágica. Então me aproximei e contei o que a minha amiga sabia e achava dela. Eu não entendi o olhar dela para o nada e resolvi parar de tentar explicar e me trocar já que eu estava atrasada. Só estava esperando a Jane sair do banheiro para ao menos escovar os dentes.

A Alessandra levantou da cama e veio em minha direção:

- Quer dizer que essa noite não significou nada pra você? – Perguntou ela olhando nos meus olhos.

- Claro que sim, para de ser boba. Só não quero ter que abrir isso para a Jane. Ela já tem tantos problemas e eu sou a única família dela. A noite foi maravilhosa, de longe a melhor que eu já tive. Mas eu estou super atrasada e .... – Ela me cortou.

- Pode deixar que eu já entendi, vou pegar um taxi aqui na frente. Abre a porta pra mim?

-Calma Ale, eu te levo.

- Não precisa, aliás, desculpe por essa noite, desculpe por tudo mesmo. Eu não sei o que me deu, só estou... – deu uma pausa – deixa pra lá.

Me deu um beijo no rosto e se virou para a porta, eu nem tive tempo de abrir, ela passou como um furacão e foi embora.

Não era assim que eu pensei numa manhã tão linda como aquela depois de uma noite de puro sexo maravilhoso.

Fiquei olhando para a porta e lembrando da noite, encostei a mão sob os lábios e fechei os olhos como se pudesse voltar no tempo. Acordei do transe com a estraga prazeres da minha amiga soltando um barulho de incomodo "hã, hã", como quem diz "eu estou aqui".

- Ela já foi embora? – Perguntou

- Já sim (disse disfarçando e indo até a geladeira) inclusive te mandou um beijo.

- Como você consegue mentir pra mim anjo? Você nunca fez isso! Essa mulher está te mudando da pior maneira possível. – disse isso dando as costas e revirando os olhos.

- Escuta aqui mocinha – fui até ela e a segurei pelos braços – eu faço o que eu quiser da minha vida entendeu? E a Alessandra não tem nada a ver com isso. Agora vai se trocar pois estamos atrasadas.

- Eu hein, você está estranha. – Disse e saiu para o quarto.

Fui até o banheiro e percebi que não daria tempo de tomar banho mesmo, estávamos super atrasadas e eu detesto isso. Apenas escovei os dentes e passei uma maquiagem leve. Em poucos minutos estava na sala chamando pela madame que demoraria um século para se arrumar.

- Vamos logo Jane, você sabia que eu odeio atrasos né?

- Ah, então quer dizer que eu te acordo, te aviso que você dormiu demais, tento te fazer enxergar que essa mulher não presta e a culpa é minha? – Ela se aproximou de mim e começou a me virar olhando dos pés a cabeça – Cadê a minha amiga? Onde você a enfiou?

Dei um tapa nas costas dela enquanto a mesma ria de mim e fomos para o carro.

Já no carro seguimos para o trabalho. Como estávamos com o meu, pude acelerar, já que conhecia o trajeto e sabia onde os radares ficavam. Chegamos poucos minutos atrasadas.


AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora