Amor Ariano

Celso, escute, é a nossa canção

O que vão dizer de nós? Seus pais, Deus e coisas tais, quando ouvirem rumores do nosso amor. Baby, eu já cansei de me esconder. Entre olhares, sussurros com você. Somos dois homens e nada mais... (Johnny Hooker e Liniker)

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Deixa eu comentar um detalhe... sexo anal com um cara que tem pênis longo e grosso, é bom, mas a gente sofre. Eu quero até fazer uma reclamação, porque não fui lubrificado o suficiente e pelo resto daquele fim de tarde, até a hora de fechar a sex shop, senti as fisgadas na parte final do sistema digestivo. Alguém me arruma um gelo?

Credo que começo de capítulo. Não foi ruim, tá... foi ótimo... 😏🤣

....

— Polaco, me aperta bem gostosinho... dentro de você...

— ... delícia... 

Não inventaram algo mais tesudo que a voz sussurrada no pé da orelha, dá um tesão da porra e arrepia tudo. Celso não amolece fácil e isso quer dizer que serei muito bem servido pelo tempo que a gente ficar... embora eu tenha amadurecido a ideia de que queria ele como namorado.

Debruçado nas minhas costas, ele esfrega o peito em mim quando se mexe. Seu cheiro vai ficar no meu corpo e isso me faz ficar com saudade antes do homem desacoplar.

— Tu vai me destruir em dois tempos — reclamo pra fazer um charme — namora comigo?

AHHH! Gritei internamente como diz a Pati. Perguntei e ele ficou mudo. Calmamente saiu de dentro do meu corpo, depois de um sexo delicioso (cheio de algo mais) e permaneceu calado até eu me vestir. Esse foi um momento que quase me arrependi de ser impulsivo. Me visto apressado e de costas, com esse silêncio me deixando surdo.

— Namoro sim...

— Ai para... — Sudorese pelos olhos tem sido comum nos últimos meses. 

— Cley... não chora.

— Ah tá, eu nunca choro! Tô com ódio. Tu fica aceitando sem pensar e depois me pede um tempo. Me deu vontade de te socar... 

— Por favor, meu polaco — Celso passa a mão no cabelo e cata a camisa que está sobre um puff da lojinha do Abi. — eu só quero ficar perto de você. Dessa vez nem vou negar se alguém perguntar sobre nós... 

— Espero mesmo que não negue. Ah ... tenho uma resposta pronta pra você dar pra todo mundo...

— Já imagino, haha. Vou te levar junto onde precisar de uma pessoa "discreta" pra mandar o povo praquele lugar.

— Leva mesmo. Eu ia falar outra coisa, mas mandar tomar no cu também abre caminhos.

— Te busco quando eu fechar a loja... — Celso chega perto e me beija demorado, sem ser erótico, mas sendo apaixonado — Ah, foi a Salete e o Abi que armaram isso tudo tá. — ele diz antes de sair pela porta. 

Eu estou namorando? Gente, eu estou namorando! Eu, eu....

ESPERA! Quem é esse personagem acima? Não parece nada comigo... ai, eu nem tô gritando. Cadê meus gritos? Cadê as coisas como eram? Eu tô muito diferente do início do conto e me quero de volta como eu era...

Me sinto calma, apaixonadaaaaa... enfim, é esse o lance que comentei no primeiro capítulo, meu romance clichê "Hétero versus Biba", porque deu pra notar bem claramente que eu e MEU Claudinho não daríamos certo. Mais cedo ou mais tarde, um de nós ia preso por agressão física, atentado violentíssimo ao pudor ou quem sabe seríamos colegas de cela, né.