Sua lembrança ainda é forte em mim

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Amo essa coisa linda: Liniker... (Zero)

😻😻😻


Com o Claudio, o negócio era amizade, uma amizade repentina e estranha, mas bacana, era algo sem pressão. Sem sexo e sem beijo, já que escorregamos só naquela noite. Mas com muito fogo, próprio de nosso signo, quase nos matávamos. Ele disse muitas vezes que vários amigos seus de uma vida haviam se afastado... e sempre me agradecia por ser legal com ele. 

Pelo que eu soube, ele estava sozinho e querendo aquele lá... o colono gostoso do Tonho.

O novo ambiente profissional me desmotivava de fazer meus escândalos, para todos os efeitos o Cley era o mais novo dos funcionários e para cima da minha pessoa vinham as cobranças e indiretas. Teve um dia que respondi a gerente.

— Gente, menina que diferença que é ficar nessa loja quando lá no calçadão o movimento enfraquece.

— É, mas seria pior se a gente te mandasse embora.

— Teu reinado como gerente funciona na base do terror psicológico? Não tenho medo de demissão, tenho medo de injustiça.

— Tá tá Cleyton, vai atender que hoje não tô de boa não.

— Ihhh, aceita um conselho? Deixa o problema em casa, mana. Não é isso que tu costuma dizer quando faz as reuniõezinhas?

— Olha, se um dia tu tiver competência pra ser gerente tu diz o que quiser.

Eu levanto, me empino e lacro:

— Igualmente, porque não senti efeito na sua chamada de atenção, mona.

Passei tanto ódio nesse dia, que quando a loja fechou, eu tinha vontade de assassinar um sapo. Pensem em como eu estava com raiva pra ter coragem de enfrentar esse bicho maldito.

Meu celular toca, coisa que só acontece no final de semana quando meu pai quer saber como eu estou. Ou minha mãe, que ultimamente tem se aprochegado.

— Que tu quer comigo, Celso? Sério, hoje não é um dia bom pra me ligar.

Me arrepiei, gaguejei, parei de caminhar do ponto de ônibus até meu cafofo, mas ele não haveria de saber.

— Polaco, é coisa rápida. Seu Aparício pediu pra te chamar de volta.

— Hahaha! — Alguém leu com sarcasmo e ódio, a minha risada? — Manda ele enfiar o dedo no cu!

— Calma...

— Me deixa, tá. Minha vida tá perfeita sem você e o velho nojento.

— Você quem...

— Xau.

Aquele dia eu achei que eu tava cagado, só merda pra todos os lados, chorei um monte e que Claudio nem sonhe porque senão vai me chamar de fraco e não quero brigar com ele também.

Porque o Celso tava fazendo isso? Porra, sabe que gosto dele, supostamente tá ficando com uma parente da ex e acha que tem clima pra eu ir trabalhar com ele novamente.

Na manhã seguinte, saí com a cara meio amassada, não queria conversar com ninguém e por isso meti um óculos escuro imenso, tirando ele lá na loja do calçadão onde é tudo mais tranquilo.

Lá tem outra gerente, mosca morta e falsa que já sabia do babado e o que eu tinha tocado na cara da rivalzinha dela.

— Fez muito bem, Cley.

Amor ArianoOnde histórias criam vida. Descubra agora