Capítulo 4

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Nada de explosões

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Nada de explosões. Não vai ter explosões.

Presley repetia o mantra em sua cabeça desde o momento em que ela e Elnora deixaram o prédio do Bristol. A caminhada até o campus da NYU onde normalmente Steven corria havia feito-lhe quebrar um ligeiro suor.

Ela realmente era uma sedentária. A única coisa que queria naquele momento era pegar uma táxi de volta para a sua casa e se enrolar em seu edredom feito um caracol, até conseguir fingir que esse dia não existiu.

Mas sabia que não seria possível.

Presley apoiou as mãos sobre as pernas, deixando marcas vermelhas se espalharem com a pressão que exercia sobre as coxas expostas. Era outra coisa que odiava: roupas de ginástica. Lycra e regatas verdes-fluorescentes nunca foram a sua espécime de roupas favoritas, estaria mais confortável e feliz se estivesse dentro de um par de calças skinny e uma camiseta. Para ser honesta, só comprara esse conjunto de shorts apertados e tops que expõe mais que o necessário depois de uma palestra de meia hora que foi obrigada a escutar de Steven, sobre como sua alimentação é inadequada e sua respiração irregular.

"Seu corpo é um templo, Presley. Não se caga no templo."

O cara era a droga do rei da persuasão. Presley começou a correr com ele durante alguns dias após o monólogo, mas depois de um tempo o sermão se dissipou na sua cabeça, levando-a a arranjar uma desculpa diferente a cada dia para não aparecer. Talvez, se tivesse mantido a rotina de treino, poderia ter usado isso como uma desculpa e não se sentir tão nervosa sabendo que está à alguns passos de enfrentar Steven.

Presley se sentou no gramado, ofegante e corada. Só precisava esfriar um pouco a cabeça. Sentia-se como se a banda animatrônica Pegue o Queijo estivesse fazendo um show no seu peito. Ela odiava Pegue o Queijo. Porque diabos estava pensando em Pegue o Queijo? Tudo o que ela deveria fazer é pegar o queijo que a incomodava – ansiedade, pegar a ansiedade –, feito estática no fundo dos olhos, e o coração a mais que batia em sua garganta e meter tudo de volta no estômago, de onde não deveriam ter saído – onde poderia trancar tudo, dar um nó e passar por cima.

Presley odiava ter que admitir, mas sabia que era uma pessoa difícil. Não gostava de bastante coisas; chocolate meio amargo, pipoca doce, exercícios físicos, pessoas tagarelas — estava tentando mudar em si mesma esse defeito — e, principalmente, conversas intimidantes que não podiam ser adiadas. Se havia necessidade de uma conversa séria, haviam problemas e se haviam problemas, as chances de chegarem à uma solução eram bem pequenas. Não era uma coincidência da vida que evitava qualquer tipo de conversa com o pai como se ele fosse portador de um vírus altamente contagioso.

E, se pudesse, adiaria o encontro com Steven da mesma maneira.

Elnora sentou-se ao lado dela. Perfeitamente bem e não como se tivesse atravessado o estado carregando um camelo nas costas, fazendo Presley a se deixar levar e ter um segundo de inveja da boa forma da melhor amiga. Diferente dela, Elnora se importava com o que colocava na boca e fazia visitas semanais à academia do Bristol, usufruindo do convênio que Presley tinha mas nunca usou. Ela nem sabia como chegar à academia do Bristol.

As Quatro Estações do NamoroOnde histórias criam vida. Descubra agora