— Espere um segundo... — Stephen balançou a cabeça, seu rosto banhado de total descrença. — Como assim você nunca visitou a Estátua da Liberdade?
Presley deu de ombros, suas bochechas puxando para dentro quando ela deu um longo gole da sua vitamina de mamão e banana.
— Eu moro aqui. Não tem o porquê de turistar.
Stephen se inclinou para frente. — E sobre o Empire State Building?
Presley negou com a cabeça. — Uhn-uhn.
— Isto está muito, muito errado, Elvis. O que você faz na cidade? Você nem deveria considerar-se uma nova-iorquina! — Proclamou, desacreditado.
Ela franziu o cenho. — E porque você continua me chamando desse jeito?
— De que jeito? — Perguntou, confuso.
— De Elvis pra cá, Elvis pra lá. Eu me sinto como um cara.
Presley não pôde deixar de notar como ele parecia constrangido. — Eu nem percebi.
Ela se sentiu mal. Estava sendo uma cadela novamente. Presley deu um sorriso para diminuir o desconforto que ela mesma havia criado. — Não é grande coisa... Sobre não conhecer os pontos turísticos da cidade, quero dizer.
E não era mesmo. Quando pequena, ela mal saia da cobertura, pois nunca tinha ninguém disponível para levá-la para passear ou conhecer a cidade. Passara sua infância em frente à televisão ou no meio dos livros, e, quando completou dezesseis anos e conquistou sua liberdade, a última coisa que ela queria era conhecer prédios altos ou uma estátua velha.
Ela estava mais atrás do tipo de diversão em que consistia umas apalpadas e beijos na boca.
Stephen, por outro lado, mal podia acreditar no que acabara de ouvir. Como alguém que cresceu em Nova Jersey - uma cidade com seus próprios encantos - a primeira coisa que fez quando chegou em Nova Iorque foi conhecer todos os pontos turísticos, que consistiu em um dia inteiro entre pegar ônibus e comer besteiras nas ruas.
Ele achava um absurdo alguém não amar a cidade como ela merecia.
Mas, ele pensou consigo mesmo: Presley nunca havia estado nem mesmo no Brooklyn, tanto que ela achara que eles estavam fora da cidade no dia em que a raptou em sua moto.
Stephen queria ele mesmo levá-la até todos os pontos turísticos, apenas para ter a satisfação e ver o olhar na cara dela, quando Presley reconhecesse que nasceu e mora na cidade mais maravilhosa do mundo.
Ele olhou no relógio do seu pulso e percebeu que estavam há quase duas horas no mesmo café, e que provavelmente teria que madrugar em cima das lições para compensar o tempo perdido.
Ele se levantou, recolhendo os seus trabalhos da cadeira ao lado da sua. — Preciso ir. E, por favor, cancele a nossa reunião de sexta-feira para discutir sobre o blog.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Quatro Estações do Namoro
RomanceEm toda sua vida, Presley Markey foi ensinada que existem muitos tipos de pessoas no mundo. No entanto, depois de vários relacionamentos desastrosos que acabaram em ursos gomosos e sorvete de baunilha, ela descobre que, no mundo do namoro, existem...